Dois times que entraram em campo sonhando com o G-4 e saíram frustrados. Com cada equipe dominando um tempo, o empate por 1 a 1 entre Grêmio e São Paulo, na noite desta quarta-feira, em Porto Alegre, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, foi justo. Com isso, paulistas e gaúchos fecham a "primeira fase" do Campeonato Brasileiro, antes da paralisação para a Copa das Confederações, longe do objetivo inicial, que era a zona da Libertadores. Os rivais têm oito pontos. O São Paulo é o sexto colocado por ter saldo de gols superior ao do Grêmio, que está em sétimo.
Pior para os técnicos Vanderlei Luxemburgo e Ney Franco, que continuarão sendo questionados durante a pausa da competição por causa da Copa das Confederações. No duelo deste meio de semana, Luis Fabiano, que, logo após a partida, admitiu que pode ser negociado, abriu o placar no primeiro tempo; Kleber, após cobrança de escanteio de Zé Roberto, deixou tudo igual.
Os dois times só voltarão a campo na primeira semana de julho. No dia 7 (domingo), o time paulista receberá o Santos no Morumbi. No mesmo dia, os gaúchos vão a Curitiba para enfrentar o Atlético-PR.
Fabuloso dá de bico e põe o São Paulo na frente
Com sete pontos na tabela de classificação e pressionados pelos momentos turbulentos que vivem, Grêmio e São Paulo entraram em campo com esquemas ofensivos. Do lado gaúcho, Elano deu lugar a Wellinton, que atuou ao lado de Kleber e Barcos. Do lado tricolor, Aloísio ganhou a vaga de Maicon e entrou para jogar ao lado de Osvaldo e Luis Fabiano, que apesar de prestigiado por boa parte da torcida, tem proposta de equipes da Europa e pode se despedir durante a Copa das Confederações.
Mas o grande jogo ficou apenas na promessa. Gaúchos e paulistas erraram muito. Os laterais praticamente não apareceram e, com isso, o jogo ficou concentrado no meio. No setor de criação, Zé Roberto e Ganso tiveram apenas lampejos. O experiente meio-campista criou a única jogada do Grêmio na etapa inicial, após falha de Rogério Ceni, que se recuperou e evitou gol de Barcos. Já o meia são-paulino roubou uma bola aos 13 e deixou Luis Fabiano na cara do gol. O camisa 9 só não marcou porque Dida fez grande defesa.
Na segunda chance, no entanto, o Fabuloso não desperdiçou. Aos 41, Douglas fez grande jogada, avançando pelo meio, limpando o marcador e servindo o atacante que, de bico, bateu cruzado e marcou seu terceiro gol, tornando-se vice-artilheiro do Brasileirão, atrás de Fernandão (Bahia), Maxi Biancucchi (Vitória) e Ederson (Atlético-PR). Com 173 gols, tornou-se o quinto maior artilheiro do clube do Morumbi, ao lado de Luizinho. O recordista é Serginho Chulapa, que marcou 242 vezes.
Grêmio cresce sob batuta de Elano e chega ao empate
Irritado com o desempenho do Grêmio, o técnico Vanderlei Luxemburgo fez alterações, saindo do 4-3-3 para o 4-4-2 com as entradas de Elano e Guilherme Biteco nas vagas de Adriano e Welliton. Com isso, Zé Roberto recuou para fazer o papel de segundo volante. Do lado tricolor, a ordem era apertar na marcação para sair no contra-ataque e matar o jogo. Começava aí bom duelo entre Elano e Rogério Ceni.
Nos primeiros dois lances, o meio-campista bateu de longe e o goleiro são-paulino levou a melhor. Na terceira, aos 21, ele disparou uma bomba na trave esquerda do rival. Logo depois, assustou em cobrança de falta. Todas as jogadas de perigo do Grêmio saíram dos pés do camisa 7, que fazia o que queria em campo.
Do lado são-paulino, a organização da etapa inicial se transformou em bagunça. Com um homem a menos no meio-campo, a equipe paulista ficou encurralada. Tanto que Luis Fabiano passou a ser uma figura decorativa em campo. Percebendo o crescimento do rival, Ney Franco mexeu e voltou ao 4-4-2, com Maicon na vaga de Aloísio.
De tanto pressionar, o Grêmio chegou ao empate. Aos 42, Zé Roberto cobrou escanteio pela esquerda, Souza desviou de cabeça e Kleber só empurrou para as redes. Festa na Arena para um time que não merecia perder. Antes do apito final, o São Paulo deu seu único ataque na etapa complementar, e Maicon exigiu grande defesa de Dida.