Juristas evangélicos poderão ter mais voz na ONU em 2020

No dia 20 de janeiro, a ANAJURE estará representada no Comitê da ONU para avaliar candidaturas de ONGs.

Fonte: Guiame, com informações da UOLAtualizado: sexta-feira, 10 de janeiro de 2020 às 14:55
ANAJURE está em representada em Comitê da ONU sobre ONGS. (Foto: Times of Israel)
ANAJURE está em representada em Comitê da ONU sobre ONGS. (Foto: Times of Israel)

O ano de 2020 pode ser um tempo de mudanças no cenário mundial. É o que espera a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). O grupo havia solicitado ainda 2017 um status consultivo na ONU, o que permitiria discursar em reuniões oficiais, submeter informes em diferentes organismos e organizar debates.

Segundo informou a coluna do jornalista Jamil Chade na UOL, a solicitação da Associação tem sido vista com bons olhos pelo governo Bolsonaro, considerando que o grupo apoia as mudanças defendidas atualmente pelo Itamaraty na agenda internacional em assuntos relacionados a temas como direitos humanos, sexualidade e outros aspectos da política externa.

Já no dia 20 de janeiro, representantes da Anajure estarão no comitê da ONU sobre ONGs. O governo brasileiro é um dos 19 participantes do órgão que avalia a candidatura das ONGs.

Um dos principais promotores que têm denunciado diversas violações de direitos humanos até mesmo em escala internacional a isso é o jurista Uziel Santana, presidente da Anajure.

Ele explicou que tem realizado um trabalho com refugiados em países do Oriente Médio e trabalhado em coordenação com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, no Brasil.

Segundo a associação, apesar de ter conseguido agora o apoio do governo Bolsonaro para obter este espaço, sua atuação não pretende ser associada a partidos.

"Nossa ação é independente de qualquer governo", disse o grupo. Como prova disso, a entidade destaca como emitiu um comunicado contrário a uma proposta do próprio governo e a pareceres da AGU.

Contra a ideologia de gênero

No mês de junho de 2019 a Anajure emitiu uma nota oficial, apoiando as instruções do Itamaraty para que o país passasse a evitar usar o termo "gênero" nos debates na ONU.

Em vez de abordar o tema com pelo viés de “igualdade de gênero”, o Itamaraty solicitou que se falasse em "igualdade entre homens e mulheres", esclarecendo que, para o governo brasileiro, sexualidade se divide entre feminino e masculino.

“A ANAJURE (I) manifesta apoio à posição governamental acerca da não utilização do termo ‘gênero’ nos moldes propostos pela teoria de gênero; (II) defende a possibilidade de se tratar tais temas no âmbito da política externa, inclusive, por meio de orientações aos agentes envolvidos no setor”, destacou.

“(III) rejeita a perspectiva proposta pela teoria de gênero a respeito do sexo ser mera construção social, reafirmando a existência de elementos biológicos que não podem ser ignorados; (IV) repudia distorções midiáticas ao noticiar acontecimentos relacionados a temas delicados, como a sexualidade; (V) posiciona-se contrariamente a toda manifestação de agressividade perante minorias sexuais, asseverando o seu compromisso inegociável com a proteção das liberdades civis fundamentais”, concluiu.

 

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