E esse incômodo que pode causar muito sofrimento e ser incapacitante é uma das maiores reclamações nos consultórios médicos. Mais especificamente as dores que atingem as costas e a cabeça e que podem ter diversas causas.
Os dois grupos mais recorrentes quando se fala de dor são os da cefaleia e das dores lombares. Elas podem não ser as mais intensas como é o caso da neuralgia do trigêmeo mas podem ser incapacitantes, caso se tornem crônicas, explica Cláudio Fernandes Corrêa, neurocirurgião e diretor do Centro da Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
Os tipos de cefaleia
Corrêa explica que o grupo da cefaleia, de acordo com pesquisas da Academia Americana de Neurologia, pode se desdobrar em mais de uma centena de subtipos. As mais comuns, porém, são basicamente três: a cefaleia tensional, a cefaleia vascular ou enxaqueca e a cefaleia de Horton, também chamada de cefaleia em salva, diz o médico.
A cefaleia tensional, explica Corrêa, é uma dor que envolve todo o crânio. Isso porque a musculatura ao redor da cabeça se tensiona (ao contrário do que se pensa, a tensão nesse caso não é emocional, mas muscular).
No caso da enxaqueca, além da dor pulsátil que pode durar horas os pacientes podem também, junto com as crises, ter náuseas e fotossensibilidade intensa, além da hipersensibilidade ao som. Quem sofre com a enxaqueca, muitas vezes, procura ficar em um quarto escuro e isolado de tudo, diz.
Entretanto, algumas pessoas que acham que sofrem com a enxaqueca podem estar sofrendo com outra condição: a cefaleia de Horton ou cefaleia em salva. É uma dor que atinge um lado da cabeça, próximo à testa, a têmpora e o globo ocular. Também é intensa e chega a durar horas. Se ocorrer mais de uma vez por dia, ela pode se tornar crônica, alerta Corrêa.
Tratamento
O tratamento para as cefaleias se divide, basicamente, em duas frentes: interrupção da dor e profilaxia das crises. O arsenal é vasto e é preciso definir o problema para ver quais os melhores caminhos farmacológicos, afirma Corrêa, que lembra também que há terapias que complementam esses tratamentos, como o biofeedback, um condicionamento físico que envolve técnicas de relaxamento para que os pacientes aprendam a controlar o incômodo que a dor causa.
Há ainda um subtipo de cefaleia que pode precisar do apoio de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como é o caso da cefaleia cervicogênica, que tem origem nos nervos que atingem a região posterior do crânio. Esses casos têm a opção de combater a dor utilizando implantes de eletrodos sob a pele para bloquear os impulsos da dor e aliviar a condição, completa o neurocirurgião.