A maioria de nós, seres humanos, quando estamos entre duas situações, uma boa e outra ruim, ao mesmo tempo, tendemos a nos preocupar, a focar, naquela que é ruim. No entanto, deixamos de perceber que aquilo que estamos julgando como ruim – e que muitas vezes é mesmo – não tem o poder de nos tocar!
Você já imaginou o que a família de Noé e ele próprio pensavam sobre isso, quando ficaram meses confinados em uma arca? Um lugar que não era onde eles queriam estar, que não era nada confortável, que exigia deles muito trabalho – imagine alimentar todos aqueles animais e, pior, limpar toda a sujeira do lugar! Você não ia querer estar lá... (risos). No entanto, entre estar naquela arca e no dilúvio... Bem, acho que você agora já começou a mudar seu jeito de pensar... Você já deve ter gritado aí: Quero estar na arca!
É sobre isso que quero falar hoje. Precisamos mudar o foco da nossa atenção, que geralmente está no problema, sendo que estamos – ainda que não como gostaríamos – navegando em uma solução (provisória) que Deus nos deu! Assim como em Noé, o Pai achou graça em nós. Mas não pense que essa graça vem por nossos méritos... Não! Pecadores como somos, era pra estarmos nas águas do dilúvio. Mas pela Graça do Filho, que derramou Seu Sangue precioso por nós, estamos na arca!
Quero que você tenha esse entendimento, que precisamos focar nos escapes de Deus, nos suprimentos provisórios, porque certamente é o melhor que podemos naquele momento.
Pare um pouco e pense:
Você vê mais o problema ou vê a solução? A arca era a solução (e não os animais com suas sujeiras, o trabalho exaustivo ali dentro, o confinamento...).
Você vê mais a proteção ou a liberdade? Muitas vezes gostaríamos de fazer do nosso jeito, “ser livre” para escolher, ser independentes... Mas precisamos entender que essa “liberdade” pode nos afogar – e nos matar! Ao passo que na arca estamos protegidos, guardados, cuidados, providos, curados, amados... Ah, só o Pai faz isso!
Com nossa visão distorcida, muitas vezes entendemos como negativo aquilo que é positivo, e como positivo o que é negativo. Preencha a lacuna:
- Arca ( ) Negativo
- Dilúvio ( ) Positivo
Quando focamos na arca, podemos nos concentrar no prazer da viagem. Sim, é uma viagem, a arca está sendo conduzida para outro destino. Provavelmente, Noé e sua família nunca tinham ido tão longe... (risos). Eles podiam, agora, aproveitar aquele tempo e usufruir da companhia um do outro, estabelecer relacionamentos ainda melhores, fortalecer os vínculos... Nossa, quanta coisa eles poderiam fazer... E eu creio que eles fizeram, Afinal, não há relatos de que eles tenham reclamado da viagem, ou tenha brigado com Deus por estarem na arca!
Precisamos e podemos tirar proveito de cada fase da nossa vida. Mudar o sentido do nosso olhar, o nosso jeito de pensar, de crescer e aprender em meio às dificuldades, porque é aí que estamos sendo tratados como filhos.
A nossa vitória está em saber que podemos superar os obstáculos e que, diferentemente de quem está mergulhado no dilúvio, estamos bem vivos para logo, logo, chegarmos no destino preparado pelo Pai!
Atente-se para isso. Glorifique a Deus! Curta a sua arca!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: A vida na arca é um convite a estar mais perto de si mesmo