Mesmo com a aparência de uma cidade do interior, Reykjavik, a capital da Islândia, é um destino pra lá de excêntrico.
Seu parlamento fica em uma esquina, em uma residência de paredes brancas, sem muros e nenhum policiamento. O fato mais curioso é que durante a chamada noite cultural, realizada no mês de agosto, o prefeito convida pessoas da cidade para tomar sorvete com waffle em sua própria casa.
Placas tectônicas
Um dos passeios mais inusitados é o “snorkeling” (mergulho em que o praticante permanece na superfície da água) na Silfra, uma fenda entre as placas tectônicas dos continentes americano e europeu.
Localizada no Parque Nacional de Thingvellir, trata-se de um dos raros locais onde a água é tão translúcida e pura que a visibilidade através dela passa dos 100m de distância. A sensação é de estar boiando no ar, mas avistando pedras multicoloridas e algas ao fundo. A excursão custa 120 euros e só pode ser realizada através de uma agência.
Proveniente de uma geleira e filtrada por rochas de lava, essa água demora de 30 a 100 anos para chegar ao lago. Sua temperatura fica em torno de 2ºC a 4ºC durante todo o ano. Para driblar o efeito congelante, as empresas oferecem roupas especiais e impermeáveis que tornam o frio (quase) imperceptível. Rosto e lábios ficam expostos à água, mas depois de alguns minutos acostuma-se.
Com uma proposta oposta, a Blue Lagoon tem suas águas geotermais quentinhas e nada translúcidas. De tom leitoso azulado, elas perambulam por mais de dois mil metros solo abaixo, quentíssimas, até chegarem à superfície em uma temperatura entre 37ºC e 40ºC. Carregam minérios como a sílica, bons no quesito “cuidados da pele”.
Água cristalina de Silfra, no parque nacional de Thingvellir. (Foto: Reprodução)
O local é preparado com infraestrutura para receber turistas, oferecendo opções de tíquetes (a partir de 35 euros) que podem incluir empréstimo de toalha e roupão. Uma pulseira pessoal dá acesso a armários no vestiário e funciona como uma comanda para gastos.
Vulcão
A Islândia tem uma área menor que a metade do tamanho do estado de São Paulo, com uma população total de cerca de 320 mil habitantes (São Paulo tem mais de 44 milhões). Ainda assim, há um total de aproximadamente 130 vulcões ativos e inativos.
Perto da capital, é possível conhecer o vulcão Thrihnukagigur ("cratera de três picos", em tradução livre) com pouco mais de 300 euros. O tour começa com uma trilha de nível fácil até a base do monte, com duração de 45 minutos. De lá, um elevador leva os turistas até o fundo do vulcão, uma descida de 120m.
É aí que começa a graça do passeio. O grupo permanece em silêncio, apenas interrompido por gotas d’água que caem sem parar. Cada um toma seu rumo, caminhando entre pedras multicoloridas, em tons amarelados e rosados, iluminadas por holofotes de luz.
Os guias garantem que por lá não existem motivos para se preocupar. Thrihnukagigur teve sua última atividade há quatro mil anos e permanece desde então dormindo, sem sinal de uma nova erupção num futuro próximo.
Elevador faz uma descida de 120 metros a partir do topo do vulcão Thrihnukagigur, na Islândia. (Foto: Reprodução)
Gastronomia
Reykjavik tem uma cena noturna movimentada e uma deliciosa culinária tradicional, que inclui carne fermentada de tubarão, carne defumada de carneiro, peixe seco e carnes de baleia e "puffin" (papagaio-do-mar). Algumas opções são o 3 Frakkar, Kaffi Loki e Hereford.
Se a ideia for conhecer a cena gastronômica contemporânea, o Reykjavik Food Tour (96 euros) dá conta do recado em poucas horas. Fundado e comandado por dois amigos que perceberam a inexistência de um passeio focado em comida na capital islandesa, a comilança passa por cerca de oito locais, com direito a petiscos, prato principal e bebidas.