Nem português, nem espanhol. Os jogadores do Grêmio esforçam-se em deixar o meia argentino Damián Escudero à vontade com um dialeto característico das regiões fronteiriças do Rio Grande do Sul: o portunhol. Embora conte com neologismos, e às vezes torne-se até mais incompreensível que o próprio idioma local, os gremistas tentam se comunicar da melhor maneira possível com o recém chegado.
Escudero é o único estrangeiro do grupo tricolor, que em 2010 também não contara com jogadores de fora do país. Naturalmente tímido, o argentino fala pouco. Mas os jogadores não desistirão de integrá-lo às brincadeiras.
Segundo o lateral-esquerdo Lúcio, o mais entusiasmado com o portunhol vigente no vestiário é o zagueiro Paulão.
- A gente falando rápido com ele não se entende, e eu falei a mesma coisa pra ele, quando o Escudero vem com o espanhol rápido também não entendo. Mas a linguagem da bola não tem segredo. Aos poucos vamos forçando o espanhol, e no contexto vira uma brincadeira. O Paulão é o que mais arrisca, um horror, ele vai até ficar brabo que eu contei - brincou.
Lúcio reforça, entretanto, que é preciso se entender prioritariamente na "linguagem da bola". Em campo tudo se resolve, qualquer que seja o idioma.
- A gente está se aproximando, no pouco contato que tive com ele, até pela dificuldade do idioma, a gente fala sobre a movimentação. Eu disse para ele que não sou meia, estou de volante mas sou lateral. Ele até brincou. Se levarmos isso para dentro de campo só tem a acrescentar.