Dilma conversa com o líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN), durante reunião com
líderes da base aliada no Palácio do Planalto
(Foto: Ed Ferreira / Agência Estado)
Em reunião no Palácio do Planalto com líderes da base aliada nesta quarta-feira (10), a presidente Dilma Rousseff defendeu a contenção de gastos públicos e a aprovação do projeto que prorroga até 2015 o mecanismo de Desvinculação de Receitas da União (DRU), afirmou o líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS).
A proposta de prorrogação da DRU, que permite que a união gaste livremente 20% dos recursos do Orçamento, está em tramitação na Câmara dos Deputados.
Ela [Dilma] disse que é necessário conter gastos. Toda a contenção de recursos públicos é necessária nesse momento. Ela também pediu para agilizar a aprovação da desvinculação das receitas da União, disse Mendes. O governo quer evitar a aprovação no Congresso de projetos que possam elevar os gastos públicos. Uma das propostas que preocupa o governo é a PEC 300, que prevê piso salarial nacional para policiais e bombeiros.
De acordo com o deputado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma apresentação sobre a crise financeira internacional, que afeta principalmente a Europa e os Estados Unidos. Segundo Ribeiro, Mantega deu a entender que a crise é pior que a de 2008, quando uma bolha no mercado imobiliário dos EUA desencadeou quedas nas bolsas de valores e desemprego, principalmente, nos países desenvolvidos.
Não tem dúvida de que é uma crise pior que a de 2008. Pela explicação do ministro Mantega é isso que pude entender, disse o líder do governo no Congresso. Na reunião, a presidente teria ainda pedido unidade da base parlamentar no enfrentamento das adversidades.
Segundo Ribeiro, Dilma não fez menção às denúncias relacionadas ao Ministério do Turismo . Em uma operação deflagrada nesta terça-feira (10), a Polícia Federal prendeu 35 pessoas em São Paulo, Macapá e Brasília, inclusive o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa. De acordo com a PF, dois terços do valor de um contrato para qualificação de profissionais de turismo no Amapá, firmado entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), teriam sido desviados. Isso equivale a quase R$ 3 milhões dos R$ 4,445 milhões previstos no contrato.