Um proeminente líder hindu, Om Swami Maharaj, disse diretamente aos cristãos em toda a Índia que eles devem "sair agora" ou serão expulsos à força do país. Sua declaração está despertando preocupações significativas para os fiéis, segundo um grupo de vigilância.
David Curry, CEO da Portas Abertas nos Estados Unidos, disse que as ameaças de Maharaj, feitas no final de maio, vêm ganhando força e se baseiam em falsas acusações de que os cristãos estão promovendo o terrorismo.
Ele observou que "essencialmente, o que eles estão dizendo é que o comportamento 'não-hindu' e 'não-indiano' é anti-estado, é contra as melhores necessidades do estado, por isso é terrorismo", segundo o site Mission Network News.
Mais de 65 milhões de cristãos compoõem a população da Índia e são uma parte importante da força social e de trabalho no país.
Curry advertiu que o movimento político em torno do presidente Narendra Modri está "usando o nacionalismo" para eliminar os supostos inimigos religiosos dos hindus. "Eles vêem os cristãos como inimigos de sua agenda política", explicou.
Maharaj e outros 20 hindus radicais também realizaram manifestações públicas em que carimbaram imagens do Papa Francisco perto de igrejas católicas, cantando slogans como "Papa Francisco Murdabad" (Abaixo o Papa Francisco), de acordo com o site UCAnews.
Os cristãos continuam a enfrentando violência sob a administração de Modi, na maioria das vezes em aldeias rurais e estados sem proteção policial. Na semana passada, cinco mulheres que trabalhavam para um grupo missionário cristão foram sequestradas e estupradas em gangues no distrito de Khunti, no estado de Jharkhand.
As mulheres estavam fazendo uma peça que visava aumentar a conscientização sobre o tráfico de pessoas quando foram tomadas pelos agressores, que filmaram o estupro em vídeo, segundo a polícia.
"Ainda estamos processando o que aconteceu", disse Rajiv Ranjan Sinha, da Rede Jharkhand anti-tráfico. "Esta é a primeira vez que os trabalhadores de campo são alvos. É surpreendente e chocante. Agora, será mais difícil trabalhar com essa questão".
A Portas Abertas, que tem ajudado cristãos na Índia, compartilhou a história de uma estudante de 22 anos que foi espancada severamente por sua fé. Radicais hindus a forçaram a sair de sua aldeia e disseram que ela seria estuprada ou morta caso retornasse.