Pastor e família fogem após filha de 14 anos ser estuprada no Paquistão

A polícia local foi omissa em relação ao agressor e a família continua lutando por justiça.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: segunda-feira, 25 de novembro de 2024 às 14:18
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/mostafa meraji)
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/mostafa meraji)

Um pastor e a família fugiram de casa após um radical muçulmano estuprar sua filha de 14 anos e tentar sequestrá-la para se casar com ele, no Paquistão.

No dia 31 de outubro, a filha do pastor Aslam Masih de Muridke, província de Punjab, estava a caminho da escola quando Suleman Azhar bloqueou seu caminho com sua motocicleta e a forçou a embarcar. 

Em pânico, a menina cujo nome é omitido como vítima de estupro, conseguiu fugir e voltar para casa.

“Ao perguntar por que ela havia retornado para casa, ela nos disse que Suleman a estava assediando há muito tempo para se converter ao islamismo e se casar com ela”, disse o pastor Masih ao Morning Star News. 

“Quando confrontei Suleman, ele me ameaçou, dizendo que eu deveria fazer o que pudesse para proteger minha filha. Eu não sabia então que ele já a havia agredido uma vez”, acrescentou.

Temendo pela segurança da filha, o pastor e a família foram para a casa de um parente em Lahore. No entanto, o desaparecimento deles enfureceu Azhar, que atacou sua casa em Muridke, causando prejuízos em propriedades e atirando para o alto.

No dia 2 de novembro, o pastor de 63 anos registrou uma queixa na polícia. Porém, além do Boletim de Ocorrência (BO), as autoridades não tomaram nenhuma medida contra o suspeito.

“A indiferença deles ajudou Suleman a obter fiança antes da prisão, e desde então ele vem nos ameaçando, exigindo que retiremos o caso”, disse o pastor.

Abuso sexual

Tempo depois, a menina contou aos pais que Azhar a havia estuprado em setembro: “Ela não conseguiu mais suportar a agonia e o trauma e começou a chorar. Ela nos contou que Suleman e seus amigos a colocaram em um carro quando ela estava voltando da escola e a levaram para uma casa onde Suleman a estuprou”, contou o pastor.

Segundo o pai, a menina manteve silêncio sobre o abuso com medo de que Azhar a matasse e também fizesse mal à família.

Depois disso, Masih foi à polícia novamente, mas seu pedido por justiça não foi atendido. Suspeitando que Azhar havia influenciado as autoridades a não tomar nenhuma atitude, ele buscou intervenção judicial.

O advogado do pastor, Malik Zaman Haider, informou que a filha de Masih registrou sua declaração contra Suleman no tribunal e que ele entrou com um pedido de exame médico e a inclusão de acusações de estupro no Boletim de Ocorrência.

Combate ao abuso sexual no Paquistão

Aslam Pervez Sahotra, presidente do Partido Masiha Millat do Paquistão, compartilhou que o caso destacou os desafios que meninas e mulheres cristãs enfrentam no país. 

Solicitando que o ministro-chefe do Punjab e o inspetor-geral da polícia do Punjab se atentassem ao caso, Sahotra afirmou que a vítima não era apenas uma filha da comunidade cristã, mas do país inteiro.

“Condenamos o ataque à nossa filha, bem como as ameaças que estão sendo empregadas para forçá-la a se converter ao islamismo e se casar com seu estuprador”, disse Sahotra ao Morning Star News. 

“A recusa da polícia em agir contra o acusado agravou a provação da família, e eles são forçados a viver escondidos, longe de casa”, acrescentou.

Ele também apelou à comunidade muçulmana para que se manifestem contra tais crimes: “Nossas filhas, nossa comunidade, estão vivendo com medo, e o governo deve mostrar que se importa com elas, garantindo justiça rápida e punição aos acusados”.

Em 7 de novembro, o Comitê de Direitos Humanos da ONU manifestou preocupação com os relatos persistentes de sequestro e casamentos forçados de meninas de religiões minoritárias no Paquistão, independentemente de sua idade ou das leis em vigor.

Essas meninas são coagidas a se converter ao islamismo sob ameaça de violência, enfrentando estupro, tráfico e outras formas de violência sexual e de gênero. O Comitê também expressou apreensão em relação à impunidade generalizada em torno desses casos.

O Paquistão ficou em 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024 como um dos lugares mais difíceis para ser cristão.

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