O governo da China criou obstáculos para que a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) passe a representar os cristãos brasileiros nas Nações Unidas, informou o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL.
Em reunião nesta segunda-feira (20) em Nova Iorque, o governo chinês pediu que a Anajure explicasse seu alcance global que justificasse a obtenção de um status consultivo na ONU.
Os juristas evangélicos pretendem apresentar uma resposta para Pequim nesta sessão.
Em nota, a Anajure disse que a China exerceu "um direito regimental ordinário" ao fazer um questionamento específico sobre a atuação internacional da entidade.
"Não há veto por parte de qualquer país, nem encerramento das deliberações sobre as novas ONGs, como a Anajure, que aplicaram para fazer parte do sistema ONU. Os trabalhos, com nossa efetiva participação, seguem firmes até o dia 29, inclusive, com o importante apoio da Missão Diplomática do Brasil perante a ONU em New York", destacou a Anajure.
A Anajure solicitou o status consultivo em 2017, mas o processo foi impulsionado em 2019, já que a entidade representaria um reforço para a agenda da diplomacia do governo de Jair Bolsonaro, principalmente no que se refere aos direitos humanos.
Um dos principais promotores da ação internacional é o jurista Uziel Santana, presidente da Anajure. Ele explicou que a entidade evangélica tem feito um trabalho com refugiados em países do Oriente Médio e que vem também trabalhando em coordenação com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, no Brasil.
Depois de serem aprovadas pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), as entidades podem designar um representante em Nova York e Genebra, onde participam dos debates e podem fazer seu lobby.
Algumas entidades do Brasil contam com esse status, como representantes de interesses indígenas e direitos humanos.
* A matéria foi atualizada em 22 de janeiro com uma nota oficial da Anajure, esclarecendo que não houve veto da China sobre sua representação na ONU.
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