Nova versão para o que ocorreu na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no dia em que Eliza Samudio teria sido assassinada, deu novo fôlego à defesa neste terceiro dia de julgamento, no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O delegado que comandou as investigações na época do desaparecimento da amante de Bruno Fernandes, Edson Moreira, que hoje é vereador, disse em seu interrogatório que a modelo não foi esquartejada por Bola em sua residência, em Vespasiano, e que seu braço não foi jogado para cães.
A versão difere daquela apresentada pela principal testemunha do caso, o primo de Bruno, Jorge Luiz Sales. Na época menor de idade, Jorge disse ter visto o ex-policial jogar o braço para cães após matá-la por asfixia. Após cinco horas e meia de interrogatório, o advogado de Bola, Ércio Quaresma, alegou cansaço e os trabalhos foram interrompidos. Moreira continuará a ser interrogado a partir das 9 horas desta quinta-feira, 25.
Ex-delegado Edson Moreira, que hoje atua como vereador, durante depoimento no salão do júri (24/04)
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, durante terceiro dia do julgamento
Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Futura Press
Jornalista José Cleves foi ouvido pela juíza no 3º dia de júri (24/04); Bola acompanhou a oitiva
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Réu conversa com um de seus advogados nesta terça durante depoimento do presidiário Jaílson de Oliveira (23/04)
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Promotor Henry Vasconcelos pergunta ao presidiário Jaílson sobre relação com Bola nesta terça (23/04)
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Primeira testemunha a ser ouvida é a delega Ana Maria dos Santos, arrolada pelo Ministério Público
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é visto no plenário neste primeiro dia de júri
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é visto no plenário neste primeiro dia de júri
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Advogado Ércio Quaresma, um dos defensores de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Juíza Marixa Fabiane (esq.) e o defensor Ércio Quaresma (dir.) em plenário no primeiro dia do júri
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Bancada de defensores já estão em plenário para o júri do Bola, nesta segunda (22)
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Promotor Henry Vasconcelos, responsável pela acusação do Caso Bruno, no 1º dia do júri
Foto: Renata Caldeira/TJMG
Familiares do ex-policial Bola chegam ao fórum de Contagem para acompanhar o julgamento
Foto: Cristiane Mattos/Futura Press
Familiares do ex-policial Bola chegam ao fórum de Contagem para acompanhar o julgamento
Foto: Cristiane Mattos/Futura Press
José Arteiro, advogado da mãe de Eliza Samudio, chega ao fórum para acompanhar o júri de Bola
Foto: Cristiane Mattos/Futura Press
O interrogatório do delegado era a grande aposta da defesa de Bola para tentar levantar possíveis falhas durante a investigação. Quaresma tem afirmado que Moreira conduziu intencionalmente as investigações para incriminar seu cliente e notório desafeto. O depoimento foi recheado de ironias e trocas de farpas entre os dois.
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O ponto alto veio logo após Quaresma pressionar o delegado por detalhes das investigações na época do crime, ocorrido em junho de 2010. Ele perguntou se nas "facas ou qualquer outro instrumento, como machado, encontrados na casa de Bola, foi feito exame com luminol (produto químico que aponta a presença de sangue) e encontrado sangue".
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Moreira respondeu que, de acordo com o laudo de constatação feito por peritos, não foi encontrado sangue no local. "Concluiu-se que naquela casa ninguém foi picado, dissecado. Podia ter morrido por asfixia, mas ninguém foi partido lá. Foi usado luminol para identificar se havia vestígio de sangue", afirmou a testemunha.
Quaresma não perdoou e questionou diretamente Edson Moreira se alguma mão de Eliza foi jogada aos cães na casa de Bola. O depoente disse que não. Pela manhã, foi interrogado o jornalista José Clèves, também a pedido da defesa. Quaresma pretendia mostrar falhas no caráter de Edson Moreira, que apontou Clèves como assassino de sua própria mulher. O jornalista acabou sendo inocentado.