As notícias desta semana, até agora (escrevo numa terça, 14/12/21), chegam carregadas de apreensões, angústias, perplexidades. Mortes no interior de São Paulo e em toda Bahia em função das fortes chuvas. Nos Estados Unidos, tornados num volume e intensidade incontroláveis, destruindo cidades inteiras e matando muita gente. Tudo isso somando-se as já corriqueiras notícias, infelizmente, das mais variadas violências e corrupções que adoecem, maltratam, exploram e fazem morrer milhares vitimados por suas garras inescrupulosas.
Mas é Natal. Tímidas, as luzes já estão pelas ruas das cidades. Também tímidos, os enfeites já estão nos shoppings. Afirmo que estão tímidos porque comparados com outros anos, estão menores, mais econômicos, mais modestos, tanto as luzes como os enfeites. Restam poucos dias para o feriado natalino, mas os comércios e corredores estão, comparativamente a outros anos, bem fracos, bem vazios. No lugar de famílias empolgadas e felizes, o que se vê são rostos assustados, todos carregando seus pontos de interrogação.
Que Natal, enfim, nos aguarda? Este já será o segundo Natal em tempos de pandemia. Tempos para os quais não nos preparamos, não imaginamos, não desejamos. Tragédias, caos, injustiças, escândalos, guerras, catástrofes, fomes e doenças deverão continuar suas escaladas. No contexto desta realidade a pergunta se justifica: que tipo de festa aguarda pessoas que pouco têm a festejar? Afinal, quantos desempregados, enlutados, entubados, desesperados e desiludidos estão sofrendo com esta pergunta?
Aos Gálatas, Paulo nos informa que Jesus nasceu na plenitude dos tempos. Ou seja, no tempo perfeito, preciso, exato. Nem antes, nem depois, mas na hora certa, na medida perfeita. Cremos firmemente que foi assim porque a Palavra diz. Pois se dependêssemos de dados históricos talvez também fizéssemos a mesma pergunta título deste texto. O contexto político, econômico, religioso e social não era bom. Tudo que cercou o nascimento de Cristo, o lugar, os pais, as condições, tudo conspirava contra, porém Ele nasceu.
Independente dos cenários da sua vida, um dia Jesus nasceu em você. Independente dos cenários atuais, Jesus continuará nascendo nos corações. Das lições do Natal, esta é uma das mais evidentes e profundas, Jesus não depende de circunstâncias boas. Quando Ele decide, Ele nasce. Um feliz Natal começa e depende sempre dEle, nunca de nós, dos nossos recursos ou dos nossos esquemas, é obra da livre vontade e soberania de seu Espírito.
Que Natal nos aguarda? Surpresas sempre farão parte da peregrinação cristã, visto que a jornada de todo peregrino essencialmente é um caminhar pela fé. Portanto mude o foco. Prepare-se sempre com sua família e amados. Agende seus encontros e suas festas. Presenteie quando quiser e quem quiser. Mas quando for aguardar volte-se unicamente para Jesus, datas e festas às vezes frustram e decepcionam, Cristo jamais. Espere somente nEle, pois com a presença dEle nenhum drama social, político, econômico, geográfico ou sanitário terá qualquer poder de impedir a festa que ele quer fazer em você.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
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