"Eu tinha fé que Jesus me ajudaria", diz menina que fugiu de cativeiro islâmico

A adolescente cristã paquistanesa Komal foi sequestrada de sua casa, estuprada e forçada a se casar com um de seus sequestradores, além de ser submetida a uma conversão forçada ao islamismo.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sábado, 9 de abril de 2016 às 15:30
Paquistaneses protestam contra a perseguição religiosa.
Paquistaneses protestam contra a perseguição religiosa.

Komal, de 15 anos de idade, foi sequestrada de sua casa no Paquistão, estuprada e forçada a se converter do cristianismo ao islamismo em junho do ano passado. Ela sofreu abusos implacáveis e foi forçada a se casar com um de seus estupradores - que atuava também como seu cafetão - e acabou a engravidando.

Apesar dos dis difíceis que viveu durante o seu cativeiro, Komal tinha fé que Jesus iria resgatá-la dali. Em fevereiro, ela conseguiu escapar e, desde então, compartilhou sua história com a missão 'International Christian Concern' (ICC).

"Eu estava dormindo junto com minha mãe em uma cama de solteiro durante um período de corte de energia no quintal da minha casa", disse Komal ICC, ao descrever a noite em que ela foi sequestrada. "Por volta da meia-noite, cinco homens armados e mascarados pularam o muro e entraram em [nossa] casa".

Segundo ela, os homens armados espancaram brutalmente toda sua família e os ameaçavam, dizendo que seus parentes sofreriam consequências graves se gritassem, pedindo socorro.

"Então, os sequestradores me arrancaram do colo de minha mãe e me levaram para um carro, estacionado na rua. Meus olhos e boca estavam cobertos com um pedaço de pano e me levaram para um lugar desconhecido, onde cinco deles me estupraram na frente uns dos outros, revezando-se", relatou.

Seus sequestradores continuaram a abusar dela durante os seus seis meses de cativeiro.

"Queimar minhas partes femininas com cigarros era um exercício de rotina para eles", disse ela. "Durante quase dois meses me espancavam todos os dias sem qualquer motivo e não me davam comida suficiente para me manter".


Conversão forçada
Komal foi forçado a mudar legalmente sua religião do cristianismo ao islamismo e a se casar com um de seus sequestradores, usando com documentos falsos, que alegavam que ela tinha 18 anos.

"Depois de quase dois meses de tratamento desumano e humilhação, me levaram ao tribunal e me obrigaram a colocar minhas impressões digitais impressas em um documento que me declarava esposa de um muçulmano", disse ela.

No Paquistão, o marido de uma mulher tem a custódia legal e completa de sua esposa.

"Eu não queria que isso acontecesse, no entanto, eu não tinha outra opção, porque eles ameaçaram matar meus pais se eu não os obedecesse. Portanto, eles forçosamente me casaram com um muçulmano e me converteram ao islamismo. Contra a minha vontade, mudaram a minha religião, minha identidade e até mesmo o meu nome", lembrou.

"O meu novo marido, que continuou a me estuprar pelos próximos dois meses, em seguida, mudou-se para outra cidade. Este homem já tinha duas mulheres na casa dele".

Seu novo marido forçou Komal a se tornar uma prostituta e ela descreveu estes momentos como "a pior agonia de todas".

"Eu me senti como se estivesse morrendo todos os dias... Eu fui forçada a me prostituir. Ele até contratou uma mulher para me vigiar quase o tempo todo", contou.

Apesar de tanta agonia, Komal relatou que não perdeu as esperanças e continuou confiando em Deus.

"Eu tinha fé que Jesus iria me tirar daquele inferno", disse.


A fuga

Em fevereiro, a oportunidade de escapar do cariveiro surgiu.

"Antes de nascer o sol, eu consegui fugir daquela casa e ir para uma área urbana, após caminhar por cerca de cinco horas. Cheguei a implorar por dinheiro, para comprar um passagem de ônibus e consegui chegar à minha casa depois do pôr do sol no mesmo dia", relatou.

"Eu sou grata por esta misericórdia e pelo milagre de estar junto dos meus pais agora. Eu não conseguia parar de chorar, quando eu abracei meus pais e outros parentes pela primeira vez", revelou. "É difícil imaginar a situação dolorosa que eu e os meus pais experimentamos. Era como ressuscitar dos mortos".


Recomeço
Durante seu período de cativeiro, Komal acabou engravidando e agora se preocupa com o futuro de seu bebê.

"Estou confusa sobre o que vai ser do meu bebê, quando nascer. Qual será o futuro do meu filho se eu dar à luz, ele ou ela?", questionou.

A história de Komal não é exclusiva. Como ela, há cerca de 700 mulheres e meninas cristãs - muitas vezes com idade entre 12 e 25 anos - que são sequestradas e forçadas a se converterem ao islamismo a cada ano, de acordo com pesquisa feita pelo Movimento para a Solidariedade e Paz.

"Eu quero justiça, mas não quero colocar os meus pais em perigo", disse Komal. "Essas pessoas são muito ricas e influentes. Sendo assim, não podemos entrar com um processo judicial contra eles. Eu só quero me divorciar e tentar planejar uma vida mais feliz".

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