Governo italiano apela a Lula para rever refúgio dado a escritor
O governo da Itália se disse surpreso e desapontado com a decisão tomada na última terça-feira, dia 13 de janeiro, pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder o status de refugiado a Cesare Battisti, "um terrorista responsável por crimes extremamente graves e que não tem nenhuma semelhança com um refugiado político". A afirmação foi feita em nota, divulgada nesta quarta-feira, dia 14 de janeiro, na página do Ministéio das Relações Exteriores italiano.
No comunicado, o governo italiano informa que fez um apelo ao presidente Lula para que a decisão fosse revista. A Itália também mostrou satisfação com a decisão de novembro do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça, de negar o pedido de refúgio do escritor de 52 anos, Cesare Battisti.
"Isso é o mais importante num momento no qual os países do G8 e todos aqueles que, como o Brasil, estão colaborando intensamente com eles, estão sendo chamados a confirmar o seu comprometimento solene em promover medidas crescentes e efetivas no combate ao terrorismo internacional", conclui a nota. Em Brasília, a Embaixada da Itália disse que não vai comentar o assunto.
Ontem, o ministro Tarso Genro concedeu refúgio a Battisti, por entender que existe o elemento de "fundado temor de perseguição". O italiano foi condenado à prisão perpétua por duas sentenças, com processo de extradição passiva executória. No pedido de extradição, a Itália alega quatro homicídios que o escritor teria cometido entre 1977 e 1979. O voto do ministro foi dado depois de analisados os argumentos do recurso impetrado contra a negativa do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), em novembro passado.