Um ataque causado pela explosão de uma bomba na cidade de Lahore, na província de Punjab, no Paquistão, deixou pelo menos 69 pessoas mortas e 341 feridos na manhã deste domingo (27), segundo a CNN.
A explosão aconteceu na área de estacionamento de um parque público da cidade, a poucos metros dos balanços para crianças. Segundo Muhammad Usman, uma autoridade da cidade de Lahore, há 50 crianças e várias mulheres em "estado crítico" entre os feridos.
A facção do Talibã Jamaat-ul-Ahrar anunciou que foi responsável pelo ataque, e afirmou que o alvo foi a minoria cristã do país, que é majoritariamente muçulmano.
"O alvo foram os cristãos", disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. "Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques".
O parque estava particularmente movimentado no domingo, devido ao fim de semana da Páscoa. Quando a poeira baixou após a explosão, testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento.
"A maioria dos mortos e feridos eram mulheres e crianças", disse Mustansar Feroz, superintendente de polícia da região onde fica o parque.
Vítima da explosão sendo socorrida depois que uma bomba explodiu em um parque público no Paquistão (Foto: Arif Ali/ AFP)
Religião oprimida
Cristãos e outras minorias religiosas têm sido atacados com frequência no Paquistão por muçulmanos extremistas ao longo dos anos. Os cristãos acusam o governo do país de poucos esforços para protegê-los.
O Paquistão foi listado como o sexto país no ranking de perseguição religiosa em 2016, pela Missão Internacional Portas Abertas. O grupo observa que, em 2015, o nível de perseguição cristã subiu para seu nível mais alto de todos os tempos no Paquistão.
Em dezembro do ano passado, a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional afirmou que o Paquistão representa "uma das piores situações do mundo para a liberdade religiosa", e recomendou que o governo americano o classifique como um "país de preocupação particular".
No relatório emitido em 2014 pelo Departamento de Estado dos EUA, sobre a "Liberdade Religiosa Internacional", o governo paquistanês foi acusado de falhar nas investigações, detenções e processos contra os responsáveis pelos abusos de liberdade religiosa promovidos em um ambiente de impunidade.
"As políticas do governo não garantem uma proteção igualitária aos membros de grupos religiosos minoritários. Devido à legislação discriminatória, como as leis de blasfêmia, as minorias, muitas vezes, têm medo de professar livremente suas crenças religiosas", aponta o relatório.
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