O Projeto de Lei 2630/2020, denominado Lei das Fake News, tem causado uma grande polêmica na sociedade brasileira, além de ser classificado pelos contrários à sua aprovação como censura.
Em um desses embates, a jornalista Daniela Lima, que é claramente favorável ao PL, citou a Bíblia, durante a apresentação de seu programa jornalístico, para justificar sua posição.
Daniela disse que a Bancada Evangélica alardeou mentiras e citou um integrante do grupo, que teria declarado que “trechos da Bíblia seriam proibidos de circular pois podem ser interpretados como discurso de ódio”
Por @DanielaLima_: A mobilização das big techs e dos evangélicos pode adiar o Projeto de Lei (PL) das Fake News. A um aliado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ponderou adiar a votação do texto se a derrota for certa #CNNBrasil360 pic.twitter.com/ZWE31bOErU
— CNN Brasil (@CNNBrasil) May 1, 2023
E continuou: “Trechos que falam contra a população LGBTQIA+ e se você repetir na rua o que ele está querendo que você possa dizer na internet, você pode ser indiciado por homofobia, que prega a submissão da mulher ao seu marido, oi!, no século 21”.
Diante da possível retirada do projeto da pauta (antes que isso de fato acontecesse), a jornalista colocou o peso sobre a Bancada Evangélica, que segundo ela decidiu “entrar com tudo” na questão.
“Por conta de uma interpretação bizarra e falsa de que haveria veto a trechos da Bíblia”, mas que segundo a jornalista “não é”, Daniela explicou que se esses textos bíblicos forem defendidos na rua podem levar as pessoas à prisão por racismo, homofobia, além de serem acusadas de assédio ou tratamento misógino.
Repercussão negativa
O vídeo teve grande repercussão nas redes sociais e comentários em sua grande maioria negativos. Um dos críticos, o deputado federal Carlos Jordy escreveu:
“Em defesa do PL da censura, Jornalista da CNN Brasil afirma que, se você defender determinados trechos da Bíblia, poderá ser preso por racismo, homofobia e misoginia. Entendem porque não podemos deixar esse absurdo ser aprovado? PL 2630 não!”.
Em defesa do PL da censura, Jornalista da CNN Brasil afirma que, se você defender determinados trechos da Bíblia, poderá ser preso por racismo, homofobia e misoginia. Entendem porque não podemos deixar esse absurdo ser aprovado? PL 2630 não! pic.twitter.com/AEpl0WKTY5
— Carlos Jordy (@carlosjordy) May 2, 2023
Após repercussão da opinião que emitiu, Daniela escreveu no Twitter, ao lado de partes do livro de Êxodo:
“E o que faz a extrema direita quando algo q eles não querem ganha proporção? Recorta um trecho, tira o contexto, e joga pra turba do ódio. Sim, se vc defender ao pé da letra ALGUNS trechos da Bíblia no meio da rua, pode incorrer em crime. Exemplos abaixo. Tudo do livro de Êxodo”.
Posteriormente, Daniela voltou ao Twitter, usando palavras como “sacana” para denominar os que segundo ela interpretam a Bíblia literalmente de forma errada. Revelando que foi criada na Igreja Presbiteriana, escreveu:
“E aos sacanas que estão explorando isso. Pq eu conheço esses trechos? Pq fui criada na igreja presbiteriana (evangélica), tenho profissão de fé, e, bom, irmãos, bons pastores que ensinam a INTERPRETAR a Bíblia. Que os odientos venham aqui, ao menos, e encontrem a verdade.”
E aos sacanas que estão explorando isso. Pq eu conheço esses trechos? Pq fui criada na igreja presbiteriana (evangélica), tenho profissão de fé, e, bom, irmãos, bons pastores que ensinam a INTERPRETAR a Bíblia. Que os odientos venham aqui, ao menos, e encontrem a verdade. https://t.co/1ZB9IAV2uc
— Daniela Lima (@DanielaLima_) May 2, 2023
‘Desrespeito’
O pastor Renato Vargens, em seu Instagram, escreveu sobre as falas da jornalista:
“Em tom absurdo de desrespeito, a jornalista Daniela Lima cita trechos bíblicos que segundo ela incitariam a crimes de homofobia, apologia à escravidão etc.”
Contrário ao PL, o pastor escreveu, em outra publicação:
“Se for aprovado o PL 2630 eles censurarão as redes sociais. Depois censurarão livros, filmes, novelas, músicas, teatro, séries e jogos. Por fim censurarão as igrejas não permitindo assim opiniões contrárias às deles e daí será tarde demais.”