Devastada pelo Estado Islâmico, comunidade cristã se reconstrói na Síria: "Passo de fé"

Em setembro passado de 2015, militantes islâmicos atacaram e ocuparam a região de Maaloula. A cidade é uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo e o último lugar onde o aramaico - falado por Jesus Cristo - ainda está em uso.

Fonte: Guiame, com informações do Gospel HeraldAtualizado: quinta-feira, 19 de maio de 2016 às 20:09
Interior de igreja destruída em Maaloula. (Foto: Daily Star)
Interior de igreja destruída em Maaloula. (Foto: Daily Star)

Uma comunidade cristã síria está tentando se reconstruir após a grupos extremistas, como o Estado Islâmico terem executado muitos dos seus membros, incendiado igrejas e profanado ícones de valor inestimável.

Em setembro passado do ano passado (2015), militantes islâmicos atacaram e eventualmente ocuparam Maaloula. A cidade é uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo e o último lugar onde o aramaico - falado por Jesus Cristo e muitos de seus contemporâneos - ainda está em uso.

Moradora de Maaloula, Maryam El Zakhm recordou o dia horrível no qual o grupo militante invadiu a histórica cidade.

"Eles vieram aqui para converter os cristãos ao islamismo, e eles queriam destruir Maaloula porque é uma cidade cristã", disse ela à CBN News.

"Eles gritavam 'Allahu Akbar!' ['Alá é grande']. Eles vieram da Chechênia, Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, de todos os lugares. Eles vieram com cabelos longos, barbas grandes e rostos assustadores".

A residente também relatou como militantes do Estado Islâmico invadiram sua casa, ameaçando matar suas filhas.

"Eles atacaram minha casa e começaram a gritar: 'saia, vocês porcos cristãos!'. Eu sabia que eles tinham planejado levar nossas filhas, estuprá-las e matá-las", disse ela. "Então, eu cheguei a pensar em matar minhas próprias filhas antes que eles pudessem nos alcançar. Mas em vez disso, eu orei a Deus e pedi que Ele nos desse uma chance de fugir de casa".

Um número de edifícios históricos foram destruídos e queimados em Maaloula - incluindo o mosteiro greco-católico de São Sérgio, ou Mar Sarkis, e o Convento da Santa Tecla.

No dia 14 de Abril de 2014, o Exército sírio libertou a cidade de Maaloula, depois de a cidade permanecer sob controle do Estado Islâmico durante oito meses. Alguns dos moradores da aldeia continuam desaparecidos, após terem sido sequestrados pelos jihadistas em retirada, segundo a CNN.

Atualmente, os moradores só querem seguir em frente e superar os meses de terror que viveram no passado.

"Eu quero que as coisas sejam melhores, como eram antes", disse um jovem à CNN.

Toufic Eid, um líder cristão da cidade, acrescentou que os cristãos de Maaloula ainda terão de enfrentar muitos desafios, enquanto a luta contra o terrorismo continua em seu país, mas afirmou estar confiante de que Deus vai lhes dar forças para continuar.

"Estamos nos reeguerndo. Na verdade Este é um passo de fé. Precisamos ter esperança. Orem por nós para consigamos manter a esperança, porque as dificuldades, realmente são muitas", disse ele.


Terrorismo perdendo forças
A reconstrução de Maaloula não é única notícia que tem animado a população síria. A cidade de Al-Qaryatain, que estava sob controle do grupo extremista Estado Islâmico (EI) desde agosto de 2015, também foi retomada pelo exército local, à medida que o Estado Islâmico apresenta significativas perdas em seus domínios.

Localizada em ponto estratégico, a cidade havia sido ocupada pela milícia terrorista em agosto de 2015. Al-Qaryatain é cercada por montanhas e fica 100 quilômetros a oeste de Palmira, reconquistada pelas forças do governo há uma semana.

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