Deus criou o mundo e o disponibilizou com todos os seus recursos para que a humanidade aprendesse a manipulá-lo a fim de que seu conhecimento gerasse novos benefícios. A tecnologia é resultado desse processo. Suas funcionalidades e atrativos facilitam a rotina das pessoas, seja para a solução de alguma atividade ou para a interação por meio das redes sociais e aplicativos.
Mas sistematicamente esse comportamento se tornou uma obsessão pela vida virtual. E isso não é uma exclusividade dos jovens, mas de todas as classes e idades. A brincadeira inofensiva se tornou um hábito que esconde um dos males deste século: a dependência virtual. Este tipo de vício interfere de forma global na vida do todo usuário.
A mudança de comportamento para a dependência virtual trouxe sintomas físicos como o cansaço excessivo, distúrbios de sono, aumento de peso e alimentação desregrada, dores de cabeça e nas costas e fadiga ocular. No Brasil, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo é uma das instituições que desenvolvem o tratamento para dependentes virtuais.
Essa patologia tem nome: NOMOFOBIA. Consiste na sensação de ansiedade ao ficar sem celular. A palavra é uma abreviatura de “no-mobile phobia”, ou seja, medo de ficar sem o telefone móvel. Para algumas pessoas, quando o celular fica sem bateria e não há tomada por perto, surge uma desconfortável sensação de privação e distanciamento do mundo.
Amizades virtuais, congratulações virtuais, conhecidos virtuais, relacionamentos virtuais, sexo virtual, escolas virtuais, trabalhos virtuais, e por último igrejas e espiritualidades virtuais. Estamos sistematicamente perdendo todo tipo de comunhão entre as pessoas.
A rotina de muitos ao chegar em casa é acessar Facebook, Instagram, Twitter, Youtube, WhatsApp, Skype e tantas outras redes sociais, isso quando já não o fazem a caminho de casa. É só andar de metrô em São Paulo pra constatar isso. O problema é que o hábito com esse universo virtual cria em nós uma percepção errada sobre quase tudo.
Processadores e máquinas jamais poderão ensinar a amar, compartilhar e ser sensível com as pessoas e entre elas. Nossa vida só tem sentido quando encontramos um propósito incendiado pela realidade da vida. O amor da vida é incalculável e por isso nenhuma máquina conseguirá definir, pois até mesmo nós os humanos, a mais complexa máquina já criada, não pode expressar o amor em palavras, é preciso interagir para conhecer essa verdade.
Acontece que a informação sem o convívio com a realidade torna o entendimento pobre e insignificante, pois tudo perde o valor quando deixa de ser para simplesmente existir. Nos tornamos tão frios quanto o computador, tablet ou smartphone que idolatramos. Não seja refém de uma imagem de photoshop, mas autor da vida verdadeira. Por isso não permita que a sua vida se torne apenas uma existência virtual. Seja real!
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