O Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta segunda-feira que é impossível garantir o fim de arrastões nas ruas da cidade. Segundo ele, oferecer uma solução imediata para o problema seria um blefe e quem o fizesse um mentiroso.
Não tem como garantir isso [fim de arrastões], não há garantia, quem garante isso de certa forma é um blefe. Como garantir que não vai ter incidente em cidade com 12 milhões de pessoas em que historicamente o tráfico se instalou (...) Mágica não existe. Quem oferecer solução para segunda-feira é um mentiroso, afirmou o secretário, que está em Brasília para encontro com secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Ballestreri. Beltrame disse que o Estado seguirá com o programa de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos morros cariocas e vai transferir prisioneiros que podem estar ligados aos ataques iniciados no fim de semana para presídios federais.
Nessa caminhada [de instalação de UPPs] essas coisas vão ter que acontecer e vamos enfrentar. Se o tráfico e milícia aposta que vai acabar [a retomada de territórios ocupados] nós dobramos a aposta e vamos fazer incursões onde não achávamos que era necessário (...) Hoje vou mandar mais para presídios federais. Mandei 40 até hoje e agora a fila vai andar, disse. Em entrevista coletiva concedida em Brasília, Beltrame negou a necessidade de pedir reforço de tropas federais para conter os arrastões que, segundo ele, não podem ser taxados como atos terroristas.
Não dá para dizer que traficante emburrado é ação terrorista. Eu sei que isso provoca medo nas pessoas e sei que não é bom. Mas o que vai resolver é planejamento estratégico, objetivo e foco. Não adianta agir somente em cima desse caso e depois ter outros e ficar enxugando gelo. Tem que debelar armas e dominar territórios onde o Estado não tem atuação permanente, disse.
O Secretário ainda comentou que os autores dos ataques estão sendo identificados. Segundo ele os responsáveis são um pequeno grupo de uma facção criminosa. Vamos voltar a atuar dentro de alguns locais (morros) para buscar autores disso. É mais importantes buscar autores que as causas dos crimes.