Eduardo Cunha, novo presidente da Câmara, defende princípios cristãos no planalto

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que antes fazia parte da Igreja Sara Nossa Terra, é membro da Igreja Assembléia de Deus Madureira, é um dos representantes mais ativos e influentes da bancada evangélica.

Fonte: Guiame, com informações de IG, Exame, Portal Eduardo Cunha e Congresso Em FocoAtualizado: quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015 às 13:15

 

O novo presidente da Câmara dos Deputados, eleito neste domingo (1) com 267 votos, é um dos representantes mais ativos e influentes da bancada evangélica. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que antes fazia parte da Igreja Sara Nossa Terra, é membro da Igreja Assembléia de Deus Madureira, sob o comando do pastor Abner Ferreira.

A candidatura do deputado foi marcada por um embate contra a presidência, que defendia o petista Arlindo Chinaglia, que obteve 136 votos na Casa. A vitória de Cunha, que é lider do PMDB, também cancela um acordo entre PT e PMDB, que faziam revezamento das siglas no comando da Casa. Esta é a primeira vez, desde o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que o PMDB tem dois mandatos seguidos no cargo – que é um dos postos mais estratégicos para o governo federal, por definir os projetos que irão ao plenário e ditar o ritmo de votações.

Comissão de Direitos Humanos

Cunha é um dos deputados mais polêmicos no Congresso. Visto como um opositor ao governo de Dilma, foi um dos principais defensores da eleição do pastor Marco Feliciano à Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Dentro da comissão, Cunha cedeu ao PSC as quatro vagas do PMDB.

Ainda que muitos defensores dos direitos humanos lamentem a vitória de Cunha, o Presidente da Câmara disse à Folha de S. Paulo que está aberto para a discussão de pautas, que devem ser assinadas pela maioria dos líderes e deputados. “Uma coisa é princípio. Princípio é óbvio que sou contra, tenho minha posição, mas aqui eu tenho que cumprir a pauta”.

PL 122: criminalizando a homofobia

Desde 2006, quando foi criado o Projeto de Lei (PL) 122 – que defende os direitos dos homossexuais em detrimento da liberdade de expressão de correntes religiosas –, Eduardo Cunha tem se posicionado como um de seus principais opositores.

“Há itens deste projeto que colocam pastores e padres impedidos de fazerem em suas igrejas as suas pregações. Esse PL é contra liberdade de expressão. Estamos num momento crucial em que fica parecendo que ser homossexual é revolucionário e ser heterossexual é reacionário. Temos de tomar cuidado com isso”, analisou Cunha.

O deputado alertou que o “kit gay” é uma propaganda do homossexualismo feito com dinheiro público. “Não podemos permitir que estes movimentos sejam os educadores de nossas crianças e jovens. Os educadores têm de ser os professores. Tem de ser o governo. Nunca poderá ser uma entidade que defende o interesse de um segmento social e que tenta incrustar através de lobby o seu interesse sob forma de uma suposta proposta de educação.”

Em defesa da família

Para Eduardo Cunha, o Brasil vive sob ataque de gays, ‘maconheiros’ e ‘abortistas’. “E não só os evangélicos. Todos que defendem a família devem se manifestar. Todos que são contra as drogas e contra o aborto também”, acrescentou o novo presidente da Câmara.

Defensor de princípios cristãos no casamento, Cunha fez uma nota de repúdio à cena de beijo gay veiculada pela TV Globo, entre os personagens Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) no último capítulo da novela Amor à Vida. “Boa tarde a todos. Não poderia deixar de expressar a minha repulsa pela cena da TV de beijo gay. Daqui a pouco vão colocar cenas de sexo gay”, criticou Eduardo Cunha em seu perfil no Twitter.

Eduardo Cunha também foi um dos principais articuladores do chamado “blocão”, grupo formado por parlamentares da base descontentes com o governo que discute temas polêmicos, como o caso de corrupção da Petrobrás.

Dentre as bandeiras defendidas pelo deputado em sua campanha para a presidência estão: imediata apreciação das reformas política e tributária, compromisso com a independência do Legislativo e subsídios para os deputados equivalentes aos recebidos pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

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