A Prefeitura de São Paulo estuda a implantação de um novo modelo de rodízio na cidade na tentativa de minimizar ainda mais os efeitos nocivos do trânsito. A Secretaria Municipal de Transportes avalia a possibilidade de ampliar a restrição de veículos para toda a cidade, de acordo com representante da pasta ouvido pelo G1.
Com a medida, os veículos com finais de placa que geralmente não podem circular pelo Centro expandido em pelo menos um dia da semana também estariam impedidos de trafegar pelos bairros e até de tirar o carro da garagem, já que correriam o risco de levar multa.
Esta é o terceiro modelo de rodízio estudado pela Prefeitura. No começo do ano, um projeto previa a ampliação em 400 vias arteriais, além do anel viário. A proposta, porém, foi praticamente descartada por Haddad. Outra medida é o rodízio estendido, que vigora das 7h às 20h, e foi adotada cinco vezes durante a Copa do Mundo.
Técnicos da Secretaria de Transportes já encerraram as simulações dos efeitos que seriam sentidos no trânsito com o novo modelo de restrição. Eles verificaram que o rodízio teria efeitos benéficos ao tráfego de veículos e redução de congestionamento. Com a adoção da medida, o número de veículos trafegando nos horários de pico seria cerca de 23% inferior à frota que circula durante o horário de rodízio atualmente.
A cidade de São Paulo tem um frota circulante de cerca de 7 milhões de veículos. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a estimativa é que 20% do total da frota circulante, que é de 3,8 milhões de veículos, deixem de circular diariamente na cidade em função do rodízio de veículos. Ou seja, nos horários de pico, entre 7h e 10h e das 17h às 20h, 760 mil veículos não trafegam pelo Centro Expandido nos horários da restrição.
Com a redução dos 23% sobre os índices atuais, mais 700 mil veículos sairiam das ruas com o rodízio em toda a cidade. Desta forma, a frota circulante nos horários de pico seria cerca de 2,3 milhões de veículos, 1,5 milhão a menos.
O estudo deve ser divulgado somente após o término das eleições, já que uma medida restritiva como essa poderia ser vista como negativa e diminuir o índice de intenção de votos do candidato petista ao governo do estado Alexandre Padilha.
O trânsito caótico da capital paulista que aumenta a cada dia e provoca mais transtornos aos paulistanos é a principal motivação para a adoção do novo rodízio, já que o modelo atual atua apenas em um perímetro de 150 km quadrados do Centro da cidade.
Implementado em 1997, o rodízio impõe restrição à circulação de automóveis entre as 7h e as 10h e das 17h às 20h na área denominada minianel viário ou Centro Expandido.
Outras medidas
No início deste ano, a Prefeitura apresentou um projeto de rodízio ampliado em 400 vias arteriais, além do anel viário. Caso fosse implantado, a restrição seria ampliada para mais 371 km de avenidas e ruas em 35 eixos viários, além do centro expandido. Prevista para entrar em vigor até o mês de abril deste ano, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que o projeto pode não sair do papel, já que os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não chegaram a um consenso sobre a eficácia da medida a longo prazo.
Outro medida polêmica que foi sendo estudada é o rodízio estendido, que vigora das 7h às 20h, e foi adotada cinco vezes durante a realização da Copa do Mundo depois do jogo do Brasil do dia 17 de junho ter provocado 302 km de congestionamento com a liberação dos funcionários pelas empresas mais cedo para assistir à partida. A lentidão foi a terceira mais alta no período da manhã na história da cidade.
Durante a Copa, Haddad chegou a propor a decretação de feriado no dia dos jogos do Brasil para diminuir o impacto no trânsito, mas os vereadores não aprovaram a medida, e o prefeito decretou o rodízio estendido durante todo o dia.