Verão combina com férias, viagens, calor, praia... E pele bronzeada. Ainda que, desde os anos 80, os dermatologistas venham alertando para os perigos do sol, muita gente quer aproveitar o verão para ficar com a pele mais morena.
Usar sempre o filtro solar, fator 30 ou acima e complementar a proteção com outros acessórios, como chapéu, óculos escuros e protetores labiais, são algumas das recomendações da especialista Christiana Blattner, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A quantidade de filtro a ser usada deve ser em torno de duas colheres de sopa para o corpo e uma colher de chá no rosto, explica a médica.
As pessoas sabem dos cuidados necessários, mas eles ainda não são hábito da maioria, lembra a dermatologista. Segundo ela, o ideal é passar o protetor sobre a pele 30 minutos antes da exposição solar e reaplicá-lo a cada duas horas. Se a pessoa entra na água, é preciso passar o protetor novamente, explica.
Para Christiana Blattner, o hábito de proteger a pele precisa ser aprendido o quanto antes, inclusive pelas crianças. O sol é uma radiação. Ao atingir as camadas mais profundas da pele, os raios ultravioletas podem alterar as células da pele, atuando sobre o seu DNA, provocando envelhecimento precoce, causando lesões e até mesmo câncer de pele. Mas isso não ocorre de uma hora para outra; o nosso corpo vai acumulando esses efeitos nocivos do sol, por isso é tão benéfico iniciar a proteção já na infância.
A médica completa: O sol é um importante fator de aceleração do envelhecimento da pele, pois ele destrói as fibras de colágeno, que dão sustentação à pele. E lista outro problema: além de tudo isso, a exposição solar sem proteção pode causar queimaduras na pele, que podem ser graves se não tratadas de imediato.
Para quem abusou do sol, Christiana Blattner orienta: Se as lesões pelo excesso de sol forem leves, cremes hidratantes poderão ser suficientes, mas se forem mais graves, com bolhas e ardor, um médico deverá ser consultado para orientar e até medicar adequadamente o paciente.
Segundo ela, o dermatologista é o médico indicado para prescrever o melhor filtro solar, adequado para cada tipo de pele. Existem filtros mais indicados para indivíduos com peles mais seca e outros para peles oleosas. É importante também fazer a escolha do filtro de acordo com os hábitos e a cor da pele de cada pessoa. Filtros mais oleosos, por exemplo, associados ao clima quente e úmido e ao aumento da exposição solar, podem promover a formação de cravos e espinhas nas peles acneicas.
Além disso, o calor e a umidade podem aumentar o risco de doenças infecciosas, como micoses na pele e nas unhas. Para evitar esses problemas, além dos filtros solares, é indicado procurar usar roupas leves, hidratar-se com frequência e procurar um dermatologista se perceber algum sinal de doença na pele, como vermelhidão e descamação.
E, para quem não abre mão de conquistar um bronzeado, o autobronzeador pode ser uma opção. Ele faz a pigmentação da pele. Não causa danos porque não interfere na atividade das células. Ele promove uma reação química na camada mais superficial da pele, que resulta na coloração desta camada, sem estimular as células produtoras de pigmentos, explica Christiana Blattner. A dermatologista, porém, sugere o uso moderado. Não é preciso exagerar no autobronzeador, para que o corpo não fique com aquela coloração muito alaranjada.