Jarbas Aragão é pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi missionário da Jocum e da Junta de Missões Mundiais da CBB, além de professor de seminário Batista. Colabora com diferentes mídias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.

Jarbas Aragão

Ao longo da hist&oacute;ria, de tempos em tempos surgem pessoas afirmando serem enviados de Deus, com mensagens para a humanidade. Desde o domingo de P&aacute;scoa deste ano, em 20 de abril, ganhou popularidade um v&iacute;deo onde Abdullah Hashem Aba Al-Sadiq, mais conhecido como Abdullah Hashem, se apresenta como algu&eacute;m que uniria mu&ccedil;ulmanos, crist&atilde;os e judeus em uma &uacute;nica religi&atilde;o.
Diferentes cortes de seus v&iacute;deos foram se espalhando nas redes sociais, com um discurso onde se apresenta com uma mensagem bastante surpreendente. Ele se apresenta como o mahdi e declarar ser o verdadeiro sucessor de Pedro, ou seja, o papa. Curiosamente, no dia seguinte, o Vaticano anunciou a morte do Papa Francisco.
Hashem se apresenta como &ldquo;sucessor&rdquo; de Maom&eacute; e de Ahmed, figuras proeminentes no Isl&atilde;. Tamb&eacute;m diz ser o sucessor de Sim&atilde;o Pedro e de Jesus Cristo, &ldquo;o verdadeiro e leg&iacute;timo Papa&rdquo;.
Ele destaca, pela sua ancestralidade, ser &ldquo;filho do Oriente e do Ocidente&rdquo;. Seus serm&otilde;es trazem &ldquo;uma mensagem divina para a comunidade crist&atilde; global&rdquo;.&nbsp;
&ldquo;Abdullah Hashem revela que a vac&acirc;ncia do Trono Papal n&atilde;o &eacute; um acaso, mas um sinal divino: chegou a hora de o herdeiro leg&iacute;timo assumir sua posi&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirma o canal de YouTube do movimento. &ldquo;Como verdadeiro Papa e portador da Alian&ccedil;a, ele conclama os povos do Evangelho a reconhecerem o cumprimento da profecia e devolverem o Trono a quem de direito. Esta n&atilde;o &eacute; apenas uma mensagem &mdash; &eacute; um chamado &agrave; verdade, &agrave; unidade e &agrave; justi&ccedil;a divina.&rdquo;
Crist&atilde;os t&ecirc;m reagido, chamando Abdullah Hashem de anticristo &mdash; figura central da escatologia crist&atilde; que se apresenta como salvador no lugar de Jesus. Em v&iacute;deos de an&aacute;lise, pastores e te&oacute;logos, lembram profecias como a de Mateus 24:4-5, que fala sobre pessoas que viriam se apresentando como Cristo. Outros minimizam a possibilidade de este homem ser algu&eacute;m relevante, por ter um n&uacute;mero de seguidores menor que muitos influenciadores. Seu canal oficial no YouTube possui cerca de 70 mil inscritos.&nbsp;
Hashem refuta as acusa&ccedil;&otilde;es e afirma ser um mensageiro enviado por Jesus para governar os crist&atilde;os. Ao mesmo tempo, tamb&eacute;m critica o cristianismo, alegando que a f&eacute; deturpou o monote&iacute;smo de Jesus, como declarado na ora&ccedil;&atilde;o Shem&aacute;, em Deuteron&ocirc;mio 6:4. Ele culpa o imperador Constantino e o Conc&iacute;lio de Niceia pela cria&ccedil;&atilde;o da doutrina da Trindade. Em um podcast publicado em seu canal, diz que h&aacute; crist&atilde;os que aceitam sua mensagem e classifica de &ldquo;fake news&rdquo; e campanha de desinforma&ccedil;&atilde;o de fundamentalistas as acusa&ccedil;&otilde;es contra ele e seu movimento. Tamb&eacute;m destacou que, desde 20 de abril, quando seu discurso mais famoso teve grande repercuss&atilde;o na internet, ocorreram dois milagres que provam sua legitimidade. O primeiro foi a morte do papa Francisco, que ocupa a posi&ccedil;&atilde;o que alega ser sua, e o fato de sua voz ser ouvida em todo o mundo, justamente pela grande repercuss&atilde;o que outros deram &agrave;s suas palavras.
Origem da nova religi&atilde;o
Abdullah Hashem nasceu em 1983, no estado de Indiana (EUA). Ele &eacute; filho de um eg&iacute;pcio mu&ccedil;ulmano e uma norte-americana, de ra&iacute;zes judaicas e crist&atilde;s. No material filmado em um local de culto, afirma ser o fundador da Religi&atilde;o Ahmadi da Paz e da Luz (AROPL, na sigla em ingl&ecirc;s). Na fala que viralizou, Hashem afirma ser o Qa&rsquo;im Al Muhammad &mdash; uma segunda vinda do profeta Maom&eacute; e tamb&eacute;m o Mahdi, ou Messias isl&acirc;mico dos xiitas. Para seus seguidores, ele &eacute; o segundo dos doze Mahdis, citado em compila&ccedil;&otilde;es de Hadith, que s&atilde;o ditos atribu&iacute;dos a Maom&eacute;.
A AROPL foi fundada no Iraque no final dos anos 1990 e atualmente est&aacute; presente em 40 pa&iacute;ses. O grupo de seguidores re&uacute;ne milhares de pessoas. Em 2018, sua base era na Su&eacute;cia, mas desde 2021 est&aacute; sediado no Reino Unido. Sua miss&atilde;o central &eacute; estabelecer um &ldquo;Estado Justo Divino, governado por um rei nomeado por Deus&rdquo;. Na pr&aacute;tica, se op&otilde;e &agrave; democracia e defende um governo teocr&aacute;tico. Existem v&aacute;rios materiais divulgados por eles nos &uacute;ltimos anos, um site oficial com um manifesto e v&iacute;deos em v&aacute;rias l&iacute;nguas. Ainda n&atilde;o h&aacute; material em Portugu&ecirc;s.
H&aacute; pouco material sobre AROPL e Abdullah Hashem datado antes da P&aacute;scoa de 2025. Por&eacute;m, um artigo no site DJS, de junho de 2024, relata que a forma&ccedil;&atilde;o dos primeiros grupos ocorreu em 2012, com uma comunidade fechada no Egito. Desde 2022, eles se re&uacute;nem em um templo, chamado de Bas&iacute;lica, perto de Manchester, Inglaterra. Tamb&eacute;m est&atilde;o produzindo ativamente conte&uacute;do para a internet, que &eacute; transmitido pela TV via sat&eacute;lite do sistema Nilesat, em ingl&ecirc;s, espanhol, franc&ecirc;s e malaio, alcan&ccedil;ando pessoas em pelo menos 20 pa&iacute;ses.
Para seus seguidores, Hashem cumpre pessoalmente tr&ecirc;s &ldquo;crit&eacute;rios divinos&rdquo; para ser reconhecido: ser mencionado no testamento final, possuir conhecimento excepcional e defender a supremacia divina sobre o dom&iacute;nio humano.
Ele afirma j&aacute; ter cumprido dez profecias descritas em narrativas isl&acirc;micas. Uma delas previa a morte do rei Abdullah da Ar&aacute;bia Saudita, em 2015. O grupo tamb&eacute;m interpreta a profecia isl&acirc;mica do &ldquo;sol nascendo no Ocidente&rdquo; como uma previs&atilde;o de que Abdullah Hashem governar&aacute; o mundo crist&atilde;o. Outra profecia aponta que Hashem estabelecer&aacute; uma &ldquo;nova alian&ccedil;a&rdquo;.&nbsp;
&ldquo;Historicamente, Deus estabeleceu seis alian&ccedil;as com a humanidade, conhecidas por aqueles familiarizados com a Tor&aacute; e a B&iacute;blia &mdash; mas todas foram quebradas pelas pessoas,&rdquo; diz o site da AROPL. &ldquo;A sexta foi com o profeta Maom&eacute;. Contudo, profetiza-se que o salvador da humanidade vir&aacute; com uma nova &mdash; a s&eacute;tima &mdash; alian&ccedil;a.&rdquo;
Contrariando princ&iacute;pios do islamismo tradicional, esta &ldquo;s&eacute;tima alian&ccedil;a&rdquo;, segundo o grupo, incluir&aacute; membros da comunidade LGBTQ+.
No canal de YouTube do movimento h&aacute; registro que os seguidores de Abdullah Hashem Aba Al-Sadiq, sa&iacute;ram &agrave;s ruas e se reuniram diante de igrejas em diversos pa&iacute;ses &mdash; incluindo Col&ocirc;mbia, M&eacute;xico, Argentina, Equador, Estados Unidos, Canad&aacute;, Su&iacute;&ccedil;a, Fran&ccedil;a, It&aacute;lia, Alemanha, Vaticano, Reino Unido, Espanha, Cro&aacute;cia, S&eacute;rvia, Filipinas, Tail&acirc;ndia, Austr&aacute;lia, Senegal e Bangladesh. Eles come&ccedil;aram a anunciar ao mundo que um homem havia sido escolhido por Deus para liderar a humanidade como o verdadeiro Papa&rdquo;. A morte de Francisco seria um sinal que a vontade de Deus foi revelada, pois um novo l&iacute;der dos crist&atilde;os de fato foi escolhido.
&ldquo;A vac&acirc;ncia do Trono Papal n&atilde;o &eacute; acidente, mas um sinal divino: chegou o momento de o herdeiro leg&iacute;timo assumir sua posi&ccedil;&atilde;o,&rdquo; afirma um v&iacute;deo do movimento, voltado aos crist&atilde;os e&nbsp; cat&oacute;licos em especial. &ldquo;Como verdadeiro Papa e portador da Alian&ccedil;a, ele convoca os povos do Evangelho a reconhecerem o cumprimento da profecia e devolverem o Trono ao seu verdadeiro dono.&rdquo;
Figura escatol&oacute;gica
Embora essa mistura de elementos religiosos possa parecer confusa para muitos ocidentais, &eacute; parte essencial da escatologia isl&acirc;mica. O Alcor&atilde;o n&atilde;o menciona diretamente um messias, mas o Isl&atilde; possui uma antiga tradi&ccedil;&atilde;o sobre o Mahdi &mdash; um redentor que viria para liderar os mu&ccedil;ulmanos. H&aacute; tamb&eacute;m uma forte cren&ccedil;a no Jesus (Issa) mencionado no Alcor&atilde;o, considerado o &uacute;ltimo e maior profeta antes de Maom&eacute;. No Isl&atilde;, Jesus n&atilde;o &eacute; filho de Deus, n&atilde;o &eacute; divino e n&atilde;o morreu na cruz; ele ascendeu aos c&eacute;us e aguarda a chegada do Mahdi.
Para muitos isl&acirc;micos, a vinda do Mahdi coincidir&aacute; com o retorno de Jesus, que atuar&aacute; como seu ajudante na luta contra o Masih ad-Dajjal &mdash; o falso messias ou anticristo. Segundo a tradi&ccedil;&atilde;o, o Mahdi surgir&aacute; com Jesus, que se declarar&aacute; mu&ccedil;ulmano e matar&aacute; os crist&atilde;os que se recusarem a se converter. Ap&oacute;s isso, Jesus teria uma morte natural e seria enterrado ao lado de Maom&eacute;, na quarta tumba reservada sob a C&uacute;pula Verde, em Medina, Ar&aacute;bia Saudita.
A chegada do Mahdi &eacute; vista como o momento em que toda a humanidade se converter&aacute; ao Isl&atilde;. De acordo com um Hadith citado por Umm Salama, esposa do profeta Maom&eacute;, quando o Mahdi chegar, todos os n&atilde;o mu&ccedil;ulmanos se converter&atilde;o. No islamismo xiita, antes da vinda do Mahdi, dois ter&ccedil;os da popula&ccedil;&atilde;o mundial morrer&atilde;o &mdash; um ter&ccedil;o por pragas e outro por guerras. Essa era tamb&eacute;m ser&aacute; marcada por um grande conflito na S&iacute;ria e no Iraque, com destrui&ccedil;&atilde;o total dos dois pa&iacute;ses, uma grande chama e um &ldquo;c&eacute;u avermelhado&rdquo;.
Para os sunitas, o Mahdi ser&aacute; um sucessor do Profeta Maom&eacute; que ainda est&aacute; por vir. Para a maioria dos xiitas, o Mahdi j&aacute; nasceu, mas desapareceu e est&aacute; oculto at&eacute; o momento em que retornar&aacute; para trazer justi&ccedil;a ao mundo. Assim como nas tradi&ccedil;&otilde;es judaica e crist&atilde;, l&iacute;deres mu&ccedil;ulmanos ao longo da hist&oacute;ria j&aacute; reivindicaram ser o Mahdi &mdash; mas sua vinda ainda &eacute; amplamente aguardada.
A concep&ccedil;&atilde;o xiita do Mahdi tamb&eacute;m inclui a ressurrei&ccedil;&atilde;o dos mortos &mdash; especialmente dos im&atilde;s e l&iacute;deres xiitas &mdash; e a cren&ccedil;a de que ele conquistar&aacute; Constantinopla, antiga capital dos imp&eacute;rios Romano e Bizantino, instrumental na expans&atilde;o do cristianismo. A cidade mais tarde foi tomada pelos mu&ccedil;ulmanos e tornou-se capital do Imp&eacute;rio Otomano.
Com informa&ccedil;&otilde;es de Israel 365, DJS, Wikipedia e The Mahdi has Appeared.
Jarbas Arag&atilde;o &eacute; pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi mission&aacute;rio da Jocum e da Junta de Miss&otilde;es Mundiais da CBB, al&eacute;m de professor do semin&aacute;rio Batista. Colabora com diferentes m&iacute;dias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.
* O conte&uacute;do do texto acima &eacute; uma colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: <a style="color: #993300;" href="https://guiame.com.br/colunistas/jarbas-aragao/arqueologos-comprovam-que-primeiros-cristaos-em-israel-transformaram-suas-casas-em-igrejas.html">Arque&oacute;logos comprovam que primeiros crist&atilde;os em Israel transformaram suas casas em igrejas</a>

Líder religioso viralizou ao afirmar ser sucessor de Jesus, Pedro e Maomé após morte do Papa Francisco.

Quem é Abdullah Hashem? O homem que diz ser o novo Papa e Messias islâmico

Novas pesquisas de arque&oacute;logos mostram que, nos primeiros s&eacute;culos ap&oacute;s a vinda de Jesus, crist&atilde;os constru&iacute;ram in&uacute;meras igrejas particulares. J&aacute; os cidad&atilde;os judeus pareciam canalizar seus recursos para uma sinagoga comunit&aacute;ria. 
O desejo de celebrar sua f&eacute; impulsionou crist&atilde;os a constru&iacute;rem centenas de igrejas na terra de Israel e na regi&atilde;o do Oriente M&eacute;dio durante a chamada &ldquo;Antiguidade Tardia&rdquo; (s&eacute;culos IV a VII d.C.), aponta um extenso relat&oacute;rio de estudiosos israelenses, divulgado pelo jornal The Times of Israel.
Muitas dessas igrejas eram estruturas edificadas em casas de fam&iacute;lias mais ricas, com portas que se abriam tanto para a &aacute;rea de conviv&ecirc;ncia privada quanto para a rua. A escolha desse tipo de constru&ccedil;&atilde;o entre crist&atilde;os contrastava com a pr&aacute;tica dos judeus no mesmo per&iacute;odo e regi&otilde;es, que colocavam seus recursos em uma sinagoga centralizada. Esse local geralmente tamb&eacute;m servia como centro comunit&aacute;rio para toda a aldeia ou cidade.
&ldquo;Na &eacute;poca cl&aacute;ssica, sob o dom&iacute;nio grego e romano em todo o mundo antigo, pessoas ricas costumavam contribuir para a esfera p&uacute;blica&rdquo;, explica o professor Jacob Ashkenazi, do Kinneret College, localizada &agrave;s margens do Mar da Galileia. Ele acaba de publicar um novo artigo sobre o tema na revista cient&iacute;fica Levant.
&ldquo;Eles [os ricos] financiavam a constru&ccedil;&atilde;o de casas de banho, teatros e anfiteatros, e patrocinavam espet&aacute;culos e festivais p&uacute;blicos&rdquo;, acrescentou. &ldquo;Isso tinha prop&oacute;sito duplo: al&eacute;m de ser visto como um dever c&iacute;vico da elite, refor&ccedil;avam seu prest&iacute;gio social. Com a expans&atilde;o do cristianismo, esse fen&ocirc;meno sofreu uma leve transforma&ccedil;&atilde;o, &agrave; medida que os ricos come&ccedil;aram a se converter a financiar a constru&ccedil;&atilde;o de igrejas.&rdquo;
Durante d&eacute;cadas, observou o especialista, estudiosos que escavavam s&iacute;tios arqueol&oacute;gicos em &aacute;reas como a atual Israel, Jord&acirc;nia, L&iacute;bano e at&eacute; mesmo na Ar&aacute;bia Saudita registraram um n&uacute;mero surpreendente de igrejas.
&ldquo;Somente na prov&iacute;ncia palestina romana, mais de 700 igrejas foram encontradas em escava&ccedil;&otilde;es arqueol&oacute;gicas, sem mencionar as igrejas registradas em fontes hist&oacute;ricas&rdquo;, destaca Ashkenazi. &ldquo;&Eacute; realmente inacredit&aacute;vel.&rdquo;
O pesquisador vem presenciando algumas descobertas em primeira m&atilde;o desde que se envolveu em um projeto para analisar a presen&ccedil;a do cristianismo na Galileia nos primeiros s&eacute;culos da era crist&atilde;.
&ldquo;S&oacute; na regi&atilde;o da Galileia Ocidental, o professor Motti Aviam e eu escavamos sete igrejas, mas pesquisamos mais de 70&rdquo;, disse ele. &ldquo;Por exemplo, os escombros de uma pequena vila em um s&iacute;tio conhecido como Khirbet Bata, dentro da moderna cidade de Carmiel, aponta para sete pequenas igrejas.&rdquo;
Para Ashkenazi, esse trabalho o fez tentar entender por que havia tantas igrejas em comunidades t&atilde;o pequenas. Logo percebeu que a pr&aacute;tica era mais comum que se pensava at&eacute; ent&atilde;o. A vila de Hippos, na Galileia, tinha cerca de 2.000 habitantes e oito igrejas (seis delas eram em casas particulares). Em Khirbet al-Samra, no territ&oacute;rio da cidade s&iacute;ria de Bostra, estudiosos identificaram pelo menos oito igrejas, a maioria datada do in&iacute;cio do s&eacute;culo VII. Umm al-Jimal, no norte da Jord&acirc;nia, uma vila com cerca de 3.000 habitantes, tinha pelo menos 15 igrejas.
&ldquo;Os estudiosos tradicionalmente explicavam esse fen&ocirc;meno apontando para a prolifera&ccedil;&atilde;o de templos crist&atilde;os durante um per&iacute;odo de intenso conflito religioso dentro da Igreja que tinha sede em Roma", disse Ashkenazi, referindo-se a grandes s&iacute;nodos, como os realizados em Niceia, Constantinopla e &Eacute;feso, que lidaram com disputas teol&oacute;gicas. "Como resultado, surgiram numerosos grupos crist&atilde;os."
No entanto, Ashkenazi disse que essa interpreta&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica mostra&ndash;se inconsistente com a arquitetura interna, o design e os artefatos descobertos nas igrejas, que n&atilde;o refletem diferen&ccedil;as teol&oacute;gicas.
"Conclu&iacute;mos que disputas religiosas n&atilde;o s&atilde;o suficientes para justificar o n&uacute;mero de igrejas e que a explica&ccedil;&atilde;o era muito mais simples", disse ele. "Numa &eacute;poca em que todos eram crentes, os indiv&iacute;duos ricos buscavam tanto dar quanto receber, construindo igrejas que servissem &agrave; comunidade."
Muitas igrejas, apenas uma sinagoga
A multiplicidade de igrejas naquelas comunidades contrasta com o funcionamento das comunidades judaicas no Oriente M&eacute;dio na Antiguidade Tardia.
&ldquo;As sinagogas tamb&eacute;m eram ricamente decoradas, exibindo mosaicos e inscri&ccedil;&otilde;es em homenagem aos seus doadores&rdquo;, disse Ashkenazi. &ldquo;No entanto, as sinagogas eram edif&iacute;cios p&uacute;blicos, serviam como centros comunit&aacute;rios, onde as pessoas se reuniam, aprendiam e liam a Tor&aacute; [primeiros 5 livros do Antigo Testamento].&rdquo;
Segundo o estudioso, em contraste, cada aldeia tinha apenas uma sinagoga. "As sinagogas tinham um prop&oacute;sito diferente das igrejas e, portanto, precisavam ser um lugar &uacute;nico, onde toda a comunidade se reunia", disse ele.
Mosaicos nas paredes (e no ch&atilde;o)
&Agrave;s vezes, diferentes fam&iacute;lias de crist&atilde;os faziam doa&ccedil;&otilde;es para a constru&ccedil;&atilde;o da igreja central em sua aldeia. No entanto, era muito comum constru&iacute;rem locais de culto em suas pr&oacute;prias casas, mas que eram acess&iacute;veis &agrave; comunidade por uma entrada p&uacute;blica.
De acordo com Ashkenazi, existe muitas informa&ccedil;&otilde;es sobre as igrejas encontradas nas&nbsp; inscri&ccedil;&otilde;es em homenagem aos donos das casas.
&ldquo;H&aacute; alguns anos, encontrei uma inscri&ccedil;&atilde;o nas ru&iacute;nas de uma pequena igreja em Horvat Hesheq, entre Carmiel e Maalot. Ela mencionava o patrono [Dem&eacute;trio, um di&aacute;cono] e tamb&eacute;m seus av&oacute;s, pais, irm&atilde;s e filhas.&rdquo; A igreja que era pequena, mas bonita, observou Ashkenazi.
O pesquisador explicou que as inscri&ccedil;&otilde;es em igrejas que serviam como o principal santu&aacute;rio da vila ou cidade geralmente mencionavam o nome do primeiro l&iacute;der, chamado de bispo.
&ldquo;Normalmente, essas igrejas centrais eram maiores e tinham inscri&ccedil;&otilde;es na entrada, ou ao lado do altar, que come&ccedil;avam com as palavras gregas &lsquo;No tempo de&rsquo;, seguidas do nome do bispo&rdquo;, disse Ashkenazi.
De acordo com o relat&oacute;rio, em algumas dessas igrejas particulares tamb&eacute;m havia espa&ccedil;o para imagens de santos.
&ldquo;Vemos que o culto a santos que uma exclusividade de algumas fam&iacute;lias, n&atilde;o de toda comunidade local&rdquo;, disse ele. &ldquo;Por exemplo, em toda a prov&iacute;ncia romana da Palestina, apenas tr&ecirc;s igrejas tinham men&ccedil;&otilde;es ao nome S&atilde;o Pedro, uma figura universal. &ldquo;Curiosamente, s&atilde;o raras as evid&ecirc;ncias de cultos a santos em igrejas p&uacute;blicas&rdquo;, acrescentou. &ldquo;Parece que algumas pessoas que constru&iacute;ram igrejas em suas casas decidiram por uma forma mais personalizada de express&atilde;o religiosa.&rdquo;
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Jarbas Arag&atilde;o &eacute; pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi mission&aacute;rio da Jocum e da Junta de Miss&otilde;es Mundiais da CBB, al&eacute;m de professor do semin&aacute;rio Batista. Colabora com diferentes m&iacute;dias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.
* O conte&uacute;do do texto acima &eacute; uma colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
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Muitas dessas igrejas eram estruturas edificadas em casas de famílias mais ricas, com portas que se abriam tanto para a área de convivência privada quanto para a rua. 


Arqueólogos comprovam que primeiros cristãos em Israel transformaram suas casas em igrejas

Nesta P&aacute;scoa, crist&atilde;os de v&aacute;rias vertentes celebraram a ressurrei&ccedil;&atilde;o de Cristo no mesmo dia. Por&eacute;m, o Oriente M&eacute;dio, ber&ccedil;o do cristianismo e lar das comunidades crist&atilde;s mais antigas do mundo, vive tempos de incerteza. O <a style="color: #800000;" href="https://themedialine.org/top-stories/on-a-united-easter-the-lives-and-struggles-of-christians-in-the-middle-east/" target="_blank">The Media Line</a> divulgou uma reportagem sobre o assunto.&nbsp; 
&ldquo;N&atilde;o h&aacute; um futuro claro para as comunidades crist&atilde;s&rdquo;, disse Andrea Pacini, padre da Arquidiocese de Turim e professor na Faculdade de Teologia do Norte da It&aacute;lia. &ldquo;O Estado pode oferecer alguma prote&ccedil;&atilde;o, mas a guerra, a instabilidade pol&iacute;tica e o medo de persegui&ccedil;&atilde;o continuam a tirar essas pessoas da regi&atilde;o.&rdquo;
De acordo com Pacini, houve tr&ecirc;s grandes ondas de decl&iacute;nio do n&uacute;mero de crist&atilde;os no Oriente M&eacute;dio: a conquista isl&acirc;mica &aacute;rabe, a partir do s&eacute;culo VII; as cat&aacute;strofes humanit&aacute;rias do s&eacute;culo XX, como o Genoc&iacute;dio Arm&ecirc;nio e os conflitos entre Turquia e Gr&eacute;cia, al&eacute;m da crise migrat&oacute;ria do s&eacute;culo XXI, gerada pelo colapso econ&ocirc;mico e novas din&acirc;micas culturais e pol&iacute;ticas.
Ele observou que, com o tempo, as press&otilde;es levaram &agrave; convers&atilde;o a outra f&eacute; ou abandono do antigo lar. &ldquo;Hoje, h&aacute; mais crist&atilde;os de origem do Oriente M&eacute;dio vivendo no exterior do que na regi&atilde;o que nasceram. &ldquo;Se essas comunidades desaparecerem, a regi&atilde;o perder&aacute; n&atilde;o apenas igrejas e locais religiosos hist&oacute;ricos, mas tamb&eacute;m a mem&oacute;ria viva da origem do cristianismo.&rdquo;
O Dr. Bernard Sabella, professor aposentado de sociologia da Universidade de Bel&eacute;m, tamb&eacute;m lamentou o r&aacute;pido decl&iacute;nio dos crist&atilde;os no Oriente M&eacute;dio, observando que eles comp&otilde;em uma das comunidades religiosas &ldquo;mais antigas do mundo.&rdquo;
&ldquo;Os copta no Egito s&atilde;o cerca de 12 milh&otilde;es. Os ass&iacute;rios no Iraque costumavam passar de 1,3 milh&atilde;o e hoje s&atilde;o uns 300.000. Os maronitas no L&iacute;bano ainda representam um ter&ccedil;o da popula&ccedil;&atilde;o. No total, h&aacute; cerca de 15 milh&otilde;es de crist&atilde;os nessa regi&atilde;o&rdquo;, disse Sabella. &ldquo;Precisamos de paz de verdade, n&atilde;o apenas entre governos, mas tamb&eacute;m entre as pessoas. Sem isso, as minorias continuar&atilde;o indo embora. Precisamos de uma vis&atilde;o pol&iacute;tica que inclua a todos: crist&atilde;os, yazidis e curdos. Caso contr&aacute;rio, toda a regi&atilde;o ficar&aacute; enfraquecida.&rdquo;
Pacini observou as fortes diferen&ccedil;as nacionais. &ldquo;Crist&atilde;os em Israel, como os de origem &aacute;rabe, em cidades como Nazar&eacute; ou Haifa, t&ecirc;m estabilidade social e econ&ocirc;mica, mesmo que eventualmente enfrentem dificuldades. Em contraste, crist&atilde;os vivendo nos Territ&oacute;rios Palestinos, Iraque e S&iacute;ria passam por situa&ccedil;&otilde;es muito mais dif&iacute;ceis.&rdquo;
S&iacute;ria
A S&iacute;ria, por exemplo, viu sua popula&ccedil;&atilde;o crist&atilde; cair 75% desde 2010. O padre Hugo Fabian Alanis, mission&aacute;rio argentino que est&aacute; h&aacute; oito anos na cidade s&iacute;ria de Aleppo, alerta que uma nova onda de medo surgiu ap&oacute;s a queda do ex-presidente s&iacute;rio Bashar al-Assad.
A igreja do Padre Alanis, da miss&atilde;o cat&oacute;lica latina, administra escolas, dormit&oacute;rios, programas de alimenta&ccedil;&atilde;o e cl&iacute;nicas de sa&uacute;de para os moradores locais, especialmente idosos e estudantes universit&aacute;rios. Entregam refei&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias para 300 idosos em Aleppo que n&atilde;o podem sair de casa. &ldquo;As pessoas n&atilde;o s&atilde;o atendidas nas necessidades b&aacute;sicas, nem aquecimento no inverno, nem &aacute;gua quente&rdquo;, lamenta. 
&ldquo;Como crist&atilde;os, estamos todos aqui. Como igreja, estamos tentando apoiar as pessoas, ajud&aacute;-las a enfrentar esses momentos dif&iacute;ceis. &Eacute; o pa&iacute;s delas e queremos mostrar que a igreja est&aacute; com elas. Cat&oacute;licos, ortodoxos, protestantes, evang&eacute;licos &mdash; todos colaboramos&rdquo;, disse o padre Alanis. &ldquo;Participei de reuni&otilde;es com eles e at&eacute; com o novo presidente s&iacute;rio. Mas reconstruir este pa&iacute;s levar&aacute; muito tempo.&rdquo;
L&iacute;bano 
Ao mesmo tempo, a Igreja Crist&atilde; Maronita, origin&aacute;ria do L&iacute;bano, est&aacute; vendo sua comunidade encolher rapidamente. &ldquo;Os crist&atilde;os representavam 75% da popula&ccedil;&atilde;o em meados do s&eacute;culo XX. Hoje, somos em torno de 30%&rdquo;, disse o padre Antoine Douaihy, um p&aacute;roco maronita.
O respons&aacute;vel pela par&oacute;quia maronita de Jerusal&eacute;m aponta que migra&ccedil;&atilde;o, colapso econ&ocirc;mico, casamentos mistos e baixas taxas de natalidade contribu&iacute;ram para a mudan&ccedil;a.
&ldquo;Muitos maronitas n&atilde;o mant&ecirc;m a tradi&ccedil;&atilde;o ap&oacute;s o casamento, seja com outros crist&atilde;os ou at&eacute; mesmo com mu&ccedil;ulmanos&rdquo;, explicou. &ldquo;Al&eacute;m disso, o L&iacute;bano ainda garante certa liberdade religiosa&rdquo;, lembra o padre Douaihy. &ldquo;O governo reconhece oficialmente 18 comunidades de f&eacute;. A presen&ccedil;a e a resili&ecirc;ncia dos crist&atilde;os libaneses tranquilizam outros na regi&atilde;o.&rdquo; O mesmo ocorre em Jerusal&eacute;m, onde &ldquo;cada denomina&ccedil;&atilde;o tem seu pr&oacute;prio local de culto, e a maioria do clero respeita os demais. Afinal, Jerusal&eacute;m &eacute; sagrada para todos n&oacute;s.&rdquo;
Israel
Embora extremistas ocasionalmente ataquem l&iacute;deres religiosos crist&atilde;os, as rela&ccedil;&otilde;es s&atilde;o majoritariamente pac&iacute;ficas em Israel. 
No entanto, a situa&ccedil;&atilde;o em Bel&eacute;m, distante apenas 30 minutos de Jerusal&eacute;m, &eacute; bem diferente. Situadas nos Territ&oacute;rios Palestinos, de acordo com Sabella, sua popula&ccedil;&atilde;o crist&atilde; diminuiu para cerca de 22.000, dentre os cerca de 100.000 habitantes da cidade. Isso inclui membros das comunidades de ortodoxos gregos, cat&oacute;licos latinos, sir&iacute;acos, coptas e arm&ecirc;nios.
Territ&oacute;rios Palestinos
A situa&ccedil;&atilde;o mais dif&iacute;cil &eacute; a dos crist&atilde;os palestinos em Gaza, que diminu&iacute;ram rapidamente desde o in&iacute;cio da guerra atual. Estima-se que eram 3.000 e s&atilde;o menos de 600 pessoas agora. A maioria se refugiou em igrejas para fugir dos conflitos.
Egito
De acordo com Pacini, o vizinho Egito oferece aos seus crist&atilde;os uma certa estabilidade. "Nos &uacute;ltimos 10 anos, os crist&atilde;os, particularmente os coptas, se beneficiaram de leis mais conciliat&oacute;rias sobre a constru&ccedil;&atilde;o de igrejas e de maior visibilidade p&uacute;blica."
Crescimento dos evang&eacute;licos
O cristianismo na regi&atilde;o est&aacute; dividido em quatro grupos distintos: as antigas igrejas ortodoxas orientais, as igrejas cat&oacute;licas orientais (como maronitas), a Igreja Cat&oacute;lica Latina e as comunidades evang&eacute;licas.
&ldquo;Imigrantes vindos das Filipinas, da &Iacute;ndia e da &Aacute;frica formam congrega&ccedil;&otilde;es crescentes. Eles&nbsp; aumentaram, consequentemente, o n&uacute;mero de crist&atilde;os na regi&atilde;o&rdquo;, explicou ele. &ldquo;Em pa&iacute;ses como Emirados &Aacute;rabes Unidos e Om&atilde;, tamb&eacute;m surgiram novas estruturas legais para minorias religiosa, em especial cat&oacute;licos e evang&eacute;licos.&rdquo;
Petra Heldt, diretora da Fraternidade Ecum&ecirc;nica de Pesquisa Teol&oacute;gica em Israel, admitiu que os evang&eacute;licos ainda s&atilde;o minoria na regi&atilde;o. &ldquo;Muitos s&atilde;o apoiados por igrejas do exterior&rdquo;, explicou ela. Em lugares como o Ir&atilde;, o cristianismo cresce na clandestinidade. &ldquo;Ningu&eacute;m lhe dir&aacute; os n&uacute;meros. Mas a f&eacute; est&aacute; se espalhando silenciosamente, pela ora&ccedil;&atilde;o. Oficialmente, os evang&eacute;licos se mant&eacute;m invis&iacute;veis.&rdquo;
Em Israel, os evang&eacute;licos expressam sua f&eacute; abertamente, de acordo com Heldt. Eventos como a Festa dos Tabern&aacute;culos e cultos no Jardim do T&uacute;mulo em Jerusal&eacute;m re&uacute;nem milhares de pessoas em celebra&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas todos os anos.
&ldquo;Os evang&eacute;licos atraem aqueles que buscam f&eacute; pessoal e simplicidade. Eles est&atilde;o preenchendo as lacunas deixadas pelas igrejas hist&oacute;ricas", explicou Heldt, acrescentando que, esse grupo atrai geralmente as gera&ccedil;&otilde;es mais jovens.
Ela tamb&eacute;m observou que existem movimentos claros na regi&atilde;o. "Quando os crist&atilde;os s&atilde;o perseguidos, n&atilde;o importa a qual igreja voc&ecirc; perten&ccedil;a. Estamos unidos em Cristo e precisamos mencionar o grande problema: o islamismo quer expulsar o cristianismo da regi&atilde;o, como aconteceu com os judeus."
P&aacute;scoa &eacute; momento de uni&atilde;o
Em uma parte do mundo fragmentada por guerras, pol&iacute;tica e persegui&ccedil;&atilde;o, a celebra&ccedil;&atilde;o da P&aacute;scoa acabou sendo um raro s&iacute;mbolo de unidade. Dos bairros em ru&iacute;nas de Aleppo aos becos de Bel&eacute;m, dos telhados de Jerusal&eacute;m &agrave;s casas subterr&acirc;neas no Ir&atilde;, os crist&atilde;os se mant&ecirc;m firmes na f&eacute;.
&ldquo;A mensagem da P&aacute;scoa &eacute; esperan&ccedil;a&rdquo;, disse o Padre Alanis. &ldquo;Sim, carregamos nossas cruzes &mdash; n&atilde;o apenas aqui, mas em todo o mundo. Todos temos cruzes para carregar, mas a ressurrei&ccedil;&atilde;o nos lembra: este n&atilde;o &eacute; o fim. N&atilde;o estamos sozinhos.&rdquo;
O padre Douaihy concordou: &ldquo;&Eacute; lindo ver todos os crist&atilde;os celebrando a P&aacute;scoa juntos este ano. Mas mais importante do que o calend&aacute;rio &eacute; o chamado ao amor &mdash; amar uns aos outros e respeitar as igrejas uns dos outros&rdquo;. 
Jarbas Arag&atilde;o &eacute; pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi mission&aacute;rio da Jocum e da Junta de Miss&otilde;es Mundiais da CBB, al&eacute;m de professor do semin&aacute;rio Batista. Colabora com diferentes m&iacute;dias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.
* O conte&uacute;do do texto acima &eacute; uma colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior:<a style="color: #800000;" href="https://guiame.com.br/colunistas/jarbas-aragao/o-brasil-tem-milhoes-de-conversoes-agora-precisa-voltar-biblia-alerta-dr-che-ahn.html"> &ldquo;O Brasil tem milh&otilde;es de convers&otilde;es, agora precisa voltar &agrave; B&iacute;blia&rdquo;, alerta Dr. Ch&eacute; Ahn</a>

Páscoa é um momento de união em meio a quadros de guerras, instabilidade política e perseguição.


Número de cristãos no Oriente Médio está diminuindo rapidamente

O pastor coreano-americano, Dr. Ch&eacute; Ahn, &eacute; um dos decanos do movimento apost&oacute;lico e prof&eacute;tico que mudou o cen&aacute;rio evang&eacute;lico a partir dos anos 1990. Ele e sua esposa, Sue, s&atilde;o os l&iacute;deres da Igreja Harvest Rock, em Pasadena, Calif&oacute;rnia. Tamb&eacute;m presidem o Minist&eacute;rio Harvest International, uma rede apost&oacute;lica global que equipa l&iacute;deres, multiplica igrejas e traz avivamento e reforma para mais de 70 na&ccedil;&otilde;es. Al&eacute;m de autor prof&iacute;cuo e palestrante internacional, ele &eacute; o Chanceler Internacional da Wagner University, um centro que prepara crist&atilde;os para o minist&eacute;rio pr&aacute;tico
Esta semana, Ch&eacute; Ahn esteve no Brasil, onde reuniu-se com diferentes l&iacute;deres em Bras&iacute;lia e S&atilde;o Paulo. Foi um dos preletores do evento &ldquo;Pelo Brasil: Prop&oacute;sito, Converg&ecirc;ncia e Governan&ccedil;a&rdquo;, realizado no audit&oacute;rio do TCU, na capital federal, e que contou com autoridades como o ministro Augusto Nardes, a senadora Damares Alves (DF), os deputados federais Nikolas Ferreira (MG), Greyce Elias (MG), e Gilberto Nascimento (SP). Tamb&eacute;m pregou no culto semanal da Frente Parlamentar Evang&eacute;lica, nas depend&ecirc;ncias do Congresso Nacional.
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Dr. Ch&eacute; Ahn esteve no Brasil e pregou no culto semanal da Frente Parlamentar Evang&eacute;lica. (Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o)
A visita do Dr. Ahn promoveu o lan&ccedil;amento de seu livro &ldquo;Plano-Mestre para a Transforma&ccedil;&atilde;o: Trazendo Reforma e Avivamento Para as Na&ccedil;&otilde;es&rdquo;, publicado pela <a style="color: #800000;" href="https://editorachavemestra.com.br/" target="_blank">editora Chave Mestra.</a> A obra, com pref&aacute;cio de Lou Engle e recomenda&ccedil;&atilde;o de Bill Johnson, prop&otilde;e-se a apontar caminhos para a transforma&ccedil;&otilde;es na sociedade a partir de princ&iacute;pios b&iacute;blicos. 
Em entrevista exclusiva ao Guiame, Dr. Ch&eacute; Ahn explica como a Igreja brasileira pode ajudar a gerar mudan&ccedil;as no contexto nacional e aumentar sua influ&ecirc;ncia.
&nbsp;
O que trouxe o senhor ao Brasil? Essa &eacute; sua primeira viagem ministerial ao pa&iacute;s? 
Sim. Meu objetivo principal &eacute; realmente servir Jesus, proclamando o poder do Esp&iacute;rito Santo e a chegada do Reino. Em Jesus, podemos resgatar tudo o que foi perdido no &Eacute;den. O homem pecou, mas Jesus quer restaurar o C&eacute;u na Terra. Por isso, podemos resgatar o que foi perdido, desde as fam&iacute;lias at&eacute; o governo, a educa&ccedil;&atilde;o, os neg&oacute;cios, a m&iacute;dia, artes e entretenimento.
Chamamos isso de &ldquo;As 7 Montanhas de Influ&ecirc;ncia&rdquo; tamb&eacute;m chamado de &ldquo;7 Esferas&rdquo;, mas, na verdade, &eacute; sobre alcan&ccedil;ar todas as institui&ccedil;&otilde;es que formam a sociedade, com amor. Meu desejo &eacute; ver justi&ccedil;a e ju&iacute;zo, que s&atilde;o o fundamento do Trono de Deus, conforme Salmo 89:14, alcan&ccedil;arem e transformarem todas as coisas.&nbsp;
&nbsp;
O conceito das 7 montanhas envolve o qu&ecirc;, exatamente? Como isso se relaciona com a Igreja? 
As Montanhas ou as &Aacute;reas de Influ&ecirc;ncia da Sociedade s&atilde;o: Fam&iacute;lia (lar), Religi&atilde;o (Igreja), Educa&ccedil;&atilde;o (escolas), M&iacute;dia (comunica&ccedil;&atilde;o), Artes (entretenimento e esportes), Economia (neg&oacute;cios e com&eacute;rcio) e Governo (pol&iacute;tica).
Esse &eacute; um conceito desenvolvido algumas d&eacute;cadas atr&aacute;s, mas &eacute; preciso lembrar que n&atilde;o defendemos uma teocracia. N&atilde;o significa que todo mundo do governo ser&aacute; crist&atilde;o, por exemplo. Acredito na gra&ccedil;a comum, pois &eacute; assim que a Revolu&ccedil;&atilde;o e a Reforma acontecem, Deus d&aacute; gra&ccedil;a, at&eacute; para quem n&atilde;o o conhece. Ciro &eacute; um exemplo cl&aacute;ssico. Em Isa&iacute;as 45 diz muito claramente, que mesmo sem conhecer o Senhor, ele foi separado para cumprir o prop&oacute;sito divino. E Deus usou Ciro para libertar os judeus do ex&iacute;lio na P&eacute;rsia e retornar para o seu pa&iacute;s e reconstruir o Templo. N&atilde;o apenas isso, mas ele deu parte do tesouro real, isso &eacute;: dinheiro. Ent&atilde;o, vemos o cumprimento prof&eacute;tico da grande riqueza de transfer&ecirc;ncia, que est&aacute; em Isa&iacute;as 60:5-11. Tamb&eacute;m vemos isso em Ageu 2:7, quando o profeta encoraja as pessoas a reconstruir o Templo depois de 14 anos da destrui&ccedil;&atilde;o. Ele diz ent&atilde;o que Deus vai derramar todas as na&ccedil;&otilde;es, trazer a riqueza das na&ccedil;&otilde;es e encher de novo aquela casa com a gl&oacute;ria.
S&oacute; que, ironicamente, sua profecia n&atilde;o se cumpriu totalmente, porque em Esdras 6, quando dedicaram o templo, a gl&oacute;ria n&atilde;o veio. Entendo que Ageu estava profetizando um outro per&iacute;odo, quando Deus vai derramar sobre as na&ccedil;&otilde;es e prosperar seus filhos para ent&atilde;o encher novamente sua casa com a gl&oacute;ria. Acredito que estamos nesse per&iacute;odo. 
Esse &eacute; um dos motivos que me formei em Hist&oacute;ria na faculdade. Foquei meus estudos na Hist&oacute;ria da Igreja. Considero-me um historiador, eu estudo Hist&oacute;ria at&eacute; hoje. Acho que uns 80% dos meus livros s&atilde;o hist&oacute;ricos. Isso acontece porque eu realmente sinto que Ele &eacute; o Deus da Hist&oacute;ria. Em sua soberania, Deus nos permitiu fazer Hist&oacute;ria. Isso &eacute; muito importante, pois a B&iacute;blia &eacute; um livro hist&oacute;rico, que come&ccedil;a em G&ecirc;nesis e aponta para o per&iacute;odo em que vivemos, como Ageu 2:7. E quando ele disse que iria fazer tremer todas as na&ccedil;&otilde;es. Apenas duas vezes houve um acerto de contas global e foi na era moderna. Desde que o texto de Ageu foi escrito, 2.500 anos antes do nascimento de Jesus, veio o acerto global na Primeira (1914-1918) e continuou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
Afinal, todas as na&ccedil;&otilde;es se envolveram, de um jeito ou de outro, na Segunda Guerra. E depois desse momento de Deus fazer a terra tremer, tivemos 50 anos incr&iacute;veis de avivamento. Tivemos o Avivamento das Ilhas H&eacute;bridas, em 1948, na Esc&oacute;cia, al&eacute;m do Avivamento em Saskatchewan, Canad&aacute;, em 1948, e o minist&eacute;rio de Billy Graham, de 1949. Tivemos o Avivamento Chuva Ser&ocirc;dia, de 1948, em Dallas. Tudo estava acontecendo tr&ecirc;s anos depois do fim da II Guerra. Uma d&eacute;cada depois, come&ccedil;ou a Renova&ccedil;&atilde;o Carism&aacute;tica, em 1958. Dez anos depois disso, veio a Revolu&ccedil;&atilde;o de Jesus, em 1967. Continuamos vendo isso com o John Wimber, na chamada terceira onda, de 1979. E ainda, em 1994, com o Avivamento de Toronto, e, na mesma &eacute;poca, o Avivamento de Pensacola, na Fl&oacute;rida.
S&oacute; que, mesmo que tiv&eacute;ssemos um Avivamento, n&atilde;o t&iacute;nhamos uma Reforma. Algumas das piores leis dos EUA foram aprovadas durante o movimento Jesus People. O aborto se tornou legal, em 1973, no fim daquele Avivamento. Depois, na &eacute;poca do Avivamento de Toronto, tivemos a legaliza&ccedil;&atilde;o do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2015. Estou falando no contexto do meu pa&iacute;s, mas &eacute; um microcosmo do que est&aacute; acontecendo globalmente. Eu realmente sinto que, em 2022, come&ccedil;amos outra onda de Avivamento.
Como foi em 1945, com o fim da II Guerra, eu sinto que o fim da pandemia de Covid-19, que foi de 2000 at&eacute; 2022, foi um novo acerto de contas. Afinal, cada na&ccedil;&atilde;o da terra foi impactada, todas as 200 na&ccedil;&otilde;es tiveram Covid-19. Isso n&atilde;o &eacute; coincid&ecirc;ncia. Quando Deus diz que vai chacoalhar todas as na&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o &eacute; apenas pela Covid, foram as leis de restri&ccedil;&atilde;o, os problemas econ&ocirc;micos resultantes das decis&otilde;es que as pessoas fizeram, uma hiperinfla&ccedil;&atilde;o em alguns pa&iacute;ses.
Mesmo que tenhamos ouvido tantas m&aacute;s not&iacute;cias, a boa not&iacute;cia &eacute; que o 3&ordm; Grande Avivamento come&ccedil;ou em 2022. O motivo pelo qual digo isso &eacute; porque estou vendo todos esses sinais que s&atilde;o hist&oacute;ricos, na verdade. O primeiro sinal que o Senhor me deu foi que Roe vs. Wade, a lei do aborto legal nos EUA, foi derrubada. Estamos falando de 65 milh&otilde;es de beb&ecirc;s assassinados desde 1973, quando ela foi assinada. Sim, o aborto ainda &eacute; praticado, mas &eacute; uma grande mudan&ccedil;a. De qualquer forma, n&atilde;o estou dizendo que tudo vai ficar perfeito, pois isso n&atilde;o vai acontecer at&eacute; Jesus Cristo voltar. At&eacute; que isso ocorra, Deus espera que n&oacute;s tragamos justi&ccedil;a, amor e verdade para a sociedade.&nbsp;
&nbsp;
Como o senhor v&ecirc; o crescimento do movimento prof&eacute;tico no Brasil?
O que acontece no Brasil &eacute; realmente percept&iacute;vel para n&oacute;s. No meu livro &ldquo;Plano-Mestre para a Transforma&ccedil;&atilde;o&rdquo;, que estou lan&ccedil;ando agora em portugu&ecirc;s, eu falo sobre como o Avivamento e a Reforma podem chegar ao Brasil, no momento certo.
A profetisa Cindy Jacobs foi quem me inspirou sobre o Brasil. Sei que ela &eacute; bem conhecida aqui. Pois Cindy me disse que na Am&eacute;rica Latina muitos pa&iacute;ses j&aacute; experimentaram o Avivamento, com multid&otilde;es de convers&atilde;o, mas n&atilde;o a Reforma, que &eacute; a mudan&ccedil;a da sociedade. Ela lembrou que a Reforma que come&ccedil;ou com Martin Lutero, em 1517, n&atilde;o penetrou com profundidade em muitos lugares. E ela est&aacute; certa, pois a chave para a Reforma vir s&atilde;o ap&oacute;stolos e profetas.
Neste livro falo um pouco sobre isso. Abordo a Revolu&ccedil;&atilde;o prof&eacute;tica, a guerra espiritual, e a necessidade de ap&oacute;stolos para esses dias. Quando Jesus ascendeu aos c&eacute;us, a B&iacute;blia diz que ele deu dons aos homens e &agrave;s mulheres (Ef 4:8). Ou seja, Ele deu algumas para ap&oacute;stolos, outros para profetas. No meu pa&iacute;s, apenas 1% das igrejas tem l&iacute;deres de minist&eacute;rio com dedica&ccedil;&atilde;o integral. Seria rid&iacute;culo pensar que ele s&oacute; deu algo para 1%, pois &eacute; para todo o Corpo. Ent&atilde;o, 99% dos crist&atilde;os est&atilde;o no mercado, na sociedade, em alguma forma de governo. Isso significa que todos esses ap&oacute;stolos e profetas s&atilde;o profissionais que est&atilde;o exercendo seu papel na sociedade. 
J&aacute; me encontrei com pessoas assim aqui no Brasil. Ap&oacute;stolos e profetas v&atilde;o transformar a sociedade porque o Senhor lhes deu uma autoridade tremenda. 1 Cor&iacute;ntios 12:28 diz que &ldquo;Deus estabeleceu primeiramente ap&oacute;stolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres&rdquo; e por a&iacute; vai.&nbsp;&nbsp; 
A palavra &ldquo;primeiramente&rdquo; no grego &eacute; &ldquo;proton&rdquo;. Se voc&ecirc; olhar no dicion&aacute;rio, significa primeiro em autoridade, n&atilde;o primeiro como &ldquo;maior&rdquo; que os outros. Somos todos iguais antes de Deus, mas Ele nos deu autoridades diferentes. Ele deu a autoridade dos pais sobre os filhos, por exemplo, e autoridade de alguns para exercer o governo. Ent&atilde;o, h&aacute; autoridade no Reino dos c&eacute;us. Ent&atilde;o, eu digo que a Igreja precisa usar sua autoridade para transformar a sociedade. 
Na B&iacute;blia, vemos exemplos disso. Jesus sendo ap&oacute;stolo e profeta, causou uma Reforma. Veja, Ele mudou o reino de Israel e come&ccedil;ou a igreja. Ele virou as mesas de dinheiro dos cambistas, para mostrar que existiam homens corruptos no Templo. Jesus traz a Reforma e, depois, aquele Templo &eacute; destru&iacute;do, no ano 70. Isso parece radical, mas h&aacute; uma mudan&ccedil;a acontecendo. A Reforma &eacute; isso, n&atilde;o &eacute; o Templo onde minha gl&oacute;ria vai crescer. Como diz 1 Cor&iacute;ntios 3.16: &ldquo;voc&ecirc;s s&atilde;o o templo de Deus e o Esp&iacute;rito de Deus habita em v&oacute;s&rdquo;. &Eacute; Cristo em n&oacute;s, a esperan&ccedil;a de gl&oacute;ria, Colossense 2:17. A gl&oacute;ria agora est&aacute; dentro de n&oacute;s. Ent&atilde;o, isso &eacute; a Reforma de um espa&ccedil;o que era para ser santo e estava corrompido
Creio que tudo come&ccedil;a com a Igreja. Tudo come&ccedil;a e termina com a Igreja. Ent&atilde;o, n&oacute;s precisamos convidar os verdadeiros ap&oacute;stolos e profetas do Brasil para se levantar. N&atilde;o estou falando de celebridades nem daqueles que se consideram grandes. Eu amo Romanos 1:1. Paulo diz que &eacute;: &ldquo;servo de Cristo Jesus, chamado para ser ap&oacute;stolo, separado para o evangelho de Deus&rdquo;. Essa ordem &eacute; muito importante. Primeiro, enfatizou que era um servo com um chamado para ser ap&oacute;stolo. Ent&atilde;o, sim, eu sou chamado para ser ap&oacute;stolo e para proclamar o Evangelho, o Reino, mas eu sou um servo primeiro. 
Acho que isso &eacute; o que est&aacute; faltando no Brasil. Tenho um livro chamado &ldquo;Ap&oacute;stolos Modernos&rdquo;. Deve ser meu pr&oacute;ximo livro a ser publicado pela minha editora aqui. Em breve queremos trazer nossa Escola de Ap&oacute;stolos e Profetas para o portugu&ecirc;s.
&nbsp;&nbsp; 
Qual mensagem que o senhor trouxe para a Igreja Brasileira?
&Eacute; muito simples. Voc&ecirc;s experimentaram o Avivamento de Deus e isso foi bom, pois Ele nos ama. Mas precisamos avan&ccedil;ar para a Reforma agora. Mas &eacute; preciso entender que Reforma &eacute; a transforma&ccedil;&atilde;o da sociedade pelos valores b&iacute;blicos, que s&atilde;o, principalmente, retid&atilde;o, justi&ccedil;a, gra&ccedil;a e verdade, conforme Salmo 89:14.
A verdade est&aacute; na B&iacute;blia. Ningu&eacute;m muda isso. Precisamos trazer a B&iacute;blia para a sociedade. &Eacute; uma coisa muito simples. Pode parecer at&eacute; muito &oacute;bvio, mas &agrave;s vezes, n&oacute;s esquecemos da B&iacute;blia. Acredite, as pessoas precisam ouvir sobre isso. Volte &agrave; B&iacute;blia, Brasil!
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Jarbas Arag&atilde;o &eacute; pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi mission&aacute;rio da Jocum e da Junta de Miss&otilde;es Mundiais da CBB, al&eacute;m de professor do semin&aacute;rio Batista. Colabora com diferentes m&iacute;dias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.
* O conte&uacute;do do texto acima &eacute; uma colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: <a style="color: #800000;" href="https://www.guiame.com.br/colunistas/jarbas-aragao/movimento-convoca-um-milhao-de-cristaos-para-orar-pelo-brasil.html">Movimento convoca um milh&atilde;o de crist&atilde;os para orar pelo Brasil&nbsp;</a>

Precursor do movimento apostólico e profético esteve em Brasília e lançou seu primeiro livro em português.


“O Brasil tem milhões de conversões, agora precisa voltar à Bíblia”, alerta Dr. Ché Ahn

Ao longo das &uacute;ltimas d&eacute;cadas, o Brasil se acostumou a ver avenidas das principais cidades do pa&iacute;s serem tomadas por pessoas defendendo suas cren&ccedil;as. Seja movimentos pela democracia, em defesa de causas pol&iacute;ticas ou protestos por quest&otilde;es econ&ocirc;micas, mulheres e homens de todas as idades marcharam e gritaram palavras de ordem.
Por&eacute;m, em 25 de outubro de 2025, outro tipo de &ldquo;ajuntamento&rdquo; ocorrer&aacute; em S&atilde;o Paulo, maior cidade da na&ccedil;&atilde;o. Crist&atilde;os comprometidos com a intercess&atilde;o em favor do pa&iacute;s v&atilde;o estar no encontro a c&eacute;u aberto do movimento A Million Women [Um Milh&atilde;o de Mulheres]. 
Baseado no livro b&iacute;blico de Ester, esse movimento defende a necessidade de jejuar e orar pela na&ccedil;&atilde;o. Define-se como um ex&eacute;rcito de Esters e Mardoqueus se levantando &ldquo;para um tempo como esse (Ester 4:14)&rdquo;. Um Milh&atilde;o de Mulheres foi iniciado pelo minist&eacute;rio do evangelista Lou Engle, conhecido pelos movimentos como The Call e The Send.
Segundo os organizadores, &ldquo;o movimento A Million Women Brasil est&aacute; cumprindo um chamado de intercess&atilde;o e um mandato prof&eacute;tico, convocando todos para nos opormos ao esp&iacute;rito deste tempo, iniciando um movimento de mulheres e homens posicionados em todo Brasil e no mundo.&rdquo;&nbsp; 
Em 12 de outubro de 2024, um encontro hist&oacute;rico em Washington, capital dos Estados Unidos, reuniu mais de 360 mil pessoas pessoalmente, enquanto outros 10 milh&otilde;es participaram online, para orar, jejuar e interceder pelos Estados Unidos. O impacto desse ajuntamento e seus frutos se estenderam por todas as na&ccedil;&otilde;es, com o Brasil sendo escolhido para receb&ecirc;-lo este ano.
A brasileira Lu Batchman, que atualmente mora nos EUA, foi escolhida para liderar o movimento que agora chega ao Brasil. Ela tem viajado, se reunido com l&iacute;deres, igrejas e minist&eacute;rios, construindo pontes e preparando o caminho para essa mobiliza&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica. Recentemente esteve em Bras&iacute;lia, onde convidou figuras proeminentes da pol&iacute;tica brasileira para estarem presentes, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
<img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/smart/https://media.guiame.com.br/archives/2025/04/11/2533175857-lu-batchman.jpg" alt="" width="600" />Lu Batchman. (Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o)
O site com todas as informa&ccedil;&otilde;es sobre inscri&ccedil;&atilde;o do evento e informa&ccedil;&otilde;es sobre o movimento pode ser acessado <a style="color: #800000;" href="https://www.amillionwomen.com.br/" target="_blank">AQUI</a>. Tamb&eacute;m h&aacute; um perfil oficial nas <a style="color: #800000;" href="https://www.instagram.com/amillionwomenbrasil/" target="_blank">redes sociais.&nbsp;</a>
Em entrevista ao Guiame, Lu explica a import&acirc;ncia desse movimento de jejum e ora&ccedil;&atilde;o pelo pa&iacute;s.
Como surgiu a ideia de trazer o Um Milh&atilde;o de Mulheres para o Brasil?
O movimento original, A Million Women, surgiu de um sonho que o profeta Lou Engle teve, onde via um ex&eacute;rcito de mulheres posicionadas para um avivamento na terra.
Nesse sonho prof&eacute;tico, ele era Mardoqueu (ou Mordecai, como em algumas tradu&ccedil;&otilde;es). Esse homem foi quem introduziu Ester no pal&aacute;cio e com isso salvou seu povo, os judeus. Ent&atilde;o Lou, que vinha pregando sobre o Livro de Ester, ouvir do Senhor que haveria um grande movimento na terra, onde mulheres estavam sendo levantadas como vozes prof&eacute;ticas, n&atilde;o como esse movimento feminista que existe. Estamos falando de mulheres que s&atilde;o aben&ccedil;oadas e foram autorizadas pelos homens para cumprir os prop&oacute;sitos de Deus na terra, sendo precursoras de um grande avivamento. 
Ap&oacute;s uma campanha de meses de jejum e ora&ccedil;&atilde;o, em 12 de outubro de 2024, fizeram uma marcha nos Estados Unidos, em Washington. Foram 10 horas ininterruptas de ora&ccedil;&atilde;o, clamor e&nbsp; jejum. Agora, faremos no Brasil, em 25 de outubro de 2025, em S&atilde;o Paulo, maior cidade da Am&eacute;rica Latina. 
Voc&ecirc; estava nesse evento. Qual foi a rea&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico crist&atilde;o?
T&iacute;nhamos cerca de 375 mil pessoas presentes, homens e mulheres, perto da Casa Branca. Al&eacute;m disso, mais de 10 milh&otilde;es de crist&atilde;os, de muitas na&ccedil;&otilde;es, acompanharam online e clamando com a gente. Depois de 10 horas de muita ora&ccedil;&atilde;o, tomamos a santa ceia juntos e foi um clamor muito grande. Al&eacute;m dos americanos, t&iacute;nhamos pessoas do mundo todo, desde Brasil at&eacute; a Austr&aacute;lia, pois sabemos que era o in&iacute;cio de algo mundial. 
No dia seguinte, Lou Engle reuniu com a equipe. Eu estava presente. Ouvimos ele dizer que o Senhor havia colocado no cora&ccedil;&atilde;o dele que come&ccedil;ou noa EUA, mas o movimento atingiria muitas na&ccedil;&otilde;es. Naquele momento anunciou que o Brasil seria o pr&oacute;ximo a receber o Um Milh&atilde;o de Mulheres e com isso come&ccedil;amos a planejar como seria aqui no Brasil, escolhendo a data de 25 de outubro. 
Como as pessoas que desejam participar pode se informar e saber os detalhes da programa&ccedil;&atilde;o?
Escolhemos n&atilde;o divulgar quem estar&aacute; presente, pois o foco &eacute; na ora&ccedil;&atilde;o. Mas j&aacute; temos l&iacute;deres conhecidos que estar&atilde;o conosco, pastores, cantores e autoridades. Todas as informa&ccedil;&otilde;es est&atilde;o em nosso perfil, no Instagram, <a style="color: #800000;" href="https://www.instagram.com/amillionwomenbrasil/" target="_blank">@amillionwomenbrasil </a>e tamb&eacute;m em nosso site, que &eacute; o <a style="color: #800000;" href="http://www.emiliomuma.com.br" target="_blank">https://www.amillionwomen.com.br</a>. 
Ali &eacute; poss&iacute;vel se inscrever para ser volunt&aacute;rio, para participar, conhecer os motivos de ora&ccedil;&atilde;o, se engajar e tem material para ajudar a divulgar esse chamado para todas as igrejas, pastores e l&iacute;deres. Oferecemos tamb&eacute;m a possibilidade de fazer doa&ccedil;&otilde;es, pois um evento como esse tem um custo elevado. Toda doa&ccedil;&atilde;o &eacute; importante, independentemente do valor. Acreditamos que h&aacute; um grande poder quando investimos no Reino e nas causas do Rei. 
O mais importante de tudo &eacute; que j&aacute; estamos em uma campanha de ora&ccedil;&atilde;o e jejum. No dia 25 de outubro ser&aacute; intenso, com 10 horas de clamor pela transforma&ccedil;&atilde;o da na&ccedil;&atilde;o brasileira. O objetivo n&atilde;o &eacute; ser um culto, n&atilde;o teremos pessoas pregando, mas sim reunidas de joelhos, clamando, com atos prof&eacute;ticos sendo liberados sobre a na&ccedil;&atilde;o. Vamos lutar pela liberta&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, indo contra os principados e potestades que afetam o Brasil.
A marca desse movimento &eacute; a uni&atilde;o, sem placas, sem denomina&ccedil;&otilde;es, sem nomes famosos. Apenas mulheres e homens tementes ao Senhor, reunidos para orar e clamar em favor da&nbsp; na&ccedil;&atilde;o brasileira.
Qual a mensagem que voc&ecirc;s, como movimento, t&ecirc;m para o Brasil? 
J&aacute; foi dito muitas vezes que o Brasil vai mudar e em nosso site temos um pequeno hist&oacute;rico de profecias sobre isso. O Brasil carrega uma tocha de avivamento. Acredito que as na&ccedil;&otilde;es olham para o Brasil como aquele pa&iacute;s que realmente vai liderar o maior avivamento na terra. 
O Lou Engle viaja o mundo todo. Ele fala que, tudo que acontece no Brasil impacta as na&ccedil;&otilde;es. Ent&atilde;o n&oacute;s cremos que esse realmente &eacute; o tempo para os crist&atilde;os brasileiros se posicionarem, para uma reforma, para uma transforma&ccedil;&atilde;o. Acreditamos realmente que esse clamor, com jejum e ora&ccedil;&atilde;o, &eacute; parte daquilo que o Senhor quer fazer nesta na&ccedil;&atilde;o.
A escolha de fazer o Um Milh&atilde;o de Mulheres no Brasil para n&oacute;s &eacute; mais um indicativo que o Senhor est&aacute; com os olhos sobre a na&ccedil;&atilde;o brasileira. Muita gente vem dizendo que o Brasil seria um celeiro de mission&aacute;rios, um local de avivamento. Eu creio que esse &eacute; um per&iacute;odo de&nbsp; prepara&ccedil;&atilde;o que o Senhor est&aacute; trazendo. Teremos respostas claras a esse posicionamento e o Brasil vai iniciar o maior avivamento da hist&oacute;ria. Tamb&eacute;m criamos a associa&ccedil;&atilde;o A Million Women Brasil, sem fins lucrativos. Eu sou a presidente e posso adiantar que temos muitos planos para mobiliza&ccedil;&otilde;es futuras. 
Ent&atilde;o n&atilde;o &eacute; s&oacute; para mulheres?
N&oacute;s entendemos que esse &eacute; um tempo onde mulheres e homens v&atilde;o andar juntos no prop&oacute;sito. No Livro de Ester, vemos claramente como Mardoqueu foi uma &ldquo;chave&rdquo;. Ele introduziu Ester no pal&aacute;cio, estimulou-a a realmente se posicionar. Assim, todo povo foi salvo. 
Precisamos de homens de Deus envolvidos. Depois do livramento do povo, um anel foi colocado na m&atilde;o de Mardoqueu. Ou seja, ele agiu com f&eacute; e entendeu como os c&eacute;us estavam se movendo naquele lugar. 
O movimento inclui os Mardoqueus. Estamos convocando homens que entendem seu papel de facilitadores e apoiadores. Ester chamou o povo para jejuar e clamar. Com isso veio a salva&ccedil;&atilde;o, mas ela n&atilde;o estava sozinha. Sua voz foi amplificada por um homem. Depois, esse homem tamb&eacute;m assumiu o lugar dele, como homem de governo. Todos s&atilde;o inclu&iacute;dos nos planos do Reino de Deus. 
Como algu&eacute;m que deseja participar, mas n&atilde;o pode ir a S&atilde;o Paulo dia 25 de outubro consegue fazer parte do movimento? 
O evento &eacute; gratuito. Estamos encorajando todas as igrejas a locarem &ocirc;nibus, fazerem caravanas e ficar ao vivo clamando conosco. A ideia de ter uma inscri&ccedil;&atilde;o &eacute; s&oacute; para sabermos quantos estar&atilde;o realmente conosco, pois a organiza&ccedil;&atilde;o de grandes eventos envolve muito a parte log&iacute;stica. 
Recebemos muitas informa&ccedil;&otilde;es que igrejas e indiv&iacute;duos est&atilde;o fretando &ocirc;nibus para oferecer transporte gratuito at&eacute; S&atilde;o Paulo naquele dia. Ent&atilde;o, se a pessoa tiver interesse pode acompanhar pelo site como ser&atilde;o essas caravanas. Quem realmente n&atilde;o puder estar, poder&aacute; acompanhar a transmiss&atilde;o pelo Youtube e redes sociais. Todos ter&atilde;o a chance de se juntar a n&oacute;s, seja presencial ou virtualmente.
Mas &eacute; preciso ressaltar que o clamor pelo pa&iacute;s j&aacute; est&aacute; acontecendo. O dia 25 de outubro ser&aacute; do encontro, mas estamos convocando todos os crist&atilde;os do Brasil para entrar nesse prop&oacute;sito de ora&ccedil;&atilde;o, jejum e posicionamento pela na&ccedil;&atilde;o. As igrejas podem e devem formar grupos de intercess&atilde;o, orarem e jejuarem pela na&ccedil;&atilde;o. Queremos realmente ver uma na&ccedil;&atilde;o de joelhos, para colocar o nosso pa&iacute;s de p&eacute;.
Sabemos que esse movimento n&atilde;o vai parar. N&oacute;s vamos continuar convocando todos que amam essa na&ccedil;&atilde;o para se envolver. Essa &eacute; a primeira edi&ccedil;&atilde;o. Acreditamos muito que o Senhor vai fazer algo, porque est&aacute; nas m&atilde;os dele.&nbsp;
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Jarbas Arag&atilde;o &eacute; pastor, jornalista e tradutor. Mestre em teologia, foi mission&aacute;rio da Jocum e da Junta de Miss&otilde;es Mundiais da CBB, al&eacute;m de professor do semin&aacute;rio Batista. Colabora com diferentes m&iacute;dias no Brasil, nos Estados Unidos e em Israel.
* O conte&uacute;do do texto acima &eacute; uma colabora&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria, de total responsabilidade do autor e n&atilde;o reflete necessariamente a opini&atilde;o do Portal Guiame.
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Jarbas Aragão

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