O mundo está miseravelmente triste. Mortes impensáveis, injustificáveis, tanto no varejo como no atacado, violentas, fulminantes, são consumadas todos os dias em todos os lugares. Sobreviventes tentam seguir em frente. Tentam encontrar sentido para a vida que lhes restou. As perdas trituram a alma deixando um gosto amargo no coração, um paladar nada agradável de uma realidade caótica e irreparável.
Assim começa o épico da Marvel “Vingadores-Ultimato”. Em muitas coisas o filme acerta sua ficção com o nosso tempo. Olhamos a nossa volta e vemos as pessoas em busca de respostas, referências, modelos, heróis. Até aparecem coisas, eventos e pessoas tentando preencher essas expectativas, no entanto, como no filme “Guerra Infinita”, viram pó, sumindo como poeira no ar, deixando apenas um rastro repleto de interrogações.
Paulo, inspirado pelo Espírito, no terceiro capítulo de sua segunda carta a Timóteo, foi milimétrico sobre os tempos atuais: “...nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos...”. E os “tempos trabalhosos” atuais são evidenciados pela morte do amor no coração de bilhões, fazendo virar pó valores que por milênios mantiveram de pé nossas esperanças.
E o que ficou no lugar dos nobres sentimentos e virtudes que morreram? Paulo responde: “...homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” Ufa! Que cenário catastrófico. E não é filme, é realidade atual, bem diante do nosso nariz.
Talvez estejamos diante de um ultimato e não estamos nos dando conta. Afinal, se estamos numa guerra, e estamos, o que exatamente significa ultimato? No contexto da guerra significa um “comunicado enviado por um chefe militar ao inimigo exigindo rendição imediata, sob ameaça de obtê-la por meios mais violentos”, ou ainda uma “proposta final cuja rejeição acarretará o fim das conversações e o uso de uma ação direta”. Este ultimato foi dado na cruz, render-se a quem se rendeu por nós seria a decisão acertada, porém, em sua presunção, o homem destes tempos só se rende a ele mesmo.
Existem, contudo, homens que não se rendem ao ego, aos ídolos destes tempos. Estes homens são procurados pelo Pai. Por causa destes homens escolhidos, diz Jesus em Mateus 24, que o ápice insuportável destes dias trabalhosos, serão abreviados, caso contrário, ninguém sobreviveria. Estes homens e mulheres são conhecidos, identificados, enfim, são reconhecidos como adoradores.
O ultimato do céu é para o mundo todo. Mas também o é, de forma especial e decisiva, para os adoradores que o Pai procura, aqueles que O adoram em espírito e em verdade. Gente que se coloca na brecha para defender o próximo. Gente que encara pagar o preço das muitas renúncias. Gente que não se deixa mais enganar pelas seduções dos reinos daqui. Gente que não tem medo ou receio de chorar, porque sabe que do céu o consolo virá. O ultimato foi dado, foi claro, foi objetivo: Ide. Orai. Vigiai. Perdoai. Amai. Pregai. E então virá o fim.
No filme, a personificação do mal atende por Thanos, um vilão pra lá de assustador. Ao longo da trama ele tem uma frase que o define: Eu sou inevitável. Embora uma de suas filhas falarem que ele não mente, esta é sua maior mentira. O mal acredita nesta mentira e faz com que o homem também acredite, que praticar o mal com todas as suas consequências seja inevitável. Adoradores sabem o caminho que evita o mal. Adoradores procuram andar como Cristo andou, amar como Ele amou, perdoar como Ele perdoou. Resumidamente, adoradores negam-se a si mesmos, assumem cada qual sua própria cruz e seguem a Cristo, assim evitam as ameaças que juravam ser inevitáveis, pois no caminho que caminha Cristo simplesmente não existe espaço para a convivência com o mal.
Não se renda às armadilhas e ciladas destes tempos. Nossa luta não é contra carne ou sangue. Entre nesta batalha protegido com todas as armas espirituais. O ultimato está em pleno curso. O Rei está voltando. Se aproxima o tempo no qual seus adoradores O verão face a face, com poder e gigante glória pelos séculos dos séculos, vivendo uma nova história na qual seremos joias infinitas para sempre em suas mãos.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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