Jéssica Adelino é missionária e fundadora do projeto Love Heals. Ela testemunhou sobre seu trabalho no Níger, juntamente com seu esposo que é ex-muçulmano. Eles lutam contra a desnutrição no país onde boa parte das crianças morrem de fome. “Eu sou missionária do Níger, que está na lista dos países mais pobres do mundo. Sou casada com um ex-muçulmano. Nós vivemos em um país muçulmano e quando se fala de muçulmano você já sabe né?”, iniciou.
“Mas, nem todos os muçulmanos são radicais. Os muçulmanos é um povo que o Senhor quer alcançar e eu faço parte desse exército, eu faço parte daqueles que se levantaram para ser desbravadores naquela terra. Tem sido um grande desafio para nós, para mim e para o meu marido. O que você, que recebeu desse amor de Jesus, tem feito para o Senhor? Eu sinto a cada vez que venho para o Brasil que a igreja brasileira está precisando de um grande despertar. Vocês precisam acordar. Como a Bíblia diz, nós estamos no fim dos tempos. Reino contra reino, pais contra os filhos”, ressaltou.
“Às vezes vocês podem ouvir falar muito mais dos Estados Unidos, de coisas que têm acontecido em Londres, na França. Mas muitas coisas têm acontecido no continente africano. Recentemente os negros estavam sendo vendidos. Quem sabia disso? É muito triste saber que nós estamos andando para trás. Meu marido estava no Níger e ele estava vindo para o Brasil e disse que tinha muitos nigerinos naquele barco. Nós choramos juntos porque é o meu povo. Eu sou uma deles hoje, sou uma nigerina, não só do coração”, declarou.
Chamado missionário
“Todos nós temos um chamado missionário. Alguns descem no poço, como eu. Mas vocês têm a obrigação de segurar corda, porque se vocês não seguram nós ficamos lá embaixo sozinhos. Existem muitos missionários padecendo no campo e a responsabilidade é de vocês também. Nós falamos tanto sobre o amor de Jesus e eu vou falar uma coisa para vocês, os muçulmanos conhecem Jesus. Eles sabem toda a história sobre Jesus. Eles sabem que Jesus morreu, que Jesus ressuscitou. Mas eu te pergunto, será que nós somos só religiosos como os muçulmanos que sabem de tudo ou conhecemos Jesus por andar com Ele? Será que vocês verdadeiramente conhece Jesus?”, indagou a missionária.
Desnutrução
“É uma graça trabalhar contra a desnutrição, porque são os meus filhos. São os filhos que o Senhor me deu. Muitas dessas crianças faleceram. A maioria delas na verdade. E eu e meu marido hoje combatemos a fome e lutamos com o pouco que a gente têm. Mas com a força que o Senhor nos dá, temos um projeto de nutrição. Essas crianças, a maioria vem de vilarejos de origem muito pobre. Você não vÊ um lugar desse aqui no Brasil. Lá não tem saneamento básico e 74% da população não sabe ler escrever”, explicou.
“Existe um hospital público. Na verdade dois, mas um que você ainda consegue consultas. Eles não têm acesso a medicamentos e por isso sempre morrem. A gente trabalha em parceria há muito tempo na área de nutrição do hospital. Queríamos conseguir todos os medicamentos para as crianças e começamos a entender que precisávamos ir para a raiz do problema que era fome. Então damos de comer. A gente começou a fazer trabalho nos vilarejos, onde é muito mais perigoso do que a cidade”.
“Vivemos pela graça. Hoje nós cuidamos de 390 crianças, graças a Deus. Mas acabamos de construir uma escola para as crianças. É um sonho que nos alimentamos com oração e lágrimas. Foi muito difícil para nós, mas é incrível quando estamos no centro da vontade do Senhor. E quando o desejo do nosso coração está alinhado com a motivação certa, isso move o coração de Deus e a coisa acontece”, colocou.