O ser humano sempre manifestou a necessidade de aprovação. No início, em Gênesis, vemos que Caim teve a mesma atitude que Abel, ao oferecer a Deus uma oferta. No entanto, a atitude de Caim não foi para adorar ao Senhor, assim como a de seu irmão, mas para conseguir a aprovação divina. Uma aprovação, que no final, não aconteceu. Muito pelo contrário. Deus disse a Caim que sua oferta não seria aceita.
O restante da história já sabemos: Caim matou seu irmão, cometendo o primeiro assassinato da História motivado pela inveja.
Por que o ser humano tem, como vimos logo no início da criação, a necessidade de aprovação?
Recentemente o Instagram, a mais importante rede social de imagens, deixou de exibir a quantidade de curtidas que as fotos recebem. Segundo informações, o principal motivo é que as pessoas estão ficando doentes – com ansiedade e outros distúrbios mentais – pelo simples fato de deixar de receber curtidas em suas fotos!
Quando alguém faz uma postagem tornando pública sua vida, precisa entender que está gerando sentimentos, tanto dela quanto de outros. Embora sua expectativa seja de receber a aprovação das pessoas, ela também, inconscientemente, está gerando, entre vários sentimentos, a inveja.
Fotos de viagens, restaurantes, passeios, aquisição de bens, sucesso profissional e até ministerial (Sim! A coisa está cada vez mais séria e invadindo para a igreja) pode suscitar – e certamente acontecerá – sentimentos como a inveja e a competição. Pode até ser inconsciente, mas quem publica essas imagens, muitas vezes, deseja exatamente isso.
Outra rede social, ainda mais popular que o Instagram, o Facebook planeja tomar a mesma decisão de ocultar a quantidade de curtidas. Eles dizem que elas aparecerão apenas para quem publica as mensagens, mas isso, acredita o Facebook, já reduziria a ansiedade e expectativa que as pessoas têm.
Isto posto, para mostrar que certos sentimentos se tornam cada vez mais virais e fora de controle, sendo alavancados pelas mídias sociais, quero me atentar à inveja. Isso porque, mais que um sentimento, ela pode se tornar um comportamento, que sempre é tratado na Bíblia como algo negativo e até pecaminoso.
A inveja é má, gera confusões e separações. O apóstolo Tiago diz que” Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra” (Tg 3.16). perversa.
A inveja adoece. “O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos.” (Pv 14.30)
A inveja causa peso. “O furor é cruel e a ira impetuosa, mas quem poderá enfrentar a inveja?” (Pv 27.4)
Diante desses poucos exemplos, podemos entender quão perniciosa e perturbadora a inveja é. Não devemos senti-la nem a provocar em outros.
Se entendermos que bom mesmo é ter a aprovação de Deus, que sempre nos corrigirá quando algo não estiver correto, deixaremos de tornar público situações que só interessam a nós mesmos.
Lembre-se de que quem deve ‘curtir’ o que você faz é o Pai. E ele não precisa de rede social para te conhecer. Ele te escolheu como filho ou filha antes da fundação do mundo. Ele te amou primeiro. Ele é o teu Criador, sabe seus defeitos e qualidade. Nada pode demover do coração de Deus o amor que Ele nutre por você. Isso basta!
Abel teve o sentimento mais puro de agradar ao Senhor, e conseguiu. Caim quis uma aprovação com motivação errada, e acabou cometendo um crime.
Pense nisso!
Não se esqueça de que o Pai ama você!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coaching, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.