Os bispos católicos da África e Madagascar se recuaram a seguir a decisão da Igreja Católica Romana em dar bênçãos a casais do mesmo sexo.
Na quinta-feira (11), as conferências episcopais nacionais africanas emitiram uma declaração conjunta anunciando a decisão.
No documento, assinado pelo cardeal congolês Fridolin Ambongo, os bispos afirmaram que a união homoafetiva é contrária à vontade de Deus.
Segundo Ambongo, na cultura africana, os relacionamentos LGBT “são vistos como contraditórias às normas culturais e intrinsecamente corruptas”.
O cardeal observou que a mudança, aprovada pelo papa Francisco em dezembro do ano passado, gerou escândalo e confusão entre fiéis e líderes católicos africanos.
“Dentro da família eclesial de Deus em África, esta declaração causou uma onda de choque, semeou conceitos errados e inquietação nas mentes de muitos fiéis leigos, pessoas consagradas e até pastores, e despertou fortes reações”, escreveu ele, na declaração.
Ambongo afirmou que os bispos africanos continuam em comunhão com Francisco, mas ponderou que não darão a bênção a casais homoafetivos porque “no nosso contexto, isso causaria confusão e estaria em contradição direta com o ethos cultural das comunidades africanas”.
Decisão do Vaticano
A medida do Vaticano, aprovada no dia 18 de dezembro de 2023, estabelece que os sacerdotes católicos romanos têm permissão de conceder bênçãos a casais do mesmo sexo, se assim desejarem.
A “bênção” não deve apresentar qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento e não pode ocorrer durante liturgias regulares da Igreja.
O documento que anunciou a decisão destaca que a Igreja Católica mantém a perspectiva de considerar a união entre casais do mesmo sexo como um ato "irregular", reafirmando que a doutrina permanece inalterada.
No entanto, ressalta também que a permissão para as bênçãos é interpretada como um "sinal de que Deus acolhe a todos".