Quando analisamos o tempo de vida que o ser humano pode passar nesta Terra, pode ser que consideremos longos anos. Cada dia mais, a ciência, a medicina, tem proporcionado condições para que nossa vida se estenda. No entanto, a Bíblia diz que quando chega aos 80 anos, nossa vida passou como um breve pensamento, um sopro.
“O homem é como um sopro; seus dias são como uma sombra passageira” (Salmos 144:4)
“Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando” (Salmos 90:10)
Por mais que vivamos, precisamos compreender que esses anos de existência aqui não são nada diante do que o Pai nos preparou para o futuro. É incomparável, pois o que Ele desejou para nós – e se concretizará porque a vontade Dele é sempre realizada – é uma vida na e para a eternidade.
Quando passamos a enxergar nossa vida sob essa perspectiva, que é a perspectiva de Deus, deixamos de valorizar coisas efêmeras que não terão nenhuma importância nem nos ajudarão para o que virá. Ao contrário, elas poderão nos atrapalhar a viver bem, a descobrir o propósito pelo qual estamos aqui. Sim! Todos, sem exceção, têm um propósito de vida que precisa ser encontrado para que sua existência valha a pena. Para que possa ser frutífero e realizado, como Deus planejou.
O apóstolo Paulo tinha objetivos pessoais e, para isso, deixou-se guiar pela religiosidade. Ele dedicou sua vida para perseguir, prender e até matar os cristãos. Foram muitos anos fazendo isso, e, mesmo fazendo o que queria, ele era infeliz. A Bíblia diz que Paulo “respirava ameaças de morte” (Atos 9:1). Mas quando ele foi interceptado por Jesus, no meio de uma de suas investidas contra a igreja, imediatamente o propósito verdadeiro de sua vida foi revelado. Jesus disse que ele viveria (e até sofreria) pelo Evangelho! Será que Paulo ficou triste com aquela notícia? Em várias cartas vemos sua gratidão a Deus por ter mostrado a ele o verdadeiro propósito de sua vida, até que, no final dela, ele declara esta verdadeira pérola das Escrituras:
“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:7,8).
Paulo lutou (combateu) por aquilo que importava de fato. E concluiu (terminou) completamente sua parte. E se manteve (guardou) firme na fé. E o mais importante, ele saiu do “aqui e agora” para pensar na vida eterna que começará “naquele dia”.
Não é incrível? Quando descobrimos, ou Deus nos mostra, o verdadeiro propósito de nossa existência, somos completamente realizados.
A Bíblia diz que se vamos morrer (e todos iremos), então precisamos aproveitar as oportunidades. Paulo as aproveitou e disse: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Devemos ouvir e praticar esse ensinamento de Paulo para, quer comamos quer bebamos, fazermos tudo para a glória de Deus. Precisamos ter uma vida com essa base filosófica, com essa base existencial. Ela é uma “agenda” que, certamente, nos traz estabilidade e a estabilidade dos nossos dias está no Senhor.
Essa pandemia serviu para nos mostrar o quanto isso é verdade. A morte tem sido tão presente, que deve nos obrigar a pensar, de forma mais comprometida, no futuro. Um futuro, que sabemos, é eterno. Então, quero deixar essa reflexão para você. Realize tudo pensando no efeito que terá em sua vida futura, busque o propósito de sua existência, não a deixe passar em branco. Ache seu talento. Invista em seu dom. E, acima de tudo, coloque-se para fazer a diferença nesta Terra, em seu ambiente, família, igreja... no Reino de Deus.
Tenho certeza de que, se fizer isso, poderá declarar o mesmo que Paulo declarou, pois sua vida terá sido uma vida com propósitos!
O Pai ama você!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
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