A história não vai bem. Olhe para os lados. Qualquer lado. Norte, sul, leste, oeste, direita, esquerda, a história não está num momento, digamos, bom. São tantas calamidades materiais, emocionais e espirituais diariamente, que mal conseguimos acompanhar minimamente os fatos. As coisas mais terríveis acontecem sem que tomemos conhecimento. Nos perguntam: “você viu o que aconteceu esta manhã no centro da cidade?”, “Não! O quê?”. E em meio a perguntas, respostas, admirações e surpresas vamos levando os dias nos acostumando ao caos.
Mas será que é só isso? Estrangulamento econômico, desemprego, doenças emocionais como nunca se viu, banalização da vida, promoção de tudo quanto é bizarrice sexual, egos cada vez mais gigantes em oposição a corações cada vez mais nanicos? Será que é só isso? É assim mesmo que vamos caminhar nestes tempos que muitos já chamam de “últimos dias”? Um tempo anestesiado por um espírito de indiferença, cansaço e total falta de interesse ou motivação para se tentar fazer melhor?
Se são estes os tempos nos quais as coisas irão de mal a pior é de se assustar. Dá pra entender aquelas pessoas que andam preocupadas acima do normal, afinal, não são tempos normais, são tempos urgentes. Dias que pedem urgência em cada esquina, mas que o homem deste século, na sua maioria, anda ocupado demais, robotizado demais, congelado demais, não conseguindo ver, ouvir ou sentir as ameaças que se repetem todo dia bem diante dele.
Como terminará a história? O quadro atual me faz lembrar daqueles filmes que não dá pra piscar, que o nosso fôlego fica sob suspense até o último segundo querendo saber se as coisas se resolverão. Porém, não é um filme, é a nossa história. História que estamos lutando, orando e trabalhando para ser diferente, menos ameaçadora, mais pacífica.
Os dias vão passando e vamos confirmando que nossos desejos de coisas boas são apenas isso, desejos. Não dominamos nada, não controlamos nada. A história segue seu curso, inapelavelmente, decidida, convicta, determinada, doa a quem doer. Os noticiários não ajudam, os fatos não colaboram, a violência cresce, a iniquidade se multiplica, as monstruosidades de cada um se afloram, a ganância desconhece limites, a vida, coitada, vai sendo desprezada, massacrada, humilhada.
Como, enfim, terminará a história? Como a maioria, não gosto de spoiler. Mas tenho minha exceção, os spoilers da Bíblia amo a cada um. Fui até a última página do sagrado texto cristão, a Palavra de Deus que todo seguidor de Cristo abraça e respeita como revelação, nela se pode confirmar que tudo acabará bem.
As últimas palavras do texto bíblico trazem conforto e consolo: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vocês. Amém.” É bom demais saber que o texto bíblico termina inundado pela graça de Jesus, pois sem esta inexplicável e maravilhosa graça não sobreviveríamos a tais tempos. Porém, mesmo nestes tempos tão improváveis, a graça salvadora do Senhor continua atuando com plena força e poder.
A outra coisa que aprendo e me enche de esperança frente a pergunta “como terminará a história?”, é o fato de saber pela fé que o término da história como a conhecemos, não será o fim, mas apenas o começo de uma nova era, um tempo que a Providência deu o nome de eternidade. Quando tudo terminar, quero estar lá. Mas, acima, de tudo, quero estar lá quando tudo recomeçar. Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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