Na batalha entre NFL e jogadores, a liga está com a faca e o queijo na mão.
A intenção dos atletas de barganhar uma divisão mais vantajosa do bolo de US$ 9 bilhões que a liga produz anualmente sofreu uma derrota daquelas na noite de segunda-feira, quando a oitava corte do Circuito de Apelações dos Estados Unidos julgou a liminar conseguida pela liga no começo do mês passado e decidiu que os times podem manter o locaute aos jogadores pelo menos até o dia 3 de junho, quando a legalidade do caso será julgada.
Uma nova vitória para a NFL se desenha, já que os juízes que votarão daqui pouco mais de duas semanas são os mesmos que decidiram a favor dos times agora. No despacho, a corte diz que a juíza Susan Nelson interpretou a lei de maneira equivocada. O argumento dos atletas, de que existe uma espécie de formação de cartel entre os donos dos times para impedir a competitividade do mercado e gerar danos irreparáveis aos atletas, foi rechaçado. Para a justiça, trata-se de uma disputa trabalhista, apenas.
Na prática, a decisão é uma baita vitória dos cartolas. Os jogadores continuam proibidos de usar as instalações dos clubes e, com a iminente confirmação da legalidade do locaute dentro de poucos dias, os atletas ficarão num beco sem saída. A batalha nos tribunais poderá se arrastar por até dois anos, o que dificilmente os atletas vão topar.
Logo após o pronunciamento do tribunal, a liga voltou a chamar os atletas para a mesa de negociação. Não houve acordo, mas a verdade é que agora os jogadores têm muito menos poder de barganha, pois está claro que a justiça está do lado dos cartolas. Resta ver o que vai rolar nas conversas depois de 3 de junho, mas talvez o caminho para os gladiadores seja aceitar a derrota e buscar um novo acordo coletivo de trabalho. Vamos acompanhar!