China barra atuação de juristas evangélicos do Brasil na ONU

O processo de solicitação do status consultivo da Associação Nacional de Juristas Evangélicos foi barrado pela China, que questionou as justificativas da entidade brasileira.

Fonte: Guiame, com informações do UOLAtualizado: quarta-feira, 22 de janeiro de 2020 às 12:50
Representação de evangélicos do Brasil voltou a ser debatido entre países na ONU. (Foto: Johannes Eisele/AFP)
Representação de evangélicos do Brasil voltou a ser debatido entre países na ONU. (Foto: Johannes Eisele/AFP)

O governo da China criou obstáculos para que a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) passe a representar os cristãos brasileiros nas Nações Unidas, informou o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL.

Em reunião nesta segunda-feira (20) em Nova Iorque, o governo chinês pediu que a Anajure explicasse seu alcance global que justificasse a obtenção de um status consultivo na ONU.  

Os juristas evangélicos pretendem apresentar uma resposta para Pequim nesta sessão.

Em nota, a Anajure disse que a China exerceu "um direito regimental ordinário" ao fazer um questionamento específico sobre a atuação internacional da entidade.

"Não há veto por parte de qualquer país, nem encerramento das deliberações sobre as novas ONGs, como a Anajure, que aplicaram para fazer parte do sistema ONU. Os trabalhos, com nossa efetiva participação, seguem firmes até o dia 29, inclusive, com o importante apoio da Missão Diplomática do Brasil perante a ONU em New York", destacou a Anajure.

A Anajure solicitou o status consultivo em 2017, mas o processo foi impulsionado em 2019, já que a entidade representaria um reforço para a agenda da diplomacia do governo de Jair Bolsonaro, principalmente no que se refere aos direitos humanos. 

Um dos principais promotores da ação internacional é o jurista Uziel Santana, presidente da Anajure. Ele explicou que a entidade evangélica tem feito um trabalho com refugiados em países do Oriente Médio e que vem também trabalhando em coordenação com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, no Brasil.  

Depois de serem aprovadas pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), as entidades podem designar um representante em Nova York e Genebra, onde participam dos debates e podem fazer seu lobby.  

Algumas entidades do Brasil contam com esse status, como representantes de interesses indígenas e direitos humanos.

* A matéria foi atualizada em 22 de janeiro com uma nota oficial da Anajure, esclarecendo que não houve veto da China sobre sua representação na ONU.

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