Os olhos de Emerson Fittipaldi brilham como o de um iniciante. Aos 67 anos, o bicampeão mundial de Fórmula 1 vê um sonho antigo enfim se tornar realidade: ele guiará uma Ferrari pela primeira vez. Sem disputar uma corrida profissional desde 2008, o piloto voltará às pistas no próximo dia 30 nas 6 Horas de São Paulo, última etapa do Mundial de Endurance 2014. Fittipaldi retornará ao grid do autódromo de Interlagos à frente da equipe AF Corse.
- É um desafio novo. Fui convidado para pilotar uma Ferrari. Sempre tive esse sonho. Eu nunca achei que iria esperar tantos anos pra realizar um sonho que eu tinha de pilotar uma Ferrari. É um carro da equipe oficial. Vai ser muita responsabilidade, mas muito bacana. Para mim, é o momento de renascer. Dá borboleta no estômago, frio na barriga - disse Fittipaldi.
- Faz falta (não estar na pista), e quando você tem a possibilidade de entrar para ganhar, nós temos grandes chances de ganhar a categoria, é um desafio maior ainda, não é só entrar para participar de corrida, é entrar para ganhar. Não vai ser fácil. Vamos tentar. Tudo na vida depende de como você encara, da motivação e da paixão que eu tenho pelo automobilismo. Vou me dedicar para estar rápido lá em Interlagos - disse Fittipaldi.
Promotor das 6 Horas de São Paulo, Fittipaldi já havia expressado seu desejo por voltar a correr. Ele até renovou recentemente sua carteira de piloto na Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O bicampeão da F-1 diz estar com o físico preparado para aguentar as duas horas em que guiará a Ferrari de sua equipe e tentará acompanhar o ritmo de adversários bem mais jovens.
- Eu fiquei pensando muito porque eu estou fora do ritmo, vou ter que me adaptar muito rápido ao carro. Ainda não testei a Ferrari. Meus companheiros são mais jovens do que eu. Então eu vou tentar chegar perto do tempo deles. Eles correm o ano todo e eu vou correr só aqui no Brasil. Fisicamente vou estar bem, mas o ritmo é que estou fora. Essa é minha preocupação: ritmo de freada de curva, de entrada - disse Fittipaldi.
Por Guilherme Pereira São Paulo