A circulação de candidatos na favela de Heliópolis é tão comum que a campanha eleitoral serviu até de disfarce para a Polícia Civil de São Paulo. Em agosto deste ano, foi deflagrada uma operação contra o tráfico de drogas.
A solução encontrada pelos policiais foi infiltrar um agente na comunidade como um falso candidato. Até mesmo o número para a urna eletrônica foi providenciado: 70.171 - em alusão ao artigo do Código Penal que trata de crimes de estelionato.
Os investigadores, travestidos de cabos eleitorais, panfletaram no local durante dez dias. Enquanto distribuíam santinhos, camisetas e bonés para anunciar a camapanha do falso candidato, mapeavam ruas e pontos de distribuição de drogas. Um carro de som também esteve envolvido na ação. Até que conseguiram marcar uma reunião com o homem apontado como o gerente do tráfico na favela. A operação resultou na prisão de quatro suspeitos, além de apreensão de meio quilo de maconha, porções de crack, duas armas e radiocomunicadores.
Apesar da operação, quem é próximo à comunidade garante que a violência não é preocupação na eleição na favela. Segundo Laércio Brandini Júnior, chefe do cartório do Ipiranga, na zona eleitoral responsável por organizar o pleito na favela, não houve até agora qualquer notícia relacionada à violência contra candidatos no bairro.
Para o dia 3 de outubro, afirma Brandini Júnior, o esquema de segurança deve ser igual ao de outras regiões da cidade é praxe, por exemplo, que a urna eletrônica seja levada até as escolas por um soldado da PM, que pernoita no local até o início da votação.
Não vejo porque o pessoal do outro lado da história vai proibir ou dificultar a eleição. A maior preocupação mesmo é em relação à questão geográfica, porque tem muitas ruas pequenas, em declive, e os acessos às escolas podem ficar mais complicados se chover no dia.