Bovespa cai 1,3% no fechamento e acumula queda de 3,4% no mês

Bovespa cai 1,3% no fechamento e acumula queda de 3,4% no mês

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:45

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou os negócios desta terça-feira num tom bem mais pessimista na comparação com os demais mercados. No mês, a desvalorização acumulada já chega a 3,38%.

Mais uma vez, prevaleceu a incerteza sobre quais medidas a equipe econômica deve tomar para combater a inflação.

Essa combinação de temor e desconfiança foi reforçada com os novos números do Banco Central sobre crédito, que mostraram um aumento no ritmo de concessões de empréstimos que não agradou aos investidores, devido aos efeitos sobre a inflação (junto com o câmbio, um dos maiores problemas de curto prazo da economia brasileira).

"O crédito veio mais forte do que o esperado, e isso deixou o mercado um pouco mais impaciente. Ninguém sabe exatamente o que o governo vai fazer na questão das 'medidas macroprudenciais', por causa da falta de transparência. Quer dizer, continua havendo um 'ruído' de comunicação entre o mercado e a equipe econômica", sintetiza Júlio Hegedus, economista-chefe da corretora Interbolsa.

O economista lembra que o mercado não apreciou a estratégia do BC, que elevou os juros menos do que o esperado --de 11,75% para 12%, em vez de 12,25%-- optando por uma atuação mais prolongada e com pequenos ajustes.

Amanhã, analistas e investidores terão a oportunidade de ver em detalhes a justificativa do BC para essa estratégia, com a divulgação da ata relativa à reunião da semana passada.

Nesse ambiente de indefinição, a Bolsa abriu instável mas com poucas horas de pregão foi para o campo negativo, encerrando a rodada com perdas de 1,31%, pelo índice Ibovespa .

O bom humor predominante nas Bolsas estrangeiros não contaminou o mercado brasileiro. Em Frankfurt e Paris, os índices acionários subiram 0,65% e 0,55%, respectivamente. E nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 0,76% no fechamento.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,571, em um acréscimo de 0,44%. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,680 e comprado por R$ 1,520 nas casas de câmbio paulistas.

EUA

Como previsto, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) confirmou o fim do programa bilionário para injetar capital na economia (o "quantitativa easing"), com encerramento previsto para junho. E os juros básicos foram mantidos na "banda" entre zero e 0,25% ao ano.

Em reunião com jornalistas após o anúncio oficial, o titular do "Fed", Ben Bernanke, sinalizou que os juros básicos devem ficar inalterados pelos próximos meses.

Questionado sobre quanto tempo mais as taxas devem permanecer nesses patamares, ele declarou que "provavelmente serão necessárias um par de reuniões antes haja alguma ação".

O Departamento de Comércio dos EUA informou um aumento de 2,5% nos pedidos de bens duráveis em março, ante fevereiro. Trata-se do terceiro mês consecutivo de crescimento desse indicador. A variação de março bateu as expectativas do mercado (1,8%, pelo consenso).

O Banco Central brasileiro informou um aumento de 4,4% nas operações de crédito no trimestre, alcançando R$ 918,6 bilhões em março. Os juros médios foram de 39% ao ano em março, alta de 0,9 ponto percentual no mês.

EMPRESAS

O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 2,702 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 28,5% acima do contabilizado no mesmo período do ano passado. A ação preferencial caiu 1,57%, enquanto o ativo do rival Itaú-Unibanco cedeu 1,36%. A ação ordinária do Banco do Brasil ficou estável.

A fabricante americana de aviões Boeing registrou um lucro de US$ 586 milhões para o exercício do primeiro trimestre deste ano, superando em 13% os ganhos apurados um ano antes e acima das projeções do mercado.

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