Em 10 de novembro de 1982, James Quentin Stevens, aos 18 anos, entrou no colégio Braddock Lake em Burke, na Virgínia (EUA), com a intenção de matar os outros alunos e depois se suicidar. Ele começou a atirar aleatoriamente, mas não atingiu ninguém.
“Quando cheguei à escola, não vi seres humanos. Vi presas. O louco é que, quando atirei, atirei acima de suas cabeças. Não sei por que”, disse Stevens ao site Christianity Today.
Ele levou 10 reféns, atirando no teto para provar que não era brincadeira. A polícia chegou e se passaram 21 horas de negociações.
Na noite anterior ao tiroteio, Stevens quase tentou se suicidar em sua casa. Ele disse que foi interrompido por “vozes” — não eram audíveis, mas sim pensamentos que diziam que, para encontrar a paz, ele deveria ir até a escola para matar os outros primeiro.
Na escola, os reféns viram Stevens colocar o cano de um rifle em sua boca. Até que uma das reféns, uma mulher, começou a gritar e chorar. “Ela disse: ‘Não faça isso, você não precisa fazer isso — você não machucou ninguém’”, ele conta.
Mas o colar daquela mulher, mais do que suas palavras, chamou a atenção de Stevens. Enquanto gritava, a cruz dourada em seu pescoço brilhava sob a luz do teto, chamando sua atenção.
“Assim que essa cruz encontrou meus olhos, ela confrontou meu pecado”, disse Stevens, hoje com 55 anos. Naquele instante, ele gritou para a mulher sair.
“Alguns segundos depois daquele momento, eu me converti das trevas para a luz”, embora ainda não para Cristo, disse. Ele teve a visão de um braço revestido alcançando sua escuridão, lhe oferecendo a mão.
“Peguei esta mão e meu coração se tornou humano novamente”, disse Stevens. “Não havia mais vozes. Eu tinha empatia pelas pessoas ao meu redor, eu podia sentir a dor delas. Até os reféns podiam ver a mudança”.
Stevens começou a libertar gradualmente o resto dos reféns até a polícia o prender. Ele enfrentou 144 anos de prisão, mas só foi condenado a 20 anos.
A jornada de três conversões
Dois anos depois de sua prisão em Boydton, Virgínia, ele novamente quis morrer. Mas, em vez de se desesperar, Stevens clamou a Deus por sua “segunda conversão — a mais importante”, confessando seus pecados no travesseiro.
“Senhor, eu mostrei ao mundo e a Ti o que posso fazer com esta vida”, ele orou. “Agora mostre ao mundo o que o Senhor pode fazer com ela”. Lá, na cadeia, ele se arrependeu e recebeu a salvação.
Logo depois, o diretor da prisão o confrontou. “Você acredita em Deus?”, ele perguntou a Stevens. “Porque você vai sair em seis meses”.
Stevens ficou incrédulo a princípio. Stevens foi escolhido para um programa de pessoas que tentaram um crime hediondo, sem ferir ninguém. Ele foi libertado após concluir o programa, quatro anos e meio depois de sua prisão.
Então ele começou sua terceira conversão, de volta à sociedade. Hoje, ele é marido, pai e membro da igreja What's New Worship, onde serve como técnico de som e músico. Mas sua fé cristã nem sempre foi tão forte quanto parece hoje.
“Por 30 anos, perguntei a Deus por que Ele me deixou viver”, disse Stevens. Nestes 30 anos, ele não conversou com repórteres nem compartilhou sua história com muitas pessoas. Ele lutou com um profundo sentimento de vergonha e buscava proteger seu emprego e sua família.
Hoje Stevens compartilha sua história para alcançar pessoas com problemas semelhantes. Ele tem contado seu testemunho em igrejas e centros e de reabilitação.
“Meu objetivo é amar as pessoas”, disse Stevens. “Eu nunca soube que Ele usaria minha vida dessa maneira. Quando fiz a escolha de permitir o mal em minha vida, eu já estava morto. Todo dia de vida é um presente, porque eu era um homem morto”.
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