Etiópia quer proibir cultos e evangelismo fora das igrejas

Uma lei que está em tramitação em Tigray, no norte da Etiópia, pretende restringir as atividades cristãs apenas dentro dos templos.

Fonte: Guiame, com informações do World Watch MonitorAtualizado: segunda-feira, 24 de abril de 2017 às 16:54
O governo tem se tornado cada vez mais controlador na Etiópia e procura restringir ainda mais as instituições religiosas. (Foto: WWM).
O governo tem se tornado cada vez mais controlador na Etiópia e procura restringir ainda mais as instituições religiosas. (Foto: WWM).

O estado de Tigray, no norte da Etiópia, está considerando adotar uma nova lei que restringe as atividades cristãs dentro dos templos oficiais, tornando ilegais as atividades de igrejas menores que não possuem seus próprios prédios e se reúnem em casas.

A lei, se aprovada, pode afetar mais os cristãos que estão fora da Igreja Ortodoxa, porque qualquer igreja que quiser ter seu próprio templo, precisaria provar que tem pelo menos 6 mil membros - um número maior do que a população total de cristãos não ortodoxos no estado.

A lei também proibiria os cristãos de evangelizar fora das igrejas. Os líderes locais demonstraram suas preocupações sobre a possível nova legislação para com o governo do estado, mas eles ainda não receberam uma resposta.

Uma lei similar foi recentemente ratificada no estado vizinho, de Amhara, que juntamente com Tigray, abriga a maioria dos cristãos da Etiópia. Os líderes da igreja local temem que outros estados possam copiar o movimento que prejudica os cristãos.

Crescimento da população protestante

Na última década, o mapa religioso da Etiópia mudou consideravelmente. Durante séculos, a Etiópia, que alguns argumentam ser a primeira nação do mundo a aceitar o cristianismo, consistia de um núcleo cristão etíope, uma zona muçulmana sunita no leste e uma área de animismo / fé indígena no sul e nos bairros baixos do extremo oeste.

Nos últimos 10 anos, as religiões indígenas diminuíram, na maioria dos casos cedendo ao cristianismo protestante, que é dito ser o grupo religioso de crescimento mais rápido na Etiópia. Isso está tornando o país receptivo para "uma das igrejas evangélicas de crescimento mais rápido do mundo", escreveu o teólogo Allan Anderson em 2014.

O governo tem se tornado cada vez mais controlador na Etiópia e procura restringir ainda mais as instituições religiosas, para evitar a dissidência. Os cristãos também enfrentam a opressão dos membros da família e da comunidade local em outras partes do país, por exemplo nas regiões Afar e Somali onde a etnicidade e o Islã estão interligados.

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