Os deputados do PSOL apresentaram na Câmara um projeto que proíbe a prestação de consultoria remunerada de parlamentares durante o exercício do mandato.
O pedido vem depois da Folha revelar que o ministro Antonio Palocci teve, entre 2006 e 2010, seu patrimônio foi multiplicado por 20 vezes, saltando de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões. Na época, ele era deputado federal.
No projeto, o PSOL propõe a inclusão da proibição no Código de Ética e Decoro Parlamentar. A proposta foi apresentada pelos deputados Chico Alencar e Jean Wyllys (ambos do RJ) e Ivan Valente (SP).
Eles também entraram com um pedido cobrando informações de Palocci.
Nesta terça-feira, a Casa Civil encaminhou e-mail a um grupo de senadores com explicações sobre a evolução do patrimônio do ministro.
Na mensagem, a Casa Civil justifica a evolução no patrimônio ao lembrar que, como ex-ministro da Fazenda, Palocci recebeu uma "experiência única" que dá valor a profissionais de consultoria no mercado e cita outros ex-integrantes do governo que também enriqueceram ao deixarem seus cargos.
A Casa Civil também afirma que todas as informações relacionadas à evolução patrimonial do ministro constam de sua declaração de renda de pessoa física, assim como são "regularmente enviadas" à Receita Federal --incluindo informações da empresa Projeto, da qual Palocci tem 99,9% do capital. Diz ainda que Palocci não reside no apartamento de R$ 6,6 milhões comprado em São Paulo.
A empresa Projeto, segundo a nota, foi aberta em 2006 para a prestação de serviços de consultoria econômico-financeira --por meio da qual o ministro aumentou o seu patrimônio.
"Não há nenhuma vedação que parlamentares exerçam atividade empresarial, como atesta a grande presença de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura são sócios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestação de serviços ou atividade rural", diz a nota.
Durante o dia, a oposição decidiu a apertar o cerco ao ministro. Os ataques acontecem um dia depois do Palácio do Planalto decidir não investigar a evolução patrimonial de Palocci.
Na Procuradoria-Geral da República, o PPS pediu uma investigação sobre a evolução dos bens.
No documento, o partido pede ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que acione a Polícia federal para apurar quem são os clientes, o faturamento e o tipo de serviço da empresa Projeto.
Em outro flanco, o PSDB entrou com ofício no Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) --órgão vinculado ao Ministério da Fazenda-- pedindo