É difícil amar o próximo. Quem pensou que seria fácil, pensou por ingenuidade. Basta olhar para a cruz e rapidamente se constata que o preço para o amor é alto. Cada um paga com o que tem. Deus, com seu Filho. Cristo, com seu sangue. E tudo isso, fruto de um inexplicável amor.
Está cada vez mais difícil amar o próximo. Memes bem humorados não faltam, um deles diz que “tem gente que só veio ao mundo para testar nosso 70x7!”, numa alusão à resposta de Jesus sobre quantas vezes devemos perdoar.
Está cada vez mais difícil suportar em amor os haters da internet. Para se ter uma ideia, eles já se tornaram estudo de caso em várias faculdades de psicologia. Segundo muitos especialistas, são pessoas com sérios distúrbios emocionais que saem postando críticas venenosas e destruidoras sem qualquer critério. O nome hater vem da palavra hate, que em inglês significa ódio. Tal ódio encontra nas redes sociais a passarela ideal para o seu desfile de violência e ofensa verbais. Haters nutrem um prazer doentio em atacar pessoas e ideais, são eficazes no cyberbullying.
Embora seja de graça, o amor de Deus, como já escrevi, custou um altíssimo preço, impagável por qualquer um de nós. Popularmente falando é um amor por amor, Deus ama por amar, Ele decidiu amar. Apenas como comparação, é o que vemos na internet, ódio por ódio, é um ódio fruto simplesmente do macabro prazer de odiar.
Discordar, argumentar, dialogar, são comportamentos normais e aceitáveis, desde que uma das partes queira e concorde. Porém, vomitar ódios ofensivos através de palavras e palavrões ultrapassa o bom senso, a normalidade e o respeito. Ofende, fere, humilha.
Para piorar, admitamos, muitos haters são extremamente inteligentes, possuem um bom acúmulo cultural e acadêmico. Porém, essa realidade, na verdade, apenas demonstra de forma clara que “inteligência” não é o mesmo que “sabedoria”. Enfim, a inteligência também pode trabalhar a favor do ódio pelo ódio.
Num mundo doente, a solução é bem difícil, resta-nos o caminho do amor. Precisamos amar nossos próximos, o amigo e também o inimigo. Não necessariamente concordando com ele, o inimigo, e suas práticas, mas orando por ele, a fim de que o mesmo, numa ação do Espírito Santo, finalmente venha a trocar o verbo odiar por outros, como respeitar, dialogar e amar.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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