O inglês Ryan Doyle, de 23 anos, é um dos mais renomados freerunners do mundo. Praticante há 12 anos, Ryan começou na modalidade a partir das artes marciais. Participa do Arte do Movimento desde a sua primeira edição, em 2007, em Viena, Áustria. Conheça um pouco mais sobre o frerrunner.
Como e quando você começou no parkour? Há quanto tempo pratica a modalidade?
Quando eu comecei não tinha um nome, eu era apenas um garoto louco. É importante lembrar que eu faço parte de uma das primeiras gerações de freerunners, então eu não vi esse esporte na TV, nem tinha um ídolo para me inspirar. Eu comecei a fazer backflips com sete anos de idade, e cresci cercado por artes marciais. Comecei a colocar movimentos das lutas e foi assim que surgiu meu estilo. Eu sempre pratiquei parkour, todo mundo aprende a engatinhar, andar, correr, saltar e então a sociedade nos proíbe de fazer isso em lugares públicos... Por quê? Hoje em dia, correr, saltar ou fazer qualquer movimento fora do comum é considerado perigoso ou anormal. Eu ando com pessoas que, assim como eu, acham anormal as pessoas não se movimentarem e restringirem seus movimentos.
O que te levou a praticar o parkour?
O parkour/freerunning não é uma atividade objetiva. Há muitos motivos do porque fazemos isso, mas a minha principal razão é porque essa é uma forma eficiente de alcançar objetivos e se superar sempre. Você precisa definir o que quer e descobrir a maneira mais eficiente de chegar lá, treinando tanto o cérebro quanto o corpo.
O freerunning permite que você se expresse através do movimento.
Para você, quem são os melhores na modalidade? Você se considera favorito para vencer o Arte do Movimento em São Paulo?
Não há regras ou jeito certo e errado de praticar. Cada um se destaca por ter um estilo único e incomparável. A modalidade não é chamada de arte do movimento à toa, para mim cada atleta tem uma apresentação diferente.
Ryan Doyle
Estamos apenas vendo o quão bem os estilos podem ser adaptados para novos ambientes e tentando encontrar o atleta que vai fazer os melhores movimentos. Isso não significa que eles são melhores, isso só mostra que a cada novo percurso e ambiente teremos um novo vencedor, pois alguém sempre vai se sair melhor.
É como música, não dá pra dizer com toda certeza qual é o melhor estilo musical, porque todos têm uma opinião diferente sobre a arte, mas podemos decidir qual melodia soa melhor com determinadas letras.
Você já se machucou muito. Já pensou em parar?
Em 2007, eu pensei em desistir, mas eu não sou o tipo de pessoa que consegue ficar parado. Eu sempre vou gostar de me movimentar e, às vezes, é inevitável que eu me machuque, mas tudo isso faz parte. Parkour não oferece nenhum risco maior do que outros esportes, para mim, é um risco que vale a pena. Não acho que eu me arrisco à toa. A própria definição do que é perigoso é subjetivo. Para mim andar de bicicleta é perigoso, mas para muitos outros não.
Quais eram as suas expectativas em relação ao Brasil?
O Brasil é muito diferente do que eu imaginava. Eu não sei por que, mas achava que ia encontrar mais verde e menos concreto. São Paulo é uma cidade enorme, nunca vi igual! Aqui existem edifícios em todo lugar que eu olho.