Jennifer Unagnst cresceu em uma casa cheia de e medo. Aquele que deveria ser seu grande exemplo de homem lhe fazia muito mal. "Meu pai deveria ser meu herói. Deveria ser meu protetor, mas sim ele era um monstro. Ele era um agressor de crianças. Ele molestou minha irmã e a mim por muitos anos", disse ela em entrevista para o site CBN News.
"Ele era imprevisível quando ficava muito bêbado. Durante os tempos de abuso, eu meio que desviava minhas emoções, ou tentava me concentrar em coisas como nos azulejos do teto, contando eles. Às vezes eu simplesmente chorava. Mas eu tentava segurar minhas lágrimas porque não queria que meu pai soubesse que estava chorando. Foi doloroso porque não queria que isso acontecesse, mas não queria que ele ficasse bravo comigo", confessou.
"Eu me sentia realmente suja, como se eu fosse uma criança ruim. Ser criança e ser abusada dessa forma, tirou minha auto-estima e meu valor. E me sentia realmente sozinha. E acima de tudo, a única coisa que eu queria era alguém para me amar incondicionalmente, sem me prejudicar, e essa era a única coisa que me faltava".
Anos de abuso e confusão sexual deixaram Jennifer cheia de ansiedade. Ela ficou assombrada por sonhos demoníacos à noite. Jennifer diz: "Havia uma força muito escura na minha casa. Foi realmente assustador. À noite, eu simplesmente colocava o lençol sobre minha cabeça. Vivi tanto medo à noite, especialmente no escuro. Às vezes, eu simplesmente deixava minha casa para que eu pudesse focar em outro lugar”, disse.
O pior pode acontecer, sim
Quando tinha oito anos de idade, Jennifer entendeu que não havia lugar seguro para ela. "Nós estávamos todos a andar de bicicleta, todas as crianças do bairro. Um vizinho me perguntou se eu queria entrar para tomar um refrigerante. Entrei em sua casa e ele acabou abusando de mim. Fui violentada sexualmente em sua casa. Parecia que, em qualquer lugar que eu fosse, eu era um alvo".
Ela nunca relatou o acontecido, mas quando tinha 14 anos, teve coragem de contar a sua mãe sobre os anos de abuso de seu pai que foi preso, mas para Jennifer a dor e a escuridão permaneceram.
Ela lembra: "Todo esse medo e solidão se transformaram em raiva. Eu me sentia culpada por contar, por que eu separei minha família. E, eu só queria me machucar, pois senti que era assim que eu merecia. Comecei a me cortar, usar heroína, usar cocaína, fiz tudo o que pude para obter isso. Tornou-se realmente viciante para mim, porque tirou toda essa dor, toda essa tristeza, toda minha identidade", relatou.
Ela chegou a morar em seu carro e a vender seu corpo por drogas. Jennifer diz que ficava drogada por semanas. "Houve momentos em que, quando eu me drogava muito, dormia por dias e acordava só para comer e chorar incontrolavelmente. Minhas emoções assumiam o controle. E então eu andava por aí e caminhava pelas ruas, torcendo para que alguém parasse e me ajudasse", contou.
Ninguém parou. Ela diz que se sentia presa e sem esperança. Jennifer se envolveu com um motoqueiro e isso quase lhe custou a vida. "Foi aí que eu enfrentei muitos ataques. Eu estava sendo chutada e perfurada e sufocada por travesseiros. Eu sabia que poderia morrer em qualquer momento. Então, peguei sua arma um dia quando ele estava no trabalho. E me sentei com aquela arma por mais de uma hora, chorando. Eu só queria terminar com tudo. Naquela época eu estava pronta. Eu simplesmente não queria mais essa vida", ela disse.
Jennifer diz que o abuso que a definia agora é substituído pelo amor e pela graça de Deus. (Foto: Reprodução).
Esperança para um novo dia
Para Jennifer, a esperança veio quando ela se reconciliou com sua mãe que havia se tornado cristã. Sua mãe contou a ela sobre a Bethany House, uma casa cristã para meninas de rua. Desesperada por ajuda, ela foi ao lar. "Eu podia ver a luz dentro da casa. No instante em que entrei, era quase como um clarão na escuridão que tinha em mim. Eu podia ver o Espírito Santo no rosto de todos. Eu senti o amor. Era incondicional. Era puro”, comentou.
“Nunca tinha sentido algo assim na minha vida. Eu estava indo do inferno para o céu. Eu sabia que não era deste mundo. Porque alguém assim me ama, você sabe? Por que essas pessoas ainda abririam uma casa assim para pessoas como eu? Esse foi um momento crucial na minha vida, quando soube que as pessoas me amavam, e não foi por nada, senão apenas o amor".
No dia seguinte, Jennifer se converteu. "O que significou para mim, entregar minha vida a Cristo? Eu não teria mais que viver na escuridão. E eu não teria mais que ser abusada. E eu finalmente encontrei o amor que eu sempre procurei na minha vida. Era tudo o que eu estava procurando. Jesus é meu Pai celestial. E Ele sempre será meu protetor, meu herói".
Sua vez de ajudar
Ela diz que Deus começou a curar as feridas emocionais dos anos de abuso. Ela fundou recentemente a Casa de Engedi, que ajuda mulheres que foram sexualmente exploradas e abusadas, como ela foi um dia. Jennifer diz que o objetivo é "resgatar outras mulheres que estão por aí e que estão feridas e abusadas, levando elas a conhecerem Cristo. Quando elas entram, elas experimentam o mesmo que eu experimentei quando entrei na minha antiga casa de recuperação", conta.
Ela diz que o abuso que a definiu agora é substituído pelo amor e pela graça de Deus. "Eu sou uma nova criação em Cristo. O velho homem morreu depois de descobrir minha verdadeira identidade, que está Nele. Eu sou a filha Dele. Estou perdoada. Eu sou amiga Dele. Qualquer um que esteja afastado, que tenha sofrido ou abusado ou que pensa que não pode ter ajuda, que está no fim ou pensando em se matar, Deus pode levantar você para fazer qualquer coisa. Apenas chame o nome de Jesus. Há uma esperança Nele", finalizou.