Fernanda Simas, iG São Paulo
Iago e Vitor, que sobreviveram ao sequestro, disseram que o motoboy anunciava que Eloá não sairia viva do apartamento
O jovem Iago de Oliveira, testemunha do caso Eloá
Foto: AE
O jovem Iago Vilera de Oliveira, que também foi mantido refém pelo motoboy Lindemberg Alves, foi a primeira testemunha do julgamento a permitir a presença do réu durante seu depoimento.
Assim, Lindemberg voltou para a sala do júri acompanhado por policiais para ouvir o depoimento.
O acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel passou a maior parte do depoimento indiferente, com as pernas abertas e com os ombros baixos. Ele apenas olhava para Iago e para a juíza, mas jamais direcionou o olhar para a plateia e os jurados.
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No entanto, Lindemberg ficou visivelmente incomodado quando Iago disse que ele disparou contra a multidão e um policial.
Iago relatou que Lindemberg foi até a janela do banheiro com Nayara nos braços e efetuou os disparos. Ao voltar para sala ele afirmou aos reféns que era “muito bom de mira e quase acertou um policial”.
Nesta parte do depoimento, Lindemberg começou a coçar a cabeça, se movimentar, lamber a boca e engolir seco, aparentemente irritado com o que Iago disse ao júri.
Intenção de matar
Depois, o réu se acalmou e o depoimento continuou. Assim como Nayara, Iago e Vitor de Campos, o amigo da vítima que também foi mantido refém, disseram que Lindemberg tinha intenção de matar Eloá desde o princípio.
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Advogado: "Ele tinha intenção de matar"
Segundo Iago, no dia do sequestro, o motoboy dizia que mataria Eloá e só não sabia se mataria todo mundo também e se cometeria suicídio depois. No entanto, tinha uma certeza, que Eloá não sairia viva do apartamento.
Iago e Vitor confirmaram a história de que Eloá foi agredida no ponto de ônibus por Lindemberg e que ele passava na escola de moto ameaçando os amigos.
Segundo Vitor, Lindemberg agrediu a todos. Ele colocou os quatro no quarto, deu uma coronhada no Iago, deu uma coronhada em mim e a todo momento dizia que se a Eloá não fosse mais dele não seria de mais ninguém.
“Lindemberg falou para Eloá: ‘Você me deixou. Vai me obrigar a acabar fazendo alguma besteira’. E ela disse: ‘Então eu volto com você. E ele respondeu: ‘Assim eu não te quero de volta, você não vai ser de mais ninguém’”, disse Vitor em depoimento.
Iago e Vitor disseram que não foi surpresa o modo como terminou o sequestro porque, segundo eles, toda hora Lindemberg dizia que iria matar Eloá.
“Teve um momento que ele pediu para a gente colocar as músicas que a gente mais gostava para ouvir no computador porque seriam as últimas músicas que iríamos ouvir”, disse Iago.
Julgamento Eloá Pimentel
Lindemberg Alves sentado no bando dos réus do fórum de Santo André, nesta segunda-feira (13)
Foto: AE
Lindemberg Alves recebe as primeiras instruções nesta segunda-feira (13)
Foto: AE
A juíza Milena Dias no plenário fórum de Santo André, na manhã desta segunda-feira (13)
Foto: AE
A estudante Nayara Rodrigues da Silva, sobrevivente do sequestro, chega ao fórum de Santo André, nesta segunda-feira (13)
Foto: AE
O jovem Iago Vilera de Oliveira, um dos jovens que foram sequestrados por Lindemberg, no fórum de Santo André, nesta segunda-feira (13)
Foto: AE
A advogada Ana Lúcia Assad, ao chegar ao fórum de Santo André, nesta segunda-feira (13)
Foto: Diogo Moreira/Futura Press
A mãe de Eloá chega ao fórum de Santo André, no primeiro dia de julgamento (13)
Foto: AE
Carro da Polícia Militar chega com Lindemberg ao fórum, na manhã desta segunda-feira (13)
Foto: Carolina Garcia
Homem se coloca em cruz em frente ao fórum de Santo André, para acompanhar o julgamento de Lindemberg, nesta segunda-feira (13)
Foto: AE
Movimentação em frente ao fórum de Santo André, no Grande ABC, na manhã desta segunda-feira (13)
Foto: AE