O Departamento de Defesa Nacional das Filipinas incluiu o Conselho Nacional de Igrejas nas Filipinas (NCCP, na sigla em inglês) na lista de “grupos terroristas comunistas locais”.
A lista foi apresentada no dia 5 de novembro pelo major-general Reuben Basiao, vice-chefe da equipe de inteligência das Forças Armadas.
Em nota, o NCCP pediu para o governo das Filipinas rever as “infundadas” acusações. O Conselho também alertou que a classificação terrorista pode impedir a realização de obras sociais “às comunidades marginalizadas em meio a desastres”.
Em junho de 2019, o governo das Filipinas rejeitou o pedido das Nações Unidas de investigar violações dos direitos humanos em políticas contra o tráfico de drogas, argumentando que era uma “interferência”.
Segundo dados oficiais, 5.300 suspeitos foram mortos pela polícia desde 2016. Mas, de acordo com os defensores dos direitos humanos, o número seria três vezes maior.
“Nos últimos dias, testemunhamos ataques contra organizações da sociedade civil que são críticas às políticas e programas do governo. Houve ataques, prisões ilegais e difamação. Antes disso, é claro, houve até assassinatos de ativistas e defensores dos direitos humanos”, disse o NCCP.
Apoio dos evangélicos
Fundado em 1963, o NCCP é uma federação de igrejas de denominações católicas não romanas. O Conselho Filipino de Igrejas Evangélicas (PCEC) tem apoiado o NCCP, destacando que o conselho “não é uma frente comunista”.
“Assim como o PCEC, [o Conselho] é uma organização de homens e mulheres sinceros que anseiam ver Jesus Cristo entronizado em uma nação transformada e próspera”, disse o bispo Noel Pantoja, diretor nacional do PCEC.
“Apelamos urgentemente à liderança das Forças Armadas das Filipinas e do DND, para rescindir sua acusação e conduzir imediatamente uma investigação mais profunda e mais cautelosa”, acrescentou Pantoja.
A ação do governo foi amplamente condenada por vários líderes cristãos internacionais. O Rev. Olav Fyse Tveit, Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas , disse que “o uso de ‘etiquetas vermelhas’ dá um sinal verde ao assédio e ataques mortais das forças de segurança e milícias contra os listados”.
Declarações semelhantes foram divulgadas pela Conferência Cristã da Ásia, a Aliança Action of Churches Together, a Christian Aid, a Igreja Evangélica Luterana no norte da Alemanha, entre outras.
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