
Estamos vendo um paciente chamado Brasil gemer de dor e, tal qual uma criança, não sabe falar de onde vem a dor. O problema fica pior quando se olha para os médicos que estão na posição de cuidar, atender e diagnosticar as dores de tal paciente. São médicos, na sua maioria, indiferentes aos sofrimentos do paciente. Estão interessados apenas em marcar território e garantir posição.
Está doendo a violência e os descaminhos na educação. Qual a proposta dos médicos de plantão? Métodos e conteúdos expondo, explicando e ensinando como normais temas referentes a drogas e sexualidade. Enquanto o sacerdócio no lar vai sendo esquecido e deixado para terceiros, verbas e mais verbas públicas, portanto nosso dinheiro, vão sendo aplicadas para produzir uma educação erotizante e antagônica aos valores cristãos que por décadas foram indiscutíveis no Brasil.
Está doendo ver o crescente número de traições entre casais. Qual a proposta dos médicos de plantão? A exaltação da traição. Não faltam matérias e vozes dos ditos especialistas afirmando que trair é bom. Que traição faz parte da natureza humana. Que casamentos só precisam durar enquanto se tem amor, ou atração, ou paixão, ou tesão, acabando essas coisas o melhor é partir para outra relação. Segundos, terceiros, quartos e quintos casamentos já são normais, afinal ser feliz é um direito, acreditam.
Está doendo ver o massacre do discurso de sexualidade. Qual a proposta dos médicos de plantão? A psicologia, a sociologia, a antropologia e ramos da teologia apregoam suas descobertas mais humanas e tolerantes, qualquer pensamento contrário a tais descobertas recebe um carimbo de acordo com o tema: intolerante, fundamentalista, homofóbico, radical, arcaico, antigo, ultrapassado, desconectado. Quem carimba? Mídias, lideranças políticas e artistas em sua quase maioria. E, ainda que a maioria da nação não concorde, eles, os médicos atuais estão com o poder e no poder, então…
Está doendo assistir marchas pró aborto, maconha, pornografia. Qual a proposta dos médicos de plantão? Aprovar e liberar. Por ano no Brasil, cerca de um milhão de abortos são efetivados. A cada ano milhões se perdem no mercado das drogas, fumando, traficando, roubando, matando, extinguindo vidas que se vão e não voltam mais. Projetos de lei aguardam aprovação para legalizar o trabalho dos chamados profissionais do sexo, enquanto a fama do Brasil no mundo como melhor destino para o turismo sexual com menores cresce, e assim também cresce o número de menores com sua infância, adolescência e inocência roubadas por uma suja tara e um podre interesse financeiro.
Está doendo ouvir a decadência sem freio nas artes. Qual a proposta dos médicos de plantão? Produzir mais decadência. Afinal, dá audiência e, portanto, dá dinheiro. São músicas as toneladas ridicularizando mulheres, homens e crianças. Livros aos milhares com conteúdos depravantes bombando nas livrarias. Celebridades topando qualquer situação por um pouquinho mais de fama. E a audiência subindo.
Está doendo. Muito, de todo jeito, em todo lugar, em cada canto, está doendo. Éramos conhecidos há muito tempo atrás como o povo do livro, os Bíblias. Éramos poucos. Hoje somos muitos. Mas não influenciamos. Permitimos sermos atropelados por um clima libertino, imoral e esperto. Confortáveis em nossas trincheiras não nos demos conta dos ataques em conta-gotas, nem sentimos as dores. Hoje, com a situação escancarada, começa a doer em nós, em nossos filhos, em nossos irmãos, em nossas vidas.
Está doendo o escracho, o descaso, a afronta, a humilhação contra a noiva do Cordeiro. Em parte temos muita culpa. Ou você acha que o volume de falsos profetas usurpando ovelhas, o volume de interesses pessoais dos coronéis eclesiásticos tendo a primazia em relação as necessidades simples do evangelho, o volume de escândalos nos bastidores de reino, o volume de negociatas com alianças políticas totalmente opostas a aliança cravada na cruz, enfim, você acha que tudo isso ficaria barato? O Deus que permitiu um chicote na mão de Ciro é o mesmo, Senhor absoluto da história.
Está, enfim, doendo. Encontro esperança no evangelho, quando Jesus respondeu aos fariseus as acusações que faziam por vê-lo com pecadores. Naquela oportunidade Jesus usou a mesma metáfora que uso neste texto, falou de médicos: “Não necessitam de médicos os sãos, mas sim os doentes” Mateus 9.12.
Eu preciso do médico Jesus. A nação precisa. Está doendo demais. Sempre que uma dor se intensifica o clamor se aproxima como único e último recurso. Quanto ao Médico dos médicos, normalmente as pessoas só O procuram depois de terem esgotado as alternativas. Nosso Brasil caminha para a falta de alternativas. E a dor não passa, só aumenta. É tempo da noiva fazer o que sabe, abastecer-se do óleo e orar. Muito e intensamente. Ele continua o mesmo, sarando, curando, ressuscitando, enfim, operando milagres.
Está doendo. O que será do futuro do nosso país? Brasil, olha pra cima!
Paz!
por Edmilson Mendes
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