Perseguição religiosa continua a crescer no Irã, apesar do Acordo Nuclear

Apesar das duras críticas de grupos de defesa da liberdade religiosa, o presidente Barak Obama saudou o acordo no ano passado como um "novo capítulo" da História.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 4 de maio de 2016 às 20:11
Cristão iraniano segura Bíblia nas mãos. (Foto: Sat 7)
Cristão iraniano segura Bíblia nas mãos. (Foto: Sat 7)

A Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos (USCIRF) registrou que as minorias religiosas no Irã - incluindo os cristãos - continuam enfrentando graves violações dos direitos humanos, enquanto o acordo nuclear histórico entre a República Islâmica e os países ocidentais se aproxima de completar um ano.

O importante relatório, lançado dois meses antes do aniversário do acordo nuclear, que foi firmado em julho de 2015, concluiu que as condições de liberdade religiosa "continuaram a deteriorar-se" ao longo do ano passado, com os cristãos, Bahá'ís e a minoria de muçulmanos sunitas enfrentam grande perseguição na forma de assédio, detenções e encarceramento.

As principais conclusões observaram que, sob a administração do presidente Hassan Rohani, o número de detenções com base religiosa têm aumentado, apesar de o país continuar negando continuamente que esteja a violando direitos de liberdade humana e religiosa das pessoas.

"O governo do Irã continua a envolver-se em violações sistemáticas, contínuas e flagrantes de desrespeito à liberdade religiosa, incluindo a detenção prolongada, tortura e execuções baseadas, principalmente ou inteiramente na religião do acusado", afirma o relatório.

A USCIRF explicou que, durante 2015 e 2016, os cristãos continuaram a enfrentar detenções e prisões, com motivações claramente relacionadas a conversão de muçulmanos ao cristianismo. O documento observou que, como cerca de 550 cristãos foram presos e detidos desde 2015 e pelo menos 90 cristãos permanecem na prisão ou foram detidos desde fevereiro, devido às suas crenças e atividades religiosas.

"Daurante o período analisado pelo relatório, grupos de direitos humanos dentro do Irã relataram um aumento significativo no número de agressões físicas e espancamentos de cristãos na prisão. Alguns ativistas acreditam que os ataques foram especificamente direcionados contra os convertidos, que são líderes de igrejas domésticas subterrâneas. Isto também teria o objetivo de intimidar outras pessoas que desejassem se converter ao cristianismo", afirmou.

Grupos de defesa da liberdade religiosa, como o Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ), tinham emitido um documento no ano passado, exigindo que o Irã provasse seu compromisso com a melhoraria de seu histórico de respeito aos direitos humanos, antes que o acordo nuclear deve fosse firmado.

O presidente Barack Obama saudou o acordo no ano passado como um "novo capítulo" da História.

"Hoje, após dois anos de negociações, os Estados Unidos, juntamente com a comunidade internacional conseguiram algo que não tivemos durante décadas de animosidade: um acordo global a longo prazo com o Irã, que vai impedi-lo de construir uma arma nuclear", disse Obama em julho.

A 'USCIRF' mencionou o acordo em seu relatório, mas disse que continua exigindo que sejam impostas sanções contra as violações do Irã aos direitos humanos, o seu apoio ao terrorismo e seu programa de mísseis balísticos.

A organização também acrescentou em suas recomendações que o governo americano deve continuar a trabalhar em estreita colaboração com seus aliados europeus para pressionar o governo iraniano a melhorar esse histórico de direitos humanos, por meio de uma combinação de defesa, diplomacia e sanções específicas.

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