A polícia vigiou e interrompeu as comemorações de aniversário de uma igreja doméstica de Shenzhen, na China, e perseguiu os seus membros, temendo que fossem realizar um batismo de novos convertidos.
Em comemoração ao aniversário de 5 anos da Igreja Trinity Gospel Harvest, os membros planejaram uma viagem à praia de Huizhou no dia 5 de setembro e fizeram reservas num hotel local. Antes da viagem, as autoridades do estado ameaçaram o pastor da congregação, Mao Zhibin, e quatro fiéis, ordenando que não fossem no passeio, de acordo com o International Christian Concern (ICC).
No dia 4 de setembro, ao fazerem check-in no hotel em Huizhou, o proprietário informou que eles não poderiam mais se hospedar e que seriam reembolsados. A polícia local havia notificado todos os hotéis a não permitirem a entrada dos membros da igreja.
O dono do restaurante em que os cristãos haviam almoçado, ofereceu um local para eles ficarem. Mas, cinco membros que estavam na lista negra da polícia, incluindo o pastor da igreja, Mao Zhibin, tiveram dificuldades para encontrar um lugar para ficar. Logo depois, eles conseguiram hospedagem na casa de um fazendeiro.
No mesmo dia, às 22h, a polícia revistou os cristãos que foram recebidos pelo dono do restaurante e o proprietário foi interrogado até às 4h do dia seguinte.
No dia 5 de setembro, a praia de Huizhou estava lotada de policiais, porque as autoridades de Shenzhen e Huizhou presumiram que os membros da Igreja Trinity fariam um batismo no lugar.
A Igreja Trinity Gospel Harvest tem sido vigiada pela polícia chinesa, desde que seus líderes assinaram “Uma Declaração para o Bem da Fé Cristã”, escrita pelo conhecido pastor Wang Yi, defendendo a liberdade religiosa.
Além disso, a igreja doméstica passou a estar no radar das autoridades, porque tem muitos ativistas entre seus membros. Como Cheng Yuan, um defensor dos direitos humanos, que foi preso por suas atividades em ONGs em 2019.