Um governante de esquerda pode limitar o direito à liberdade religiosa. É o que conclui um documento assinado por representantes da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, em encontro com o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), no Rio de Janeiro.
De acordo com o líder da frente evangélica, deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), uma vitória de Fernando Haddad (PT) poderia colocar em risco a defesa dos valores cristãos.
“O Brasil é um país de 86,8% de cristãos, entre católicos e evangélicos. Desse percentual, quase 50% são evangélicos. Não podemos permitir que o país continue da maneira como está. Nós queremos tudo, menos a continuação de valores que estavam destruindo a família”, declarou.
Em encontro com dez parlamentares na casa de Bolsonaro, na última quinta-feira (18), Takayama disse que o grupo de evangélicos que manifestou recentemente apoio a Haddad não representa a comunidade cristã. “Pessoas que não são conhecidas no nosso meio”, definiu, segundo o UOL.
A frente parlamentar evangélica manifestou seu apoio à candidatura de Jair Bolsonaro no primeiro turno e voltou a reforçar sua posição favorável. “A pauta do candidato coincide com a visão desta frente pró vida”, diz trecho do documento.
Takayama reiterou que Bolsonaro seria o candidato mais adequado para lutar pelos “valores da família” e considera esse apoio “espiritual”, segundo o jornal Valor Econômico. “Nós estamos aqui com todos os deputados cristãos. É uma frente suprapartidária”, acrescentou o deputado.
Assinada por 11 deputados, a carta representa “a voz dos nossos pastores e das nossas lideranças evangélicas” e diz que “proteger nossas crianças de um futuro desastroso é nosso dever”.
Candidato mais votado no primeiro turno das eleições para presidente, Bolsonaro lidera as pesquisas de intenções de votos entre os cristãos. Segundo a pesquisa Ibope, Bolsonaro tem 66% da preferência entre os evangélicos contra 24% de Haddad.
Já entre os católicos, a diferença é menor. Bolsonaro tem a preferência de 48% dos eleitores contra 42% do petista.