A polícia já identificou quatro suspeitos de envolvimento no aborto de Elizangela Barbosa, de 32 anos: duas mulheres responsáveis pelo procedimento, que seriam mãe e filha; um enfermeiro, que teria levado a grávida até elas; e um outro homem, apontado como a pessoa que levou a vítima até o hospital. Apenas o primeiro nome de uma das suspeitas, a mãe de outra envolvida, foi revelado pela polícia: Lígia.
- Estamos divulgando esse nome para ver se ela se apresenta espontaneamente na delegacia para prestar esclarecimentos - disse o delegado Wellington Vieira, titular da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
O enfermeiro já foi ouvido, nesta segunda-feira, e confirmou que levou Elizangela para realizar o aborto. Ainda de acordo com o delegado, todos os quatro envolvidos no caso serão indiciados pelo crime de aborto qualificado.
Uma faxineira que estava na casa para onde a grávida foi levada no sábado, no Sapê, em Niterói, prestou depoimento nesta terça-feira. Ela disse que foi contratada por Lígia há dois meses, e que trabalhava na residência - situada no número 22 da Rua Silvino Pinto - duas vezes por semana, recebendo R$ 100 por faxina. A mulher também relatou que o local não tinha uma rotina de casa.
- Por enquanto, ela é tratada como testemunha. Em depoimento, disse que não havia lixo na lixeira, comida na geladeira, roupas no varal... Ou seja, reforça a suspeita de que aquele imóvel seria usado apenas para fazer os abortos - afirmou o delegado Wellington Vieira.
Os investigadores estiveram no endereço mais cedo para cumprir um mandado de busca e apreensão. Dentre os medicamentos encontrados no local, havia pomadas com base em antibióticos, curativos e remédios para uso veterinário.
- Fora isso, não encontramos nenhum equipamento que possa ter sido usado no aborto. O legista vai analisar cada um dos remédios encontrados para sabermos se eles podiam ser usados em aborto. Isso pode indicar se eram feitos abortos no local ou não - informou o delegado.
O corpo de Elizangela Barbosa ainda está no IML do Barreto, em Niterói. O laudo com a causa da morte ainda não foi repassado à polícia.