O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira que há outros envolvidos no esquema de corrupção revelado ontem (30) na Secretaria de Finanças. Quatro auditores da prefeitura foram presos ontem sob suspeita de estarem envolvidos na cobrança de propina para a emissão de guias do ISS, imposto cobrado sobre construções.
A fraude, segundo as primeiras apurações, pode chegar a R$ 500 milhões e envolve a liberação de imóveis de alto padrão na cidade.
"Sim, há mais envolvidos no esquema. [...] Os servidores presos estão prestando depoimento, a rede pode ter se expandido", disse Haddad.
Segundo o prefeito, os nomes não podem ser revelados ainda, pois as investigações estão em andamento, mas o esquema de fraude está na mira da Controladoria Geral do Município.
A investigação, envolvendo prefeitura, Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Federal, resultou também na apreensão de centenas de documentos em escritórios na manhã de ontem, além de carros de luxo e motos.
Segundo o prefeito, as empresas envolvidas ainda serão ouvidas para tentar esclarecer em que "circunstâncias acontecia o esquema". Haddad não disse quando isso deve acontecer, mas espera a colaboração das construtoras.
O prefeito também admitiu que antes da criação da Controladoria Geral do Município não havia uma investigação prévia para a nomeação de servidores. Um dos detidos, Ronilson Bezerra Rodrigues, era diretor de administração e finanças da SPTrans em sua gestão e era investigado desde o final do ano passado.
"Em setembro [de 2012] o que houve foi uma apuração muito superficial que partiu de uma denúncia anônima. A partir da criação da CGM começamos a fazer cruzamentos para identificar o real patrimônio", afirmou.