O escritor americano Philip Roth, conhecido por romances como "O complexo de Portnoy" e pela "Trilogia americana", ganhou o quarto prêmio Man Booker International. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18), na Austrália.
Roth concorria com outros importantes escritores, entre eles, o espanhol Juan Goytisolo, o libanês Amin Maalouf, a italiana Dácia Maraini, as americanas Anne Tyler e Marilynne Robinson, os chineses Su Tong e Wang Anyi, o canadense Rohinton Misty e os britânicos John le Carré, James Kelman e Philip Pullman.
O anúncio do prêmio bienal, no valor de 68,4 mil euros (US$ 97.469), foi durante entrevista coletiva realizada na ópera de Sydney. Entre os autores agraciados com o prêmio figuram o albanês Ismail Kadaré (2005), o nigeriano Chinua Achebe (2007) e o canadense Alice Munro (2009).
"Durante mais de 50 anos, os livros de Philip Roth, de raízes judaicas, estimularam, provocaram e divertiram milhares de pessoas", comentou o presidente do júri, Rick Gekoski. "Sua imaginação não só transformou nossa ideia sobre a identidade judaica, mas reanimou o gênero da ficção e não só a ficção americana."
"Sua carreira é impressionante pelo fato de ter começado em alto nível e não deixou de melhorar. Com 50, 60 anos, quando a maioria dos romancistas começa a declinar, escreveu uma série de romances da máxima qualidade", disse Gekoski.
"Sua obra mais recente, 'Nemesis' [2010], é tão leve, memorável e viva como as anteriores."
O próprio Roth, citado pela organização no comunicado, assinalou que "um dos prazeres especiais" que sentiu como escritor é o de saber que sua obra foi lida no mundo inteiro. Ele é autor de obras tão conhecidas e traduzidas como "O complexo de Portnoy" (1969), a primeira que ganhou fama, "Operação Shylock" (1993), e "O animal moribundo" (2001).
Também é conhecido por sua trilogia na qual disseca a sociedade americana do século 20: "A pastoral americana" (1997), "Casei com um comunista" (1998) e "A mancha humana" (2000).
Muitas de suas obras refletem os problemas de assimilação e identidade dos judeus norte-americanos, o que o vincula a outros autores de seu país como o prêmio Nobel Saul Bellow e Bernard Malamud.
O personagem que aparece com maior frequência em seus romances é o escritor Nathan Zuckermann através do qual Roth explora os aspectos tragicômicos da assimilação judaica nos EUA, pelo qual recebeu críticas por alguns considerarem esse personagem de ficção seu "alter ego".