Em uma de suas últimas entrevistas, Andy Irons disse que gostaria de ver Kelly Slater ganhar o decacampeonato mundial logo nesta temporada. Depois da morte do havaiano, o americano, com a mão na taça, não dá mais nenhuma importância à façanha. Diz, porém, estar pronto para realizar o desejo de quem foi seu maior adversário de todos os tempos. A etapa de Porto Rico foi adiada em respeito a Andy e pode recomeçar na sexta-feira.
- Estou bem para competir, mas tudo se tornou insignificante. O título mundial se tornou insignificante. Todos preferíamos tê-lo de volta. Pensar em pegar em onda, em buscar uma nota. Isso é difícil agora, mas estamos aqui para isso. É parte do que o Andy era, o motivo de nós o conhecermos tão bem. É algo que nos une - disse o americano, em entrevista à imprensa australiana e brasileira.
Slater lembrou da última vez que os dois se encontraram, em Portugal, onde, supostamente, o surfista contraiu dengue, doença que o levou à morte, na terça-feira, quando tentava voltar de Porto Rico para o Havaí.
- Ele me deu um abraço. Estava sorridente, me olhou nos olhos e disse que estava feliz por mim. Ele perdeu a competição, mas estava muito feliz.
Slater só precisa chegar às semifinais em Porto Rico ou torcer pela derrota de Jordy Smith antes das quartas. Se confirmada, a última etapa, em Pipeline, no Havaí, será em homenagem a Andy. O americano lembrou do Tributo a Eddie Aikau, campeonato de ondas grandes em memória ao salva-vidas que morreu tentando buscar resgate após um naufrágio. O nome do campeonato é "Eddie would go" (Eddie iria).
- Certamente Pipeline será em memória ao Andy, assim como é o Eddie Aikau, onde todos pegam onda por ele. Se uma onda vem, é como se Eddie fosse para ela. Em Pipe, se vier uma onda, será como se Andy estivesse indo para ela. Ele ia em todas as ondas que apareciam.