Segundo uma matéria divulgada na Agência France Press (AFP), o cardeal americano William Levada organizou, nos anos 90, a transferência de paróquia de um padre acusado de abusar sexualmente de menores.
De acordo com a matéria, uma fonte judicial informou que Levada - um defensor das ações do papa Bento XVI diante dos atuais escândalos envolvendo pedofilia na Igreja Católica - não alertou os paroquianos que receberam o padre sobre o seu passado.
Em depoimento feito em 2006, o cardeal americano disse que decidiu transferir o padre após ele ter feito uma terapia. ''Os abusos se referem a 20 anos atrás (...), os terapeutas afirmavam que ele já não representava perigo para ninguém, e que seria mais prudente dar a ele um novo cargo, que se ele tivesse um cargo em condições minimamente estressantes ajudaria'', explicou o cardeal Levada sobre os fatos ocorridos em meados dos anos 1990.
Levada assumiu que não revelou o passado do padre por considerar uma ação mais sensata na época, pois acredita que alertar os fiéis poderia ter consequências e prejucar o ministério. ''Tomei a decisão que me pareceu mais sábia, dando a eles todos os detalhes do padre ( ) e exigindo que se reunissem com ele semanalmente para vigiá-lo'', declarou o cardeal, que qualificou sua própria atitude de ''responsável'', já que, acredita, tomou ''uma decisão ineludível''.